
Na véspera das eleições, o governo Bolsonaro aplicou um novo corte nas universidades federais: 5,8%, desta vez. Na UFRJ, que já estava em situação orçamentária crítica, o percentual representa menos R$ 18 milhões para a manutenção das atividades até o fim do ano. "Se o corte não for revertido, não conseguiremos pagar as contas de setembro e parte de outubro, como tínhamos planejado", informa o pró-reitor de Finanças, professor Eduardo Raupp. