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Praia Vermelha 17Foto: Fernando Souza/Arquivo AdUFRJUma notícia importante para professores, técnicos e terceirizados da UFRJ. A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro confirmou ao Jornal da AdUFRJ que está mantido o calendário de vacinação dos trabalhadores da Educação a partir do dia 26 de abril. Será atendido o público na faixa entre 59 e 45 anos, regressivamente, até 29 de maio. Somente na maior federal do país, serão beneficiados 1.742 docentes no magistério superior, 33 no Colégio de Aplicação e um titular livre.
A confirmação da secretaria devolveu a esperança aos profissionais de Educação, que acreditavam ter perdido a prioridade após a decisão do juiz Wladimir Hungria, da 5ª Vara de Fazenda Pública. No dia 6, Hungria suspendeu um trecho do decreto do governador que estabelecia o Calendário Único de Vacinação do estado. A medida ganhou ampla repercussão por ter retirado a Educação dos grupos prioritários para a imunização.
Só que não. A assessoria da Secretaria Municipal de Saúde explicou que a decisão do juiz não altera o calendário — unificado com Niterói, Maricá e Itaguaí —anunciado pela prefeitura cinco dias antes, pois estabelece limitação de idade. O decreto estadual não fazia esta distinção, dentro dos grupos prioritários.
“O calendário do Município do Rio, que segue os grupos prioritários definidos pelo Programa Nacional de Imunizações, visando primeiro a idade e depois os grupos mais vulneráveis e expostos ao vírus, não é afetado. A vacinação seguirá como prevista, condicionada à chegada das remessas de vacina previstas no cronograma informado pelo Ministério da Saúde”, informou a assessoria do órgão.  
Na sexta, 9, mais uma garantia: o presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Henrique Figueira, restabeleceu a validade do decreto estadual que incluiu os professores entre os integrantes de grupos prioritários para a vacinação contra a covid-19.

NA REDE BÁSICA,
RETORNO PRESENCIAL
Mas nem tudo correu bem no Judiciário fluminense para os educadores. No dia 6, o presidente do Tribunal de Justiça derrubou a liminar que impedia o retorno dos profissionais às unidades, públicas e privadas, da rede básica.
Os encontros e desencontros da política sanitária no Rio acenderam o debate sobre os grupos prioritários e o retorno presencial nas escolas. “Este momento era para ficar todo mundo em casa. Por, pelo menos, mais duas semanas. E depois, sim, abria as escolas”, resumiu a professora Ligia Bahia, acompanhando a nota divulgada no dia 5 pelo Grupo de Trabalho Multidisciplinar para Enfrentamento à Pandemia de Covid-19 na UFRJ.  O GT mostrou especial preocupação com o aumento do número de pessoas na espera por um leito de centro de terapia intensiva (CTI) no estado, em apenas um mês: de 64 pessoas, em 1º de março, para 701 em 31 de março.
A docente também entende que as pessoas com comorbidades têm prioridade sobre qualquer categoria profissional. E, antes dos professores, Ligia apontou outros grupos mais expostos ao vírus. “Várias pessoas da área de limpeza do sistema de saúde ainda não foram vacinadas”.
“É preciso que o processo de vacinação seja bastante racional”, resume a professora. “São duas lógicas legítimas: a epidemiológica e a da pressão social. A epidemiológica deveria prevalecer, pois o Brasil é um país com muita escassez de vacina e altas taxas de mortalidade”.
Documento divulgado na quarta-feira, 7, pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fiocruz, também considera inapropriada, neste momento, a reabertura das escolas no município do Rio de Janeiro. Os pesquisadores recomendam a volta das aulas presenciais somente após a melhora nos indicadores relacionados à pandemia.

