facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

Alguns problemas marcaram a primeira eleição virtual para a direção do Andes-SN. Diante das dificuldades apresentadas pelo inédito modelo de votação telepresencial, o quórum nacional caiu (leia mais AQUI). Na UFRJ, por outro lado, uma notícia positiva: a participação dos docentes no pleito cresceu 40%. De 542 votantes, em 2018, para os 762 de agora.    
“Nacionalmente, o processo é preocupante. O quórum e o universo de sindicalizados caíram”, afirmou a presidente da AdUFRJ, professora Eleonora Ziller. “Mas, do ponto de vista da UFRJ, estamos muito felizes. A vitória de uma ou outra chapa é o menos importante. O mais importante é que fomos eleitos com uma proposta de fortalecer o Andes na UFRJ. E nós conseguimos aumentar muito o quórum em relação à eleição anterior”, completou.
Presidente da Comissão Eleitoral Central, a professora Raquel Dias Araújo minimizou a redução do número de votantes. “O total diminuiu, mas superou nossas expectativas. Esses 13 mil são o segundo maior resultado de eleição do Andes, nos últimos 20 anos. Só fica abaixo exatamente das últimas eleições, de 17 mil”, disse. Raquel considerou que o período curto entre a decisão pelo retorno do processo eleitoral (durante o 9º Conad Extraordinário, em 30 de agosto) e a votação pode ter contribuído para a queda. Além da organização de infraestrutura para uma eleição “absolutamente nova para todo mundo”.
Nova e problemática. A demora para acessar o sistema de votação, dificuldades de comunicação entre a comissão local e a comissão central, sindicalizados precisando votar em separado e o atraso na apuração tiraram a tranquilidade dos professores. “A gente especula que a experiência de votação no primeiro dia de uma parcela considerável dos docentes foi muito ruim. No período da manhã, fiquei 50 minutos esperando para votar e não consegui”, relatou o professor Jackson Menezes, diretor da AdUFRJ e presidente da Comissão Eleitoral Local.
Confira abaixo as entrevistas com os professores Jackson e Raquel.

ENTREVISTA I JACKSON MENEZES
Diretor da Adufrj e Presidente da Comissão Eleitoral Local

WhatsApp Image 2020 11 10 at 21.07.13Como foi o trabalho da Comissão Eleitoral Local?
Aos membros da comissão eleitoral não era permitido acesso às seções de votação. Como presidente da comissão, em nenhum dia consegui entrar nas salas para prestar esclarecimentos.  Quando eu entrava no sistema, já aparecia uma mensagem que eu tinha votado e não me direcionava mais (para as salas). Houve fiscais também que não conseguiram acessar as salas. Fomos uma Comissão Eleitoral Local quase sem função. No final de cada dia, a gente se reunia para discutir relatos de pessoas. Não havia dados para trabalhar.

Como foram formadas as mesas virtuais de votação da AdUFRJ?
Foi solicitado para a comissão local enviar uma lista de mesários, indicando os presidentes e secretários. Na comissão local, definimos que para cada mesa de votação sempre teria um indicado pela chapa 1 e um pela chapa 2. E haveria revezamento: por exemplo, no turno da manhã, a presidência seria da chapa 1; no turno da tarde, da chapa 2; à noite, retornaria para a chapa 1; no dia seguinte, começaria ao contrário e assim sucessivamente. A informação que chegou no dia 2 de novembro foi que a gente deveria reformular aquela planilha, pois não teríamos a possibilidade de colocar uma pessoa que exerceu a função de presidente no turno da manhã como secretário à tarde. A eleição começou na terça com uma lista que sinceramente não sei qual foi. No primeiro dia de votação, a Comissão Eleitoral Local solicitou esclarecimentos sobre o processo de escolha e até agora não obtivemos nenhuma resposta.

E quanto aos votos em separado?
As pessoas chegavam para votar e o nome não estava na lista de votantes. Nós tivemos 21 votos em separado, nos dias 3 e 4. E 30 votos, nos dias 5 e 6. No total, 51 votos (ao fim, 13 não estavam aptos). A comissão local recebia uma listagem para validar. Para o segundo bloco, publicaram uma circular dizendo que iriam nos enviar a lista até 22h e até meia-noite, teríamos de responder. Até meia-noite, a gente não tinha recebido a lista dos dias 5 e 6 e não nos avisaram nada. Recebemos a lista às 00h55 do dia 7, trabalhamos até 1h51 e enviamos para eles. Só fomos informados depois que o prazo havia sido estendido.

