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WhatsApp Image 2021 04 02 at 08.45.49Diretoria da AdUFRJ

Na semana em que o golpe militar faz 57 anos tivemos, possivelmente, a maior contorção do governo federal. Além da saída do patético ministro das Relações Exteriores, tivemos a demissão do general Fernando Azevedo e Silva, ministro da Defesa, com um consequente rearranjo de nada menos do que seis pastas. A queda do general Azevedo, considerado mais independente, em data tão simbólica, preocupou muitos observadores e levou a algumas opiniões de que estaríamos numa escalada golpista. Será?
Bom, dado o caráter escancaradamente autoritário de Bolsonaro e seu núcleo mais próximo, tal expectativa é certamente justificada. Recentemente, o próprio presidente se manifestou a cadetes dizendo “se tudo tivesse que depender de mim, não seria esse o regime que nós estaríamos vivendo”, ou seja, se ele tivesse força para dar um golpe, ele fatalmente o daria. Entretanto, o que parece mais claro agora no final da semana é que Bolsonaro está na defensiva. Além do sacrifício de Ernesto Araújo, a queda de Azevedo levou uma deputada do Centrão – Flávia Arruda – à Secretaria de Governo, e a substituição dos comandantes das Forças Armadas acabou seguindo critérios mais ligados às próprias FFAA do que de proximidade ao círculo bolsonarista. Isso não quer dizer, claro, que Bolsonaro esteja fraco. Ele continua com uma espantosa popularidade, apesar de estarmos chegando às quatro mil mortes diárias na fase mais aguda da pandemia (até aqui). E se isso não for capaz de derrubar a sua aprovação, é razoável imaginar que nada será. Mas a sua política da morte está o isolando cada vez mais com seus apoiadores mais radicais, e isso faz com que um golpe aberto permaneça além de seus horizontes
Passando da política nacional para a universidade pública, tivemos – aí sim – um coup accompli: o reitor eleito da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Ricardo Berbara, foi preterido pelo governo federal na lista tríplice e não irá tomar posse. Com isso, temos quase duas dezenas de universidades que não tiveram suas escolhas para reitor respeitadas, algo absolutamente sem precedentes. Ademais, o governo nem defende mais suas escolhas, mesmo que baseadas em argumentos alheios à democracia: o objetivo é simplesmente causar confusão e comprometer o bom funcionamento das universidades. Não que precisemos de mais provas de que a atual administração federal é franca inimiga da educação pública, gratuita e de qualidade; mas, aparentemente, o estoque de maldades é infindável

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