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WhatsApp Image 2022 01 07 at 21.03.15 3O exponencial aumento de casos de covid-19, impulsionado pela variante ômicron no Rio de Janeiro e associado à epidemia de gripe, fez a UFRJ revisar sua decisão pela retomada da rotina presencial. A nota foi publicada no site da universidade no final da tarde desta quinta-feira (6). Todas as atividades administrativas, de ensino, pesquisa e extensão devem, preferencialmente, voltar à modalidade remota e assim permanecerem até o dia 31 de janeiro.“Essa não é uma determinação, mas uma orientação”, esclarece a reitora da UFRJ, professora Denise Pires de Carvalho. “Os casos no Rio de Janeiro estão muito altos”, justifica.
A nota foi amparada por avaliação do GT Coronavírus da universidade. “Eu nunca vi no Brasil e no Rio de Janeiro, em especial, um vírus tão contagioso como essa nova variante. Superior até ao sarampo”, alerta o professor Roberto Medronho, epidemiologista e coordenador do GT. Em dezembro, cerca de 0,5% dos testes realizados no município do Rio confirmavam casos positivos de covid-19. A taxa saltou para 41% esta semana. Na UFRJ, o Centro de Triagem e Diagnóstico (CTD) também identificou aumento expressivo de testes positivos: de 0%, em dezembro, para 43% nesta primeira semana de janeiro.
Medronho, que faz parte do Comitê Científico do Estado, afirma que neste momento não há condições de manter a programação de bailes de carnaval, nem mesmo os desfiles das escolas de samba na Marquês de Sapucaí. “Estamos dispostos a pagar isso com vidas?”. O docente defenderá sua posição na reunião do Comitê, programada para esta sexta-feira (7).

VACINA É EFICIENTE
A capital fluminense tem 81% de sua população imunizada com as duas doses da vacina, o que, por enquanto, mantém o número de internações bem abaixo dos níveis registrados no meio do ano passado, quando a taxa de positivos também estava na faixa dos 40%. Hoje, 26 pessoas estão internadas na rede pública da cidade com covid-19, contra mil no ano passado.
A tendência se reflete pelo país. Os números mais recentes da pandemia no Brasil indicam que houve um aumento de 477% no número de casos em comparação com 14 dias atrás. Nas últimas 24 horas (entre quarta e quinta-feira) foram contabilizados 47.717 casos. O número de mortes, no entanto, teve variação de -10%, o que indica estabilidade, com 101 óbitos em 24 horas. “As internações tendem a aumentar nas próximas semanas, mas os óbitos, segundo apontam as evidências internacionais, deverão se manter bem abaixo dos registrados em 2020 e 2021”, avalia Medronho.
O efeito combinado entre vacina e características da variante ômicron – responsável por 98,1% dos novos casos no Rio de Janeiro – pode explicar a diferença entre as taxas de testes positivos e mortes. “A vacina protege muito bem contra o óbito e casos graves. Por isso é altamente recomendada”, enfatiza o professor Roberto Medronho.“Ser contra a vacina é um crime de responsabilidade pública. Não tomar a vacina é uma irresponsabilidade”, critica
A única forma de superarmos a doença é com a imunização. “A vacina nos tirará da pandemia”, adverte o especialista. “Ainda não demos um fim na pandemia porque a distribuição de vacinas no mundo é indigna”, critica o professor. “O dado mundial publicado esta semana indica que 58% da população do planeta recebeu ao menos uma dose da vacina. Nos países de baixa renda, esse número cai para uma média de 8,5%, chegando a pouco mais de 1% em países africanos. É uma vergonha”.
Para reduzir tanta desigualdade, o professor defende a quebra de patentes. “É uma medida polêmica, mas os laboratórios e grupos já ganharam muito dinheiro com a vacinação contra a covid-19. Somente com a quebra dessas patentes poderemos permitir que os laboratórios no mundo todo produzam seus próprios imunizantes”.
Na contramão da Ciência, como de hábito, o presidente Jair Bolsonaro mais uma vez atacou as vacinas e distorceu informações sobre óbitos de crianças no Brasil, em entrevista a uma emissora de TV do Nordeste, nesta quinta-feira (6). Bolsonaro chamou as pessoas que defendem a imunização contra a covid-19 de “taradas por vacinas” e, como se vê nas frases que ilustram estas páginas, é uma voz cada vez mais isolada contra a Ciência em meio a um consenso dos principais líderes mundiais em favor da vacinação e da vida.

EM CASO DE SINTOMAS

A reitoria orienta que professores, técnicos-administrativos e estudantes com sintomas ou que tiveram contato com indivíduos infectados realizem o teste no CTD.

A unidade agora funciona no Polo de Biotecnologia, ao lado do Centro de Ciências da Saúde, das 8h às 11h30. Caso o resultado seja positivo, será preciso se afastar e realizar nova testagem após sete dias. Caso o resultado seja negativo, a pessoa poderá retomar suas funções.

Em caso positivo, será necessário um novo teste sete dias depois. Toda semana, a equipe técnica da reitoria realizará uma nova avaliação para classificar o cenário epidemiológico e passar novas orientações à comunidade acadêmica.

O QUE DIZEM OS LÍDERES MUNDIAIS

"Temos a porta de saída da pandemia. É a vacinação. Não vamos parar até vacinar o último argentino e a última argentina. Acordos já foram firmados para garantir que crianças e adolescentes sejam imunizados”
 Argentina
Alberto Fernández
Presidente

“A vacina é um marco significativo na luta da Nova Zelândia contra a covid-19. Com cada pessoa que é vacinada, ficamos um passo mais perto de afastarmos as restrições para gerenciar a covid-19”
Nova Zelândia
Jacinda Ardern
Primeira-ministra

"Mais uma vez, apelo aos 5 milhões de não vacinados: faça esse gesto simples para si mesmos, para seus compatriotas e para o nosso país”
França
Emmanuel Macron
Presidente

“Quase 4 bilhões de pessoas em todo o mundo foram vacinadas sem grandes efeitos colaterais e inúmeras pessoas vacinadas tornaram-se pais de bebês saudáveis. Os benefícios da vacinação são realmente grandes”
Alemanha
Olaf Scholz
Chanceler

“Faça disso seu desejo de ano novo. Algo muito mais simples do que perder peso ou manter um diário: vacine-se e faça algo que fará de 2022 um feliz ano novo para todos nós”
Reino Unido
Boris Johnson
Primeiro-ministro


O QUE DIZ O PRESIDENTE DO BRASIL

“Não apoiamos o passaporte vacinal nem qualquer restrição àqueles que não desejam se vacinar”


“Você vai vacinar o teu filho contra algo que o jovem por si só, uma vez pegando o vírus, a possibilidade dele morrer é quase zero? Qual o interesse das pessoas taradas por vacina?”


“A Anvisa, lamentavelmente, aprovou a vacina para crianças entre 5 e 11 anos de idade. A minha opinião, quero dar para você aqui: a minha filha de 11 anos não será vacinada”


“Eu peço, como se trata de crianças, não se deixe levar pela propaganda. Converse com os teus vizinhos”

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