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WhatsApp Image 2023 02 03 at 20.40.45A secretária de Educação Superior do MEC e ex-reitora da UFRJ, professora Denise Pires de Carvalho, esteve na 13ª Bienal da UNE, que acontece no Rio de Janeiro até domingo (5).

Denise foi anunciada como “uma das principais vozes que denunciaram o que Bolsonaro fez contra as universidades”. Em sua fala, a secretária defendeu a expansão do ensino superior “público, inclusivo, laico e universal”.

“Espero, na SESu, fazer o que fizemos na reitoria da UFRJ. Fazer da universidade mais inclusiva. Porque sempre fomos a favor das cotas e do Reuni. E eu vou chamar aquele de Reuni 1, porque eu lutarei para que haja um novo Reuni”, disse Denise.

“Haverá reajuste das bolsas de pesquisa. Nós do governo não queremos só reajuste das bolsas, mas também a ampliação do número de bolsas”, garantiu a secretária. Denise afirmou que o anúncio do reajuste será feito em breve pelo presidente Lula.

A secretária concedeu entrevista exclusiva ao Jornal da AdUFRJ. Falou sobre os primeiros projetos do MEC para a educação superior, o reajuste de bolsas de pesquisa e como o governo quer estar em diálogo com a sociedade. Confira a seguir.

Jornal da AdUFRJ — Qual é o simbolismo da vinda da secretária de Educação Superior do MEC a um evento da UNE?
Denise Pires de Carvalho - O ministro Camilo Santana recebeu o botton de ministro das mãos da UNE e da UBES. Isso já é uma sinalização de que o MEC quer dialogar. O ministro fala sempre isso, que será o governo do diálogo. Não poderia ser diferente. Nós existimos devido aos estudantes, devido à juventude. A educação é feita para que a juventude brasileira possa se desenvolver na sua plenitude. É muito importante que nós possamos participar do evento da UNE e ter a UNE próxima do governo, com todas as críticas que possam vir.

Aqui a pressão foi muito forte pelo reajuste das bolsas. Existe algum impasse para o anúncio?
Atrasou porque não será um reajuste linear. Dependemos de estudos para as diferentes modalidades de bolsa. Nós temos uma lei orçamentária anual. A LOA não foi feita pelo atual governo e o que está previsto nela retira recursos, ainda mais, da Educação, Ciência e Tecnologia. Nós trabalhamos no mês de janeiro para a recomposição desse orçamento, que dependeu da PEC da Transição. A PEC da Transição recompõe, por exemplo, o orçamento das universidades federais e vai permitir o reajuste das bolsas. Essa é a primeira dificuldade: conseguir ampliar em que percentual, quais bolsas, para que haja também uma ampliação no número de bolsas. Isso é uma questão. A outra questão é que há bolsas em diferentes locais. As que são concedidas pela CAPES e pelo CNPq, que são concedidas pelas universidades e até pela própria SESu. Toda vez que achamos que terminou o estudo, vem um conjunto de bolsas que tinha sido esquecido. As bolsas de iniciação científica, por exemplo, são complementadas pelas universidades. Então, o reajuste que nós daremos no CNPq para essas bolsas, as universidades terão que arcar e isso impacta no orçamento de custeio das universidades. É só isso, uma questão administrativa. Há orçamento destinado para isso. O presidente Lula quer anunciar o reajuste, é necessário o reajuste e, portanto, o reajuste ocorrerá.

Em seu discurso você falou em fazer um novo Reuni, mas o desmonte das universidades é muito grande. Não é ousadia falar em um novo Reuni quando há tanto a reconstruir?
Não, não é. Estamos trabalhando diuturnamente para que haja a reconstrução. Ao mesmo tempo, o ministro quer um levantamento de obras paradas, porque o presidente Lula quer retomar as obras paradas. Nós precisamos de um novo Reuni, que não será uma reprodução do Reuni 1. Não será uma ampliação de vagas em todas as áreas do conhecimento, mas isso terá que ser pactuado com a Andifes. Por que não pensar em chegarmos a cem universidades federais? A dúvida é se serão novas universidades ou novos campi. Eu acho que é melhor novos campi nesse momento, mas quero discutir isso com a Andifes. É o governo do diálogo. Há carreiras que têm altíssima demanda, essas carreiras precisam de ampliação de vagas, porque há uma pressão enorme no Fies. Para o curso médico, por exemplo, que é um curso que se expandiu muito no sistema privado, mas quase nada ou muito pouco no sistema público, há uma elevadíssima demanda da sociedade.

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