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bandeira adufrjFoi em 1989 a primeira vez em que a voz rouca de Lula nos convocou a colocar a estrela no peito e nos livrar do medo de ser feliz. Em 33 anos, muitos de nós se decepcionaram com o pragmatismo dos governos petistas e aposentaram as estrelinhas de metal. Hoje, no entanto, não é dia de cavucar velhas mágoas. Ao contrário, temos mais uma vez a oportunidade de trocar o medo pela esperança, e enterrar 48 meses de pesadelo bolsonarista.
A diretoria da AdUFRJ se orgulha de ter se antecipado e declarado voto em Lula antes das outras seções sindicais do país. Não fizemos isso por simpatia incondicional ao criador do Reuni e das cotas. Fizemos apenas por avaliar que era o candidato com maiores condições de nos livrar da chaga de Bolsonaro e de tudo que ele representa para a universidade, para a Ciência e para os direitos humanos.
Há cinco meses, nosso jornal trata do tema, direta ou indiretamente, com reportagens sobre cortes orçamentários e análises do cenário político nacional. Somos professores universitários e experientes o suficiente para saber que a eleição de Lula não é uma panaceia que irá resolver tudo do dia para noite. Mas é o que temos pra hoje e onde devemos concentrar nosso foco. Falta pouco e esse pouco será melhor e menor se a vitória final vier depois de amanhã, na noite de 2 de outubro.
Ganhar no primeiro turno não é massacrar o direito de outras candidaturas se apresentarem. É reduzir o flerte com ameaças golpistas e antecipar o triunfo da democracia, usando inclusive a blindagem das eleições parlamentares. Isso porque os parlamentares eleitos, mesmo os do campo bolsonarista, não estarão dispostos a rever o resultado das urnas que os elegeram, e portanto, não irão aceitar uma revisão do pleito.
Terminamos a edição da semana com a ansiedade juvenil de não fazer ideia se haverá ou não segundo turno, mas temos a certeza de que os professores da UFRJ estão no lado bom da História e irão cerrar fileiras para defender a democracia. E um dos pilares dessa defesa é a escolha de uma bancada parlamentar comprometida com a produção libertária do conhecimento. Tema, aliás, de manifesto lançado pelo Observatório do Conhecimento aos candidatos ao Legislativo e de artigo da reitora da UFRJ, na contracapa desta edição.
Também há nesta edição uma análise robusta do debate de quinta-feira, a partir do olhar de professores da UFRJ. Em síntese, nossos colegas do IFCS e da Escola de Comunicação elogiaram um Lula firme, mas criticaram o formato desgastado do debate, que abre mais espaço para provocações e caricaturas que nada contribuem para a política e para a democracia, do que para o amplo confronto de ideias e programas eleitorais.
Enfim, depois de debates ruins, pesquisas inconclusivas e a semana mais longa de nossa história recente, esperamos que o domingo termine com Baco, numa deliciosa festa, que encerre quatro anos de tristeza. Pois, como ensina o professor de História Luiz Antonio Simas, em seu livro “O corpo encantado das ruas”: “Sem o repouso das alegrias, cá pra nós, ninguém segura o rojão”.
Boa leitura, e Lula Lá!

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