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06WEB menor1140Das vinte universidades que mais produzem conhecimento no país, nenhuma é privada. Noventa e cinco por cento da produção científica do Brasil ocorrem nas universidades públicas”, destacou Débora Foguel, professora do Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis, no último Tamo Junto, dia 31. O encontro virtual, promovido todas as sextas pela AdUFRJ, debateu o papel social da Universidade e o Ensino Remoto.
Débora, pró-reitora de Pós-graduação da UFRJ entre 2011 e 2015, apresentou dados que revelam o crescimento das universidades brasileiras, mas destacou a necessidade de ampliar o investimento. “Apenas 0,8% dos brasileiros concluíram o mestrado”, disse. “A nossa obra na pós-graduação não é inacabada, ela é quiçá começada”.
Trazer mais pessoas para a educação superior vai ajudar a preservá-la, apontou a docente. “Se a pessoa não viveu a vida universitária, dificilmente vai valorizá-la e defendê-la. A Universidade tem que se fazer valer para o seu povo”, lembrou.
A professora desmentiu lendas comuns sobre as universidades brasileiras. “Não venham nos dizer que a gente produz pouco ou produz mal. Em muitas áreas a gente está perto, ou mesmo acima, da média mundial”, frisou Débora. Segundo ela, a ciência brasileira produz com cada vez mais excelência. “O impacto médio das nossas publicações está crescendo”.
Débora não vê necessidade de programas para fomentar o empreendedorismo nas universidades públicas. “As universidades brasileiras interagem com empresas tanto quanto seus pares no mundo”, enfatizou a docente. “Não podemos aceitar Future-se. Há elementos que mostram que a gente não precisa daquilo, porque a gente já faz”.
Outra lenda desmontada foi a da suposta baixa produtividade das ciências humanas no país. “Se fizermos a pergunta certa aos profissionais das ciências humanas, saberemos a verdade”, disse Débora, após exibir o crescimento das publicações de livros dessas áreas. “Mas até mesmo no indicador dos artigos, as ciências humanas cresceram mais do que a média nacional nos últimos anos”, completou.
A conversa também tratou das dificuldades em manter viva a produção de conhecimento devido ao distanciamento social. Denise Pires de Carvalho, reitora da UFRJ, participou do encontro e compartilhou uma experiência pessoal muito bemsucedida ao ministrar aulas no ensino remoto. “Para mim, já está provado que haverá aprendizado”, afirmou.
Para a realização das aulas remotas, Débora reforçou aos colegas a necessidade de “não deixar ninguém pra trás”. “Façam dessas aulas algo afetuoso, pois eles só vão ficar se houver essa mescla de conteúdo e carinho”, aconselhou a ex-pró-reitora, emocionada ao relatar a troca virtual vivida com um grupo de alunos durante a pandemia.

 

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