O professor Roberto Leher, que foi presidente do Andes, a reitora Denise Pires de Carvalho, por exemplo, votaram em separado...
Ficamos preocupados. Será que não colocamos esses nomes na lista de votantes? Eu fiz esse trabalho de pegar a lista que enviamos para o Andes e os nomes constavam. Mas tivemos três ou quatro casos de sindicalizados que não estavam na nossa listagem inicial de votantes.

Alguma mensagem para quem participou da eleição?
Primeiro, é um agradecimento aos membros da Comissão Eleitoral Local. Mesmo sem muita informação do que a gente poderia fazer, todo mundo se empenhou o máximo possível. Agradecer a todos que compareceram a votar. Parabenizar a diretoria que nos deu todo o suporte. E agradecer aos mesários e aos fiscais que trabalharam e nos ajudaram nesse processo.

ENTREVISTA I Raquel Dias Araújo
Presidente da Comissão Eleitoral Central

Por que houve tanto problema no início da eleição?
Tivemos dificuldade muito grande do envio, por parte das seções sindicais, dos dados dos sindicalizados. O segundo problema, maior que o primeiro, foi exatamente a lista dos mesários. Houve erro que impossibilitava o acesso ao sistema. Nós passamos o primeiro dia inteiro só resolvendo problema de dado de mesário que estava errado, como CPF, ou mesário que esqueceu a senha. Só a partir da metade do segundo dia que o sistema foi se estabilizando.
 
Qual foi o critério para composição das mesas?
Não poderia haver dupla função, pois cada pessoa era registrada apenas uma vez no sistema. Só podia acessar se a função fosse informada. Quando a função não havia sido definida (pela comissão local), fomos preenchendo no primeiro dia, quando a pessoa entrava em contato.

Às vezes, os fiscais não conseguiam retornar para a mesma sala, quando caía a conexão. Por quê?
Essa foi uma definição na montagem do sistema. O acesso era por ordem de entrada. O primeiro presidente que logasse no sistema ia, digamos assim, para uma sala virtual número 1. O primeiro secretário que logasse não ia cair na sala 2, caía exatamente na sala 1. E o primeiro fiscal, caía na mesma sala. Se um fiscal da chapa 1 saiu porque caiu a internet e há outro fiscal da chapa 1 na fila, o que saiu vai cair em outra sala quando tiver espaço.

Por que professores sindicalizados há muito tempo votaram em separado?
Houve dois grupos de votos em separado: o tradicional, quando a pessoa não está lista; e o das pessoas que estavam na lista, mas foram desviadas para essas mesas nacionais de voto em separado. Se as mesas da seção sindical estivessem ocupadas, para agilizar a votação, a pessoa poderia ser direcionada para essas mesas.  

Por que a apuração atrasou tanto?
Foi o problema do envio e, depois, da resposta (da validação dos votos em separado). Havia um volume muito grande de voto em separado. No último dia de votação, às 21h, havia 80 mesas com fila em todo o país. Até encerrar e gerar a lista de votos em separado, isso demorou mais tempo que o previsto. A gente mandou um comunicado às 4h30 (estendendo o prazo de validação).

NÚMEROS DA UFRJ

2014
(chapa única)

3.290 aptos a votar
307 votantes

Chapa 1: 296 votos
Brancos e nulos: 11 votos

2016
(chapa única)

3.659 aptos a votar
456 votantes

Chapa 1: 416 votos
Brancos e nulos: 40 votos

2018
(duas chapas)

3.481 aptos a votar
542 votantes

Chapa 1: 295 votos
Chapa 2: 232 votos
Brancos e nulos: 15 votos

2020
(duas chapas)

3.847 aptos a votar
762 votantes

Chapa 1: 364 votos
Chapa 2:  396 votos
Brancos e nulos: 2 votos

 

Topo