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WhatsApp Image 2022 06 10 at 19.33.58A Praça Olímpica, junto à administração do Parque Madureira, vai se transformar em uma grande sala de aula a céu aberto no próximo dia 25. A convite da AdUFRJ, professores da UFRJ vão organizar atividades interativas com o público, das 10h às 15h, disseminando conhecimento e mostrando a importância da Ciência e da universidade pública e gratuita para o país. O evento UFRJ na Praça é gratuito e aberto a públicos de todas as idades. Os professores interessados em inscrever atividades para o evento — desde jogos e palestras até exposições e instalações — podem entrar em contato com o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. até quarta-feira (15).
Para a professora Nedir do Espirito Santo, do Instituto de Matemática e diretora da AdUFRJ, o principal objetivo do evento é socializar o conhecimento, por meio da realização de atividades lúdicas envolvendo diversas áreas de conhecimento, aproximando o público das realizações dos docentes da universidade. “Estamos vivendo uma época de negacionismo do conhecimento e de grande desvalorização das instituições públicas, principalmente das universidades. É urgente que mostremos à população o que fazemos, o que produzimos nos pilares de ensino, pesquisa e extensão”, observa a professora.
Entusiasta de eventos com esse formato e organizadora do UFRJ na Praça, Nedir lembra que a AdUFRJ tem promovido essa interação com o público nas últimas gestões: “Desta vez, escolhemos o Parque Madureira por ser um espaço de encontro de jovens e famílias de uma parcela da população do Rio para a qual, muitas vezes, o ingresso em uma universidade é visto como algo inatingível. Queremos mostrar que nós, docentes, trabalhamos não apenas para a formação técnico-científica, exigida pelo mundo do trabalho, mas também realizamos ações educativas de interação com a população contribuindo para a construção do cidadão”.
Além de tendas para as atividades, o evento contará com um espaço para exibição de vídeos sobre temas variados, envolvendo atividades de docentes da UFRJ, e com denúncias dos ataques sofridos pelas universidades públicas, pelos docentes e pela Ciência por parte do governo Bolsonaro. Para o professor João Torres, do Instituto de Física e presidente da AdUFRJ, essa interação com o público tem que ser cada vez mais valorizada. “Nas últimas gestões da AdUFRJ, esse evento foi realizado como mais uma forma de levar a universidade à sociedade, como uma ação usual que a universidade deve realizar de vez em quando. A praça tem uma simbologia muito grande desde os gregos. A nossa matriz de pensamento tem origem na relação do saber, do pensamento com a praça. Eu acho um momento muito bonito”, avalia João.

FUTUROS CIENTISTAS
A professora Mónica Montero-Lomelí, do Instituto de Bioquímica Médica (IBqM), foi uma das primeiras a se inscrever para organizar atividades no UFRJ na Praça. Para ela, o contato direto dos docentes com a população pode estimular mais pessoas, sobretudo as mais jovens, a trilhar o caminho da Ciência. “Todos temos um cientista dentro de nós desde o nascimento, que nos leva a explorar o nosso mundo. Se um adulto ou uma criança desmitifica o que é fazer Ciência, e percebe que é uma coisa do dia a dia, o conhecimento será mais acessível, e futuros cientistas brasileiros podem emergir nessas atividades”, acredita Mónica.
Essa é a mesma esperança que entusiasma a professora Elis Helena Sinnecker, do Instituto de Física, já inscrita para participar do UFRJ na Praça. “Nesse tipo de ação, a gente consegue mostrar que a Ciência está por trás de várias coisas que as pessoas utilizam no dia a dia sem parar para pensar de onde veio ou surgiu aquilo. E essas informações estão disponíveis porque houve muito trabalho de pesquisa básica feito em universidades públicas como a nossa. A universidade pública precisa do apoio da sociedade, e esse tipo de evento é um meio para conquistar esse apoio”, crê Elis. Ela e sua equipe vão levar para a praça experimentos de Física e oficinas de circuitos elétricos.
Tuane Vieira, professora do IBqM, tem a mesma crença. “Eventos como esse, que ocorrem fora da universidade, atingem um público maior, e pessoas acabam atraídas pelas atividades, participam e conseguem compreender melhor o que está sendo colocado, o que é produzido na universidade. Eventos fora dos muros da universidade conseguem fazer com que esses muros não existam, sejam ultrapasssados”, diz ela.
A professora convidou seus alunos a participar de um jogo no UFRJ na Praça. “É um jogo que fala sobre vacinas, com uma série de afirmações falsas e verdadeiras, e o participante é desafiado a falar se é mito ou verdade. Se ele acerta, um indíviduo da população é vacinado. Se ele não acerta, se é mito, alguém é contaminado. Com isso vamos abordar as fake news contra as vacinas, tentar conscientizar sobre algumas informações. Essa dinâmica do jogo de ter algumas pessoas vacinadas e outras contaminadas em uma população proporciona uma discussão sobre questões como imunidade de rebanho e a importância de uma imunização coletiva de massa”, descreve Tuane.
Professora da Faculdade de Educação e diretora da AdUFRJ, Ana Lúcia Fernandes pretende organizar rodas de conversas no Parque Madureira para dialogar com o público sobre o papel que as universidades públicas desempenham no acesso ao conhecimento e na defesa da democracia. “Durante muito tempo, a universidade era vista como um lugar fechado, restrita a um determinado estrato da sociedade. A partir do momento em que pessoas de outras camadas sociais passaram a ter acesso a ela, a universidade se popularizou”, lembra Ana Lúcia.
A docente acredita que a pandemia também proporcionou uma exposição forte de especialistas, professores e pesquisadores de todo o país, que foram à mídia e às redes sociais para falar da covid-19 e defender a Ciência. “Isso tornou patente a importância das pesquisas desenvolvidas nas universidades. Essa iniciativa visa a aproximar a universidade da população, divulgando o que se faz, contribuindo para que as pessoas tenham a percepção, sobretudo os jovens, de que elas podem fazer parte da universidade, que ela é acessível e pode ser um lugar para muita gente”.
O Parque Madureira Mestre Monarco fica na Rua Soares Caldeira, 115, junto ao Madureira Shopping, no bairro que abriga as escolas de samba Portela e Império Serrano, e que, no dia 25, vai abrir suas portas para a UFRJ.

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