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Formar uma rede de cientistas que discutam violência e pressionar instituições, como Capes, CNPq e BNDES, a abrirem editais de fomento para pesquisas que discutam a proponham soluções para a segurança pública. Essas são duas das ações discutidas no sábado, 1º de novembro, na UFRJ. Mais de 80 pesquisadores de diferentes instituições do Rio de Janeiro, além de parlamentares, participaram do encontro organizado em reação à chacina do dia 28 de outubro, que matou mais de 120 pessoas. A tese dos pesquisadores é que a crise de segurança só pode ser resolvida com políticas baseadas em evidências científicas.
A ADUFRJ foi uma das organizadoras. "A ideia é que tenhamos recursos para que essa rede tenha condições de se estabelecer", explicou a presidenta do sindicato, professora Ligia Bahia. "Nós precisamos intervir no debate público sobre segurança, mas também atuar na defesa dos direitos sociais", resumiu. "Nossa intenção é constituir um fórum de pesquisa, de política e de ação", complementou o professor Michel Gherman, 2º vice-presidente da AdUFRJ.
Um dos maiores especialistas em segurança pública do país, o antropólogo Luiz Eduardo Soares criticou a operação realizada nos complexos do Alemão e da Penha. "Não é crível, não é verossímil, que alguém responsável possa acreditar que uma operação dessas tenha algum impacto além das mortes", disse. "Portanto, se trata de uma mudança de agenda pública. A extrema direita estava acuada. A soberania nacional estava ganhando cada vez mais espaço e, mais uma vez, o 'coelho na cartola' foi a carnificina, o banho de sangue", concluiu.
Ex-secretário nacional de Segurança Pública (1995-1997), Soares afirmou que a transição democrática não se cumpriu integralmente no Brasil, sobretudo nas favelas. "O abismo está diante de nós. De 2003 a 2024, 22.361 mortes foram provocadas por ações policiais no Brasil. Apenas uma fração mínima chegou aos tribunais e o Ministério Público é cúmplice disso", criticou. "O que vivemos hoje é fruto das ações da extrema direita".
Além da AdUFRJ, organizaram o encontro a SBPC, o CEE-Fiocruz e o CBPF.
A matéria completa você vê na próxima edição do Jornal da ADUFRJ.

? Alessandro Costa
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