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Quase um mês após a volta das aulas presenciais da graduação, não são poucos os relatos sobre as más condições de trabalho e ensino a que professores, técnicos e estudantes estão submetidos. “Uma servidora caiu e se machucou numa cratera aberta no estacionamento do CCS. É uma cratera. Não dá sequer para chamar de buraco”, desabafou uma das professoras do Instituto de Biologia, na reunião do Conselho de Representantes da AdUFRJ, que ocorreu na última quarta-feira (4).

As salas de aula do subsolo do Centro de Ciências da Saúde têm sido motivo de insônia dos professores. “Infelizmente há docentes dando aulas no subsolo, em condições extremamente insalubres”, diz trecho do documento enviado pelos professores da Biologia. O conjunto de reclamações e reivindicações foi coletado por formulário eletrônico e será encaminhado à diretoria da AdUFRJ. “Pedimos empenho da diretoria para que as demandas dos docentes do Instituto de Biologia sejam repassadas à reitoria. Vivemos uma situação dramática”, pediu.

Uma das solicitações dos conselheiros é que a AdUFRJ realize uma assembleia para discutir exclusivamente os problemas estruturais e as condições de trabalho dos professores. “Na Faculdade de Educação, nós não conseguimos fazer uma reunião com deliberações, mas houve esse entendimento sobre a necessidade de uma assembleia geral para discutir os pontos urgentes enfrentados pelos docentes nessa volta ao presencial”, defendeu a professora Marinalva Oliveira. A fala foi reforçada por outros colegas.

A professora Lais Buriti, representante de Macaé, também relatou dificuldades em realizar uma reunião presencial em seu campus e destacou as más condições de trabalho. “Não parece que se passaram dois anos, porque estamos com os mesmos problemas, só que agravados”, disse. “Precisamos realmente debater os desafios do retorno presencial”, sublinhou.

A reunião do CR foi híbrida: aconteceu presencialmente na sala 212 do Bloco E do Centro de Tecnologia e via plataforma Zoom. Ao todo, 23 conselheiros participaram, 18 deles de maneira remota. Um dos presentes era o professor Argimiro Secchi, da Coppe. “São muitas as preocupações: com a evasão de alunos, laboratórios vazios, interpretações heterogêneas sobre retorno presencial e híbrido”, elencou. “Um dos pontos que temos destacado é a baixa inscrição de alunos nos programas de pós-graduação; cerca de 20% do que era no pré-pandemia”, alertou.

Eleições para o CR
A reunião também aprovou o edital para as eleições complementares do Conselho de Representantes. A diretoria indicou os professores Felipe Rosa (Instituto de Física) e Angela Santi (Faculdade de Educação) para formarem a Comissão Eleitoral que conduzirá o pleito. O edital já pode ser encontrado no site da AdUFRJ. A diretoria também publicou o edital no jornal Extra, de grande circulação, conforme determina o regimento eleitoral.

As candidaturas devem se apresentar por listas com, no mínimo, um nome e, no máximo, o dobro do número de representantes titulares que os sindicalizados da unidade podem eleger. Por exemplo: unidades com até 60 sindicalizados têm direito a um representante, portanto as listas devem ter até dois nomes; de 61 a 120 sindicalizados, dois representantes e, assim, até quatro candidatos por lista. Já as unidades com mais de 120 sindicalizados têm direito a três representações e poderão apresentar listas com até seis nomes.

As eleições acontecem nos dias 6 e 7 de junho. As inscrições serão recebidas até o dia 27 de maio. Podem se candidatar os professores sindicalizados até 5 de fevereiro. São eleitores os docentes filiados até 6 de abril. As eleições vão acontecer de forma remota, via Sistema Helios.

Contas aprovadas
O CR também aprovou por consenso a prestação de contas da última gestão do sindicato. A professora Eleonora Ziller, ex-presidente da AdUFRJ, apresentou os gastos de sua gestão, que foi diretamente impactada pela pandemia de covid-19. “Recebemos o sindicato com um caixa de R$ 2,4 milhões e deixamos a gestão com um caixa de R$ 5,3 milhões”, disse. “Em parte conseguimos isso com a pandemia, já que a atuação remota fez com que a gente deixasse de ter muitos gastos. Por outro lado, também demos continuidade à proposta de ter um caixa robusto para que uma futura gestão consiga construir a sede da AdUFRJ”, esclareceu.

Se, por um lado, a pandemia colocou uma pá de cal numa série de projetos da gestão de Eleonora, por outro impôs uma série de novos desafios. “Nossos gastos na pandemia acabaram sendo necessários para responder às urgências daquele momento. Aumentamos nosso plantão jurídico, realizamos muitas doações”, lembrou. “O ponto mais polêmico foi em relação às doações a instituições da UFRJ. Entendemos que este não é o papel do sindicato, mas havia uma urgência em salvar vidas. E, nesse contexto de escassez de produtos e materiais, no início da pandemia, para salvar vidas, fizemos doações ao Hospital Universitário e ao IPPMG (pediatria)”, afirmou a ex-presidente.
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