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Desesperar jamais
Aprendemos muito nestes anos

Afinal de contas, não tem cabimento
Entregar o jogo no primeiro tempo
Ivan Lins

Na semana em que encerramos o difícil 2020.1, já nos preparando para enfrentar 2020.2 em voo direto sem escalas, vimos os noticiários se transformarem em verdadeiros espetáculos macabros da devastação que tomou conta do país. O descaso e o menosprezo do governo federal com o descontrole da pandemia não têm paralelo no mundo. Juntemos as chantagens e ameaças de cortes de verbas, reduções salariais e tudo o mais que está em discussão na Câmara e no Senado, e teremos um março dos mais tristes e difíceis de nossa história.

Quando um obscuro deputado consegue acionar a CGU para intimidar a universidade é sinal de que algo de podre está se espalhando em nossa vida democrática. O caso do ex-reitor Pedro Hallal e do professor Eraldo dos Santos, ambos da UFPEL, é um sintoma que não pode ser menosprezado. Bolsonaro se elegeu com um indisfarçável projeto autoritário, revelado sem nenhum pudor em muitas oportunidades. Até aqui tem encontrado alguma dificuldade para impor a mordaça que gostaria, mas não podemos menosprezar o quanto tem avançado, principalmente nas universidades menores e mais afastadas dos grandes centros urbanos. O STF já se manifestou contra qualquer tentativa de restrição ao livre debate nas universidades, reafirmando o caráter inconstitucional dessas iniciativas.

A pergunta que fica no ar: diante desta hecatombe nacional, o que falta para darmos fim a esse governo? Estamos todos anestesiados e sem ação diante de um governo que só faz avançar sobre nossos direitos? Será verdade que ele já aparelhou os órgãos de segurança e tem inclusive o controle sobre as polícias? No emaranhado político dos últimos dias fica cada vez mais evidente a dificuldade que Bolsonaro tem em orquestrar todos os interesses que cercam o seu governo. Ao mesmo tempo, cresce em todo o país o movimento por “Vacina Já”, a volta do auxílio emergencial de R$ 600,00 e “Fora Bolsonaro!”. A última plenária das diversas frentes e movimentos sociais reuniu mais de 400 pessoas no dia 3 de março. São elas representantes das mais diversas categorias profissionais, movimentos sociais, com um espectro político bastante diferenciado. Não reverteremos a fragmentação da oposição em tão pouco tempo e não há fórmula mágica para sairmos desse imbróglio. Entretanto, existe sim alguma coisa que poderá fazer com que tudo isso se afirme num grande movimento de salvação nacional: a população compreender de forma inequívoca que há responsabilidade direta do governo nas mais de 260.000 mortes oficiais por covid-19 e que há a possibilidade real de as coisas melhorarem caso ele seja deposto.

Nada disso será fruto de geração espontânea. É preciso cultivo paciente e persistente, mesmo que em condições adversas. Seguiremos fazendo tudo o que está ao nosso alcance, em todas as frentes, sem descanso. Não nos intimidaremos, nenhum de nós está sozinho nessa luta. Ainda temos nosso sindicato, a Constituição está de pé e as universidades são uma das mais importantes trincheiras da luta pela democracia, pela Ciência e pela vida!

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