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WhatsApp Image 2022 08 15 at 11.51.25Foto: Alexandre MedeirosO pátio de pilotis do Edifício da Amizade da PUC-Rio, cenário de resistência contra a ditadura militar no período mais repressivo dos anos 1970, ficou lotado na manhã da última quinta-feira. Mobilizada por mais de 40 entidades da sociedade civil, a leitura da Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito levou centenas de pessoas ao campus da Gávea, em um dos mais simbólicos atos do país em defesa da democracia nesse já histórico 11 de agosto.
A presidente da Associação de Docentes da PUC-Rio, Alessandra Maia, professora do Departamento de Ciências Sociais, abriu os trabalhos com uma defesa do sistema eleitoral brasileiro. “Esses tempos de ameaças às eleições, às urnas eletrônicas, ao método, à Ciência, ao sistema eleitoral que torna possível o ritual democrático de nosso país há pelo menos 25 anos, explicam um pouco o que nos traz aqui. Há que se respeitar o voto, o resultado das eleições”, disse Alessandra.
Um dos momentos mais emocionantes do ato foi o discurso do diretor do Departamento de História, professor Marcelo Jasmin. Ele lembrou que era um dos estudantes que, em maio de 1977, ocuparam o mesmo pátio da PUC em plena ditadura para pedir democracia. Eram sete mil pessoas desafiando uma ordem do governo militar, que proibira manifestações estudantis. “Embora helicópteros fizessem voos rasantes aqui nos filmando, ameaçando, intimidando e lançando bombas de gás lacrimogêneo, os pilotis da PUC-Rio se tornaram um local de encontro e de articulação de entidades da sociedade civil em defesa das liberdades democráticas”, recordou Jasmin, muito aplaudido.
Também o vice-reitor da PUC, professor Augusto Sampaio, enfatizou a importância de realizar o ato em um local de resistência ao autoritarismo. “A PUC sofreu muito com a ditadura. Nosso Diretório Central dos Estudantes se chama Raul Amaro em memória de um ex-aluno nosso que foi assassinado pela ditadura. Quem viveu aquele período sabe a importância de defender o Estado Democrático de Direito”, disse Sampaio. A carta foi lida por professores de diversos departamentos da PUC, além de representantes da Associação dos Funcionários e do DCE. Ao final da leitura, a plateia gritou “Fora, Bolsonaro” e cantou o Hino Nacional.
Para o jornalista Octávio Costa, presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), uma das entidades organizadoras do ato, o 11 de agosto representou um levante da sociedade civil contra as ameaças golpistas do governo Bolsonaro: “Não há como ficar em cima do muro. Nós temos a barbárie contra o direito, a barbárie contra a democracia, e a ABI está tomando partido. Estamos aqui em defesa da democracia, do processo eleitoral e do resultado das eleições. Porque temos um presidente que ameaça não respeitar o resultado e fazer o que se fez nos Estados Unidos em 6 de janeiro do ano passado, quando invadiram o Capitólio. Isso não vai acontecer aqui”, disse Octávio.

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