INDIGNAÇÃO ENTRE
SINDICATOS
“Neste momento, o Rio é um dos estados com índices mais altos de contaminação, sem leitos de UTI e a gente sabe que a nossa mobilidade urbana não permite uma segurança para as famílias levarem suas crianças para as escolas”, criticou Duda Quiroga, dirigente do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe-RJ). “Tampouco para os profissionais irem trabalhar. Fora a questão da falta de estrutura das unidades escolares”, completou.
O Sepe defende vacina para todos e já. Mas, neste momento, reivindica que todos os profissionais convocados pelo estado e pelos municípios deveriam receber as duas doses da vacinação antes do retorno ao trabalho presencial.  O sindicato tem registrado várias mortes por covid entre os filiados que voltaram às escolas. “A maioria de óbitos é de gestores e secretários escolares que estão atuando nas unidades”, informa Fernanda Raquel, também dirigente do Sepe. Na rede particular de ensino, a indignação se repete.
“O Sinpro-Rio lamenta que, mais uma vez, a preservação da vida tenha ficado em segundo plano em detrimento do lucro, manifestada na decisão do presidente do Tribunal de Justiça”, afirmou o diretor jurídico do sindicato, Elson Paiva. “Toda semana, há casos de professores, alunos e funcionários contaminados nas escolas. Todo dia, recebemos informações. Não tenho nem como dizer a quantidade”, afirmou Elson. “O professor pode ter sido infectado no transporte público, no supermercado, na esquina? Pode. Mas uma coisa é certa: abrir a escola é aumentar a exposição de pessoas, não só dos professores, à contaminação”, destacou.  
Presidente da AdUFRJ, a professora Eleonora Ziller também considera absurda a imposição do retorno às aulas nesse momento. “Na situação que estamos hoje, é um absurdo colocar crianças em salas de aula. Como é absurdo abrir shoppings, academias”, observou.
A questão da abertura das escolas, para Eleonora, não se limita à vacinação dos profissionais. “O problema é a circulação das pessoas na cidade; é o encontro dessas crianças que não estão vacinadas na escola e a possibilidade de se tornarem vetores da doença”, destacou. Precisamos de um impacto restritivo imediato. O momento não é de normalidade”.

VACINAÇÃO DOS
PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Antes do calendário voltado para os trabalhadores da educação, já está em andamento a imunização dos profissionais de saúde. Confira a situação nas três cidades onde a UFRJ possui campi:

• Rio de Janeiro
Desde o dia 5, está sendo vacinado quem tem entre 59 e 50 anos (uma idade por dia, regressivamente), com a “repescagem” aos sábados. Os que atuam em hospitais de urgência e emergência poderão receber a vacina ao longo do mês nos locais de trabalho. Os demais devem se dirigir aos postos de vacinação, de 13h às 17h. Menos nos drive-thru, que são exclusivos para a vacinação de idosos.

QUAIS CATEGORIAS: O grupo inclui médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, biólogos, biomédicos, farmacêuticos, odontólogos, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, profissionais de educação física, médicos veterinários e os técnicos e auxiliares destas profissões.

DOCUMENTAÇÃO: Os profissionais de saúde devem apresentar no momento da vacinação a carteira do seu conselho de classe, comprovando que seu registro na profissão está ativo.

OBSERVAÇÃO: a reitoria solicita, a quem puder, que se vacine fora da universidade para sobrar mais doses para outros profissionais que também atuam nos hospitais, como os terceirizados.

• Macaé
Nesta quinta e sexta (8 e 9), receberam a vacina os profissionais de saúde com idade igual ou superior a 40 anos, na Cidade Universitária. No dia 8, foi a vez dos: fonoaudiólogos; nutricionistas; enfermeiros; técnicos de radiologia; professores de Educação Física; fisioterapeutas; biomédicos e condutores de ambulância (rede privada). No dia 9, a vacinação foi destinada aos: médicos farmacêuticos; terapeutas ocupacionais; veterinários; serviço social; biólogos, doulas, cuidadores de idosos, técnicos laboratoristas e psicólogos.

• Duque de Caxias
Não há calendário específico para a área de saúde. Prefeitura informa que todos os que trabalham na linha de frente da pandemia nas unidades de saúde da rede pública e privada já foram imunizados com as duas doses da vacina..


 
Foto: Alessandro Costa/Arquivo AdUFRJ
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