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WEBlabO CNPq anunciou que vai recolher as bolsas com vigência expirada dos programas de pós-graduação e que não devolverá as que foram suspensas anteriormente. Avisou também que a plataforma Carlos Chagas permanece fechada para indicação de novos bolsistas. A notícia pegou pesquisadores de surpresa.
A comunicação se deu por meio de ofício. A partir de janeiro, segundo o documento, será realizado um novo sistema de seleção de bolsas com lançamento de chamadas públicas diretamente pela agência de fomento. Sem dar explicações, o órgão apenas recomenda “acompanhar maiores informações” pelo seu site.
A pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da UFRJ, professora Denise Freire, critica a medida. “Esses editais costumam indicar áreas temáticas e linhas de pesquisa prioritárias que não necessariamente estarão em consonância com determinados programas de pós-graduação”, explica. “De certa forma, isto retira a autonomia de cada um dos programas”, avalia.
Denise Freire ainda vê outros riscos: “Pode acentuar uma assimetria de financiamento entre áreas – já que, diante do histórico deste governo, as Humanidades são preteridas – e gerar concentração de bolsas em determinados núcleos”.
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Física, o professor Nelson Braga também tem mais perguntas que respostas. “Não sabemos o que dizer para nossos alunos selecionados. Não há como informar quem receberá bolsa”, lamenta.
Seu programa perdeu quatro bolsas de doutorado do CNPq em setembro e há mais sete a serem liberadas até fevereiro. “Serão 11 bolsas a menos de doutorado e uma a menos de mestrado. É um enorme prejuízo para nosso programa”, reclama o pesquisador.
O corte coloca em risco a continuidade dos processos seletivos e a qualidade da formação dos jovens pesquisadores, para o professor Rodrigo Santos, coordenador do Programa de Sociologia e Antropologia do IFCS. “Vamos perder nove bolsas em fevereiro. São elas que garantem a dedicação integral de nossos estudantes. O impacto será muito negativo”, afirma.
Santos levanta preocupações adicionais. “Seleção por edital vai inevitavelmente aumentar a competição entre áreas. Além disso, é possível que estas chamadas incorporem critérios que penalizem as humanidades”.

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