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Lucas Abreu e Liz Mota Almeida

04WEB menor1140O adiamento do período letivo excepcional e a enxurrada de queixas dos alunos sobre a reduzida oferta de vagas nas aulas remotas provocaram uma renegociação entre os cursos, a reitoria e o Conselho de Ensino de Graduação. Oficialmente, as inscrições terminaram no dia 5, mas o CEG estuda ampliar o prazo. Uma nova rodada de inscrições depende do aumento de vagas e turmas. O colegiado deve decidir na próxima quarta-feira, 12.
“A reabertura das inscrições depende do CEG, mas deve ser aprovada”, contou a professora Gisele Viana Pires, pró-reitora de Graduação. Gisele contou que a pró-reitoria (PR-1) ficou surpresa com o baixo número de vagas oferecida no PLE. “Nós, da PR-1, fomos a alguns centros, como CCJE, CCMN, e a Macaé conversar com coordenadores de curso e diretores de unidade para incentivar a abertura de mais vagas”, disse.
A reitoria estuda mecanismos para estimular este aumento.
“A reitoria deseja que sejam ofertadas o máximo possível de vagas e se empenhou para isso”, disse o vice-reitor, professor Carlos Frederico Leão Rocha. O dirigente dará aulas no PLE e ampliou o número de vagas oferecidas em sua disciplina – Teoria Microeconômica 1. “Existe insegurança por parte de alguns docentes em relação à tecnologia e existem alguns docentes que são contrários às aulas remotas”, resume o professor. “A resolução do ensino remoto foi aprovada com caráter facultativo. O caráter facultativo permite que quem esteja inseguro e quem seja contrário não dê aula. Mas ressalto que isso é contra o interesse dos alunos”, avaliou Fred, destacando que a resolução aprovada no Consuni não se questiona.
“É compreensível que os professores queiram oferecer menos vagas. É uma novidade, não fez parte da formação da imensa maioria, mas isso não pode resultar em, por exemplo, turmas com apenas cinco vagas”, resumiu Antônia Veloso, diretora do Diretório Central dos Estudantes. “Estamos frustrados. A resolução fala em oferta de vagas sem prejuízo a nenhum aluno, mas a própria oferta de vagas está prejudicando os alunos”, explicou. “Cada curso está fazendo de uma forma”, lamentou.
Para Josué Medeiros, professor do IFCS e diretor da AdUFRJ, o grande interesse dos alunos pelo PLE surpreendeu a todos. “Ninguém imaginou que a demanda por disciplinas seria tão grande. Isso foi subestimado como um todo”, analisou. “Essa grande demanda revela o quanto a universidade está mobilizada”. Josué admite, entretanto, que pode haver prejuízos na qualidade do ensino no PLE, e que os professores e alunos já estão cientes do risco.
“Todos estamos conscientes de que vamos perder coisas, mas é melhor ter aulas e mantermos os laços do que não ter”, opinou. “Como disse um e-mail do SIGA (Sistema Integrado de Gestão Acadêmica) que virou meme, somos humanos e vamos errar”, lembrou.
No IFCS, a correria por matérias também foi intensa e os departamentos ampliaram a oferta inicial exclusiva dos formandos para todos os alunos, tanto em obrigatórias quanto em optativas. “O incômodo do IFCS com o PLE são justamente as idas e vindas de decisões, que são os processos dessa pactuação que vem de cima, dos conselhos superiores, e que começaram a gerar ruído e tensão porque a cada semana tem uma novidade”.

INFRAESTRUTURA
A pane em um servidor, específico para armazenar grandes bancos de dados, afetou o início das inscrições de disciplinas para o período excepcional. O problema fez a UFRJ ficar entre os assuntos mais comentados no Twitter.
Segundo o superintendente de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), professor João Graciano, a causa foi um pico de energia. “É um equipamento muito sofisticado, com vários sistemas de segurança. Esse pico de energia afetou um desses sistemas de segurança. Ele não saiu do ar, mas ficou lento”, explicou. O nobreak que protegia o servidor deu defeito alguns dias antes, também por causa de um pico de eletricidade. “Já estamos em um processo de licitação para um novo nobreak”, disse. O docente informou que o processo de passagem dos dados do equipamento antigo para um novo foi concluído esta semana.

Diretores relatam preparação para aulas remotas

Em uma universidade complexa como a UFRJ, a diversidade marcou o planejamento para o período letivo excepcional.
Integrante da Direção Adjunta de Graduação, a professora Silvia Cavalcante conta que, assim que surgiu a hipótese das aulas remotas, a faculdade enviou para todos os 4,1 mil alunos um formulário sobre o tema. “Muitas respostas criticavam a possibilidade das aulas remotas, e somente 387 responderam como possíveis concluintes. A oferta de vagas foi feita a partir da manifestação do interesse dos alunos, o que restringiu o número de vagas. Agora, estamos tentando aumentar”.
A Escola de Comunicação também fez uma pesquisa, mas a adesão foi bem maior, o que permitiu um planejamento detalhado para o início das aulas remotas. Mais de 70% dos 1.250 alunos da ECO responderam ao levantamento. “Fomos percebendo que a comunidade da ECO tinha uma vontade de retorno, mas com condições que implicavam, essencialmente, em não prejudicar quem esteve impactado dentro do contexto da pandemia”, disse a diretora Suzy dos Santos.“Tentamos colocar os interesses da nossa comunidade e o que era necessidade para os formandos, porque o modelo do PLE da UFRJ prioriza os concluintes”, contou Suzy. “Isso resultou numa adesão massiva da unidade ao PLE, de quase 96% dos docentes, incluindo 100% dos substitutos. “Estamos oferecendo 147 disciplinas, a grande maioria de complementares. Nunca tivemos um quadro de oferta tão grande e diversificado”, orgulhou-se a diretora.
No Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, o processo foi mais simples graças a uma decisão dos professores, que optaram por oferecer o número normal de vagas e disciplinas no PLE. “Aqui na Biofísica um pouco mais de três quartos das vagas que temos são para cursos de outras unidades, especialmente para os das áreas biomédicas”, explicou o professor Bruno Lourenço Diaz, diretor do IBCCF. “Decidimos que ofereceríamos todas as vagas normalmente”. O Instituto ofereceu 4 mil vagas em 95 disciplinas, e 95% dos professores aderiram ao PLE. “Muitos cursos têm solicitado que a gente aumente o número de vagas disponíveis, e estamos estudando essa possibilidade”, afirmou o diretor.

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