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WEB menor112905aTer ou não ter aulas virtuais? O tema dominou a sessão extraordinária do Conselho Universitário. A reunião foi realizada por videoconferência, no dia 20 de maio, para dar continuidade à discussão iniciada no Consuni da semana anterior. Não houve uma decisão sobre como ou quando implantar um sistema on line, mas o debate expôs diferentes posições da comunidade acadêmica sobre o tema.
A ouvidora Cristina Riche recolheu propostas que chegaram até a ouvidoria na última semana. Ela fez uma síntese das demandas: plano de retomada acadêmica técnica e pedagógica; levantamento da situação econômica e social de estudantes, técnicos e professores; normativa específica para alunos em conclusão de curso; normativa sobre aulas remotas; regulamentação para projetos de extensão a distância; identificação de quais laboratórios estão em atividade na universidade; estudo sobre ventilação dos espaços que seguem funcionando; normatização de provas e avaliações a distância; criação de código de conduta na web; normas para entrada na universidade, controle interno de circulação, distanciamento, higienização.
O vice-reitor, Carlos Frederico Leão Rocha, falou sobre o formulário encaminhado aos estudantes para mapear quantos têm acesso à internet e computador em casa. A iniciativa seria uma forma de medir a capacidade do corpo discente de acompanhar uma possível retomada das atividades acadêmicas de maneira virtual (leia mais nas páginas 3 e 4).
“Estamos fazendo um levantamento de preços de chips para distribuir aos estudantes, pois entendemos que a inclusão digital dos nossos alunos é um importante passo para a inclusão social”, afirmou. Outras informações, segundo o dirigente, como número de cômodos na casa, ao serem cruzadas, poderão indicar as condições de estudo desses alunos.
Representante discente, Juliana Paiva argumentou que os formulários não conseguem traduzir as necessidades dos estudantes. “Deveriam contemplar condições de vida. Muitas vezes não é só o computador e a internet que definem o acesso a aulas remotas. O estudante tem computador, mas tem irmãos em idade escolar que dependem da mesma ferramenta. Ou é alguém que tem banda larga, mas é pai ou mãe e não tem com quem deixar a criança”, justificou.
O também estudante João de Paula argumentou que retomar as aulas de forma virtual, sem garantir que todos tenham acesso, vai contra toda a política defendida historicamente pela própria universidade. “Isso aumenta as desigualdades, joga no lixo a luta pela democratização do acesso e permanência”. Ele também criticou o formulário, que não teria condições de medir “a situação emocional dos estudantes”.
Em posição divergente, o professor Flávio Dickstein, representante dos Titulares do CCMN, afirmou que na sua unidade, “a maioria esmagadora de professores e estudantes quer a retomada das atividades”. Ele propôs um sistema que misturasse atividades a distância, semi-presenciais e presenciais. “Não podemos ficar esperando. Esse debate precisa começar agora. Ainda não sabemos como ficará o segundo semestre, mas temos que nos antecipar”.
O professor Guilherme Lassance também defendeu a retomada das atividades em plataformas virtuais. Docente da Arquitetura, ele é representante dos Titulares do CLA e propôs que a universidade adote o sistema on line com disciplinas eletivas. “Talvez pudéssemos pensar também em atividades alternativas de intercâmbio virtual com outras universidades que estão com aulas suspensas”, sugeriu.
A professora Cristina Miranda, representante do Colégio de Aplicação, falou da experiência do CAp em ambiente virtual. “A nossa interação remota com os estudantes é continuada, criamos um site, uma plataforma, mas não como substituição às aulas presenciais. Nosso trabalho de ensino com crianças e adolescentes é relacional, não cabe EaD”.
Pró-reitor de Planejamento e Finanças, Eduardo Raupp afirmou que a administração central não defende o retorno “açodado às aulas na pandemia”, mas disse que é preciso planejar. “Devemos debater de maneira fraternal como faremos se não for possível retomar as aulas presenciais este ano”.
Gisele Pires, pró-reitora de Graduação, reiterou que possíveis cenários de ensino “não serão efetivados sem profundo diálogo com o corpo social da UFRJ”. Ela esclareceu, por exemplo, que as decisões da universidade sobre conclusões de curso remotas e colações de grau a distância foram demandas dos estudantes. A professora informou que está em contato com pró-reitores de graduação de outras universidades para trocar experiências. “Estamos todos com muitas dúvidas sobre o que será o nosso normal daqui para frente”, concluiu.

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