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resgateFoto: divulgação/Museu NacionalUm evento virtual no dia 6 de abril marcou o lançamento do livro “500 dias de Resgate: Memória, Coragem e Imagem”. A obra apresenta parte do trabalho de recuperação dos acervos do Museu Nacional nos escombros do prédio, que sofreu um incêndio em setembro de 2018.
“É uma maneira de dar uma satisfação à sociedade que vem acompanhando todo o desenrolar dos fatos e deixar registrado, na forma de um livro, um pouco dessa história”, destacou Luciana Carvalho, vice-coordenadora do Resgate de Acervos do Museu Nacional. A paleontóloga informou que a tarefa não acabou. “Ainda precisamos terminar três salas dentro do palácio e proceder ao inventário das peças resgatadas”.
Por enquanto, é possível dizer que cerca de cinco mil lotes, reunindo objetos de grande importância de 14 das 25 coleções do palácio, foram encontrados. Dentre as peças, destaque para o crânio de Luzia, esqueleto mais antigo descoberto no Brasil; o escaravelho coração e outros oito amuletos que estavam no interior do sarcófago da múmia Sha-Amun-em-Su; os afrescos de Pompeia, que já haviam sobrevivido à erupção do vulcão Vesúvio, na Itália; parte da Coleção Werner, a mais antiga do Museu Nacional; o Psaronius brasiliensis, primeiro fóssil de vegetal registrado para o Brasil; além de pterossauros da Coleção de Paleovertebrados, e meteoritos como o Bendegó e o Santa Luzia.
Um dos lotes contém o esqueleto parcial do Dinossauro do Mato Grosso, um fóssil com aproximadamente 80 milhões de anos, pertencente ao período Cretáceo, resgatado das ruínas neste ano. Os dois blocos com vértebras articuladas e outros ossos associados foram encontrados praticamente intactos. Aparentemente, segundo os pesquisadores, o soterramento protegeu os ossos do contato direto com o fogo. Além disso, eles chegaram à conclusão que a substituição mineral, pela qual os ossos passaram durante o processo de fossilização, possa ter sido um fator importante para a resistência ao soterramento.
Durante o lançamento do livro, o vice-reitor da UFRJ, Carlos Frederico Rocha, agradeceu à comunidade acadêmica do Museu Nacional pelo incansável trabalho de resgate nos escombros pós-incêndio e ao governo alemão, “que tem nos ajudado muito, não apenas sob o ponto de vista financeiro, de apoio, mas também com a possibilidade de recomposição do nosso acervo”.
O diretor do museu, professor Alexander Kellner, enalteceu o trabalho de equipe realizado por toda instituição em momentos muito difíceis. “Com a ajuda de diversos parceiros, como a Unesco e o governo da Alemanha, foram criadas as condições para que a equipe do resgate conseguisse desenvolver esse importante trabalho”, disse. “E graças ao Instituto Goethe e à Fundação Gerda Henkel conseguimos levar um pouco da informação e da emoção desse trabalho para o público”, completou.

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