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Um final de ano dos piores para todo o funcionalismo público no Brasil. Escolhidos como alvo, poderão ter seus salários cortados, progressões congeladas e concursos proibidos. O que o Paulo Guedes chama de redesenho do estado brasileiro nada mais é do que receita antiga de remédio ruim. O “mercado” e grandes empresas de comunicação festejam o desmonte das redes de proteção ao cidadão, e confirmam que se trata de um plano de “mais para os mesmos”, concentrador de renda e promotor de desigualdades. Antes do pacotaço, o envio do Projeto de Lei Orçamentária deslocando uma parcela dos nossos salários, que por lei deve estar entre as despesas obrigatórias, para ser negociada como suplementação no Congresso não deixa dúvidas sobre os objetivos desse governo: nossos salários estão em risco. O cenário é de desrespeito sistemático e violação dos princípios consagrados na Carta Constitucional.
Não há solução de meio de caminho: ou recuperamos a energia necessária e nos organizamos ou seremos destruídos. Desde a edição da primeira versão do FUTURE-SE, temos afirmado que não se trata apenas de mais um projeto, mas uma proposta política que visa destruir os fundamentos que sustentam a universidade pública e o Estado brasileiro.
Por tudo isso, nossa ação não pode ser limitada a um debate corporativo. É urgente ampliar o diálogo com a sociedade, explicitar o grau de violência social que nos está sendo imposta e dar a ver o quanto todos serão afetados. O Chile está aí, as promessas de estabilidade e riqueza se desmancharam no ar, as ruas foram inundadas por protestos e o modelo tão caro ao ministro Guedes fez água para todos os lados. Mesmo economistas e políticos liberais sabem que se trata de um engodo, um erro que poderá custar muito mais caro lá na frente. O desafio está posto na mesa, e não é pequeno. A comunidade universitária pode ser decisiva nesse momento. Não só pela nossa capacidade de organização e mobilização, mas principalmente pela produção de conhecimento e a grande possibilidade de intervenção no debate público que poderemos alcançar. Os próximos dias já serão de muito trabalho. Destrinchar o plano em seus mínimos detalhes, debatê-lo pelos mais diversos ângulos, evidenciar seus limites e contradições, envolver todos os possíveis atores, organizar toda essa movimentação para que seu significado chegue de forma clara e objetiva também para a nossa comunidade. É preciso fazer com que cada um de nós tenha a exata noção do que está por vir, e que cada um tenha a exata noção da responsabilidade que nos cabe. É com esse espírito que estaremos em todos os fóruns e discussões, e convocamos todos para que se juntem a esse esforço.

Diretoria da Adufrj

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