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03WEB menor1140O Período Letivo Excepcional (PLE) ainda nem começou, mas já passa por mudanças. O Conselho de Ensino de Graduação adiou o começo das atividades remotas para o dia 24 de agosto, porque os chips de internet, que serão distribuídos para os estudantes, ainda não chegaram à universidade. O término do período também mudou para 14 de novembro. A reitoria aproveita o atraso do calendário para estudar alterações nas regras do PLE. A ideia é que professores e estudantes que aderirem ao período remoto não reponham as aulas de 2020.1. Na prática, o PLE se tornaria um semestre regular para quem oferecer e cursar disciplinas. Os que optarem por não participar poderão, ao final da pandemia, repor os conteúdos.
A iniciativa faz parte de um esforço da administração central para incentivar professores e unidades acadêmicas a ampliarem o número de vagas e turmas oferecidas de maneira remota nos 176 cursos que abrigam 55 mil alunos de graduação. Com a decisão de que as aulas remotas seriam facultativas a professores e estudantes, e que atenderiam preferencialmente aos formandos, o número de vagas abertas nas turmas está muito abaixo da expectativa dos próprios alunos.
A discussão sobre as vagas tomou boa parte da sessão do CEG, dedicada ao adiamento do calendário, no dia 5. Os estudantes fizeram inúmeras críticas à redução da oferta. Antonia Veloso, representante do DCE, informou que muitos alunos contemplados nos editais de inclusão digital não conseguiram vaga nas disciplinas oferecidas. “Eu mesma me inscrevi em várias matérias e não consegui nenhuma. Estou expulsa do PLE”, disse.
“Isso é constrangedor”, completou Victor Trindade. “Na medida em que temos limitação do número de vagas, nós caminhamos no sentido contrário ao da inclusão tão defendida neste conselho”, afirmou o estudante.
Alguns conselheiros fizeram ressalvas ao aumento da oferta de vagas e disciplinas. “Aprovamos um PLE facultativo. A discussão sobre o aumento de vagas me preocupa”, ponderou a professora Helga Gahyva, do CFCH. Ela reforçou que a universidade não pode voltar atrás na decisão que tornou o PLE opcional, para preservar direitos dos professores e dos estudantes que enfrentam mais dificuldades durante a pandemia.
Na próxima semana, o CEG vai decidir as novas datas dos atos acadêmicos que acompanham o PLE, como inscrição e trancamento de disciplinas, por exemplo. A pró-reitora de Graduação, professora Gisele Pires, explicou que a mudança nos prazos se deu por conta de recursos apresentados por empresas que concorreram na licitação dos chips. E que por isso a empresa vencedora tem até o dia 14 de agosto para entregar os dispositivos. “A empresa nos garantiu que fará a entrega antes, mas eles têm como prazo legal até o dia 14. Depois disso, ainda precisaremos entregar os cartões a todos os estudantes, o que também demandará tempo. Por isso, a data de 24 de agosto é mais segura”, explicou.
A professora Juliana Milanez, representante do campus Macaé, chegou a solicitar o adiamento para 31 de agosto. Ela alegou problemas logísticos na distribuição de chips para um alto contingente de alunos que moram fora da cidade. A proposta, porém, teve pouca adesão.

Medicina quer aulas
Os estudantes de Medicina de Macaé exigiram, no CEG, o adiantamento das aulas teóricas que fazem parte de matérias teórico-práticas do curso, a exemplo do que já está acontecendo com a Medicina do Fundão. A Portaria 544 do MEC proíbe que disciplinas práticas dos cursos de Medicina no país sejam dadas de maneira remota. Mas a Medicina do Fundão solicitou por ofício que as aulas teóricas dessas disciplinas pudessem ser dadas no PLE. “Os alunos passariam ao período posterior para a realização das aulas práticas e só então as notas seriam lançadas. Esta foi uma solicitação feita pela Faculdade de Medicina e acatada por nós”, explicou a pró-reitora Gisele Pires.
Os cursos da Faculdade de Medicina e o curso de Medicina de Macaé receberam autorização do CEG para iniciarem as aulas remotas desde o dia 13 de julho, mas os estudantes de Macaé reclamaram que ainda estão sem aulas. “Não há argumento para justificar a disparidade de tratamento entre os cursos de Medicina da UFRJ”, reclamou o estudante Jhosen Congeta.
A pró-reitora informou que a coordenação do curso de Macaé pode fazer a mesma solicitação, via ofício, ao colegiado. E que outros cursos também podem requerer o adiantamento de aulas teóricas das disciplinas práticas. “O que eu não posso é deliberar de cima para baixo sobre este tema, pois aí deixa de ser exceção e vira regra”, concluiu.

Cotas no PIBIC
O CEG aprovou o primeiro edital de ações afirmativas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica da UFRJ. A seleção é voltada para estudantes que ingressaram pelo sistema de cotas. O edital foi aprovado na semana passada também pelo CEPG. “Solicitamos 200 bolsas, mas ainda não sabemos quantas vamos receber”, informou a professora Sandra Becker, relatora do processo. “Queremos contribuir para a permanência de nossos alunos ingressantes pelas ações afirmativas, compreendendo que não existe ensino sem pesquisa, nem pesquisa sem ensino”, declarou.
“Historicamente, a pesquisa é negada a um grupo de pessoas na nossa sociedade e aprovar este edital hoje é um enorme salto de reconhecimento do papel e da importância dessas pessoas, e de popularização da pesquisa”, comemorou a estudante Antonia Veloso.
(Colaborou Lucas Abreu)

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