Silvana Sá
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O maior congresso da história do Andes foi o primeiro para muitos professores. Dos 34 docentes que fizeram parte da delegação da AdUFRJ, doze estrearam no encontro. É o caso da professora Tatiana Ribeiro, da Letras, e do professor Filipe Boechat, da Psicologia.
“Gostei de participar. É sempre bom encontrar um espaço de discussão, de encontro dos professores”, avalia a professora Tatiana. Ela conta que o formato do evento não foi uma novidade. “É muito parecido com o movimento estudantil. Os assuntos, embora com uma profundidade diferente, até pelo momento político, também são recorrentes”, diz a professora, que foi do movimento estudantil no final da década de 90.
Sobre a dinâmica do congresso, ela avalia que assuntos que demandam maior discussão “acabam ficando pouco atendidos”. “Há quadros (políticos) históricos. Pessoas que participam há anos dos congressos. E quem vem pela primeira vez fica um pouco distanciado. A gente precisa arrebanhar, ter mais participação dos docentes. Se você não acolhe, não abre a discussão, acaba ficando sempre com os mesmos quadros”, avalia.
Os desafios, para a professora, são muitos. E é preciso “se reinventar”. “Vivemos um quadro de muitos ataques e corremos o risco de ficarmos engessados. É claro que existe uma tradição de atuação que nos dá identidade, mas é preciso pensar em formas de fazer essa luta, ir além da palavra de ordem”.
Filipe Boechat, professor da UFRJ desde 2018, e candidato da oposição nas eleições da AdUFRJ do ano passado, afirma que o congresso atendeu às suas expectativas. “Esperava um espaço democrático e vivo, em que grandes questões que perturbam a nossa categoria fossem amplamente debatidas. E foi isso que vi acontecer”.
Para ele, o sindicato tem forte capacidade de organizar os docentes, o que seria uma motivação para os ataques de quem “despreza o exercício da democracia”. “As discussões nos grupos mistos; as defesas nas plenárias; as conversas, nos intervalos, com colegas de outros estados, tudo isso me mostrou a importância de estarmos organizados e unidos”, conta.
Ele acredita que o congresso o ajudou a ter uma melhor leitura dos desafios do movimento docente. “Contribuiu para uma compreensão maior da realidade. E para que tenhamos uma intervenção mais eficaz nessa conjuntura tão difícil”.