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Kelvin Melo
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A pandemia atrasa — e muito — a contratação de novos docentes concursados na UFRJ. No fim de dezembro do ano retrasado, a universidade lançou três editais para a seleção de 119 professores. Até o fechamento desta matéria, um ano e dois meses depois, nenhuma vaga foi ocupada.

A pró-reitoria de Pessoal (PR-4) ainda não dispõe dos resultados das unidades que fizeram provas. Os processos precisam tramitar antes pela Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD) e pelo gabinete da reitoria. “O que podemos informar no momento é que nenhum candidato foi nomeado e, logo, não foi convocado para posse”, afirma a superintendente administrativa Maria Tereza Ramos. Nomeações esporádicas ocorridas no período são resultantes de editais mais antigos.

A instituição começava a retomar as atividades em 2020, após o recesso, quando a crise de saúde pública do novo coronavírus tornou prioritário o isolamento social, em março. Os concursos docentes, considerados essenciais, não foram suspensos. Mas, segundo a pró-reitoria de Pessoal, as unidades não se sentiram seguras para realizar a etapa de prova escrita, obrigatoriamente presencial por resolução do Consuni.

Em outubro, a PR-4 divulgou um ofício com orientações de biossegurança para a prova escrita presencial. Medidas como alocar no máximo dez candidatos por sala e manter distanciamento mínimo de quatro metros quadrados entre os candidatos fazem parte do documento. A pró-reitoria também permitiu a realização das demais etapas do concurso por videoconferência.

O ofício ajudou a deslanchar o processo em alguns locais, mas foi insuficiente para outros. É o que esclarece o professor Vantuil Pereira, diretor do NEPP-DH e coordenador da comissão executiva de concurso docente, responsável por esclarecer dúvidas dos departamentos e unidades. “As principais dúvidas estão relacionadas à estrutura das salas. Existe concurso na Letras, por exemplo, que tem 70 candidatos. A preocupação é como alocar esse número. Precisa de sala ou salas com tamanho considerável, e envolve pessoal de limpeza também”, observa. “Quase todas as unidades que realizaram concursos em dezembro e janeiro tinham quantitativo muito pequeno de candidatos”, completa.

Outro problema é o prazo. Por resolução do Consuni, as unidades têm até um ano para enviar os resultados dos concursos para a Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD) fazer a homologação. Quem não realizar as provas pode solicitar uma prorrogação de mais seis meses. O Conselho Universitário já adotou o expediente no fim do ano passado, estendendo o prazo de todos os editais até o fim de junho. Mas, durante uma plenária de decanos e diretores realizada no início do ano, vários dirigentes expressaram dificuldades para cumprir o prazo atual e solicitaram nova prorrogação. O quadro que ilustra essa reportagem, com poucas provas realizadas ou marcadas, reflete a situação.

O professor Vantuil destaca a necessidade de a UFRJ concluir esses concursos. “É um dos bens mais valiosos da universidade. Primeiro, é a questão de repor vagas abertas por aposentadoria, num momento tão dramático que estamos vivendo. Além disso, o concurso é uma forma de renovar o conhecimento, no ensino, na pesquisa e na extensão”, afirma.

SITUAÇÃO DAS VAGAS ABERTAS EM DEZEMBRO*
> EDITAL Nº 953
•Provas aplicadas
15

•Provas marcadas
35

•Sem calendário
publicado
63

> EDITAL Nº 955
•Prova aplicada
1

•Calendário
não divulgado
2

•Sem inscrições
homologadas
1

> EDITAL Nº 956
•Calendário
não divulgado
2

*Fonte: PR-4 (até 19/02)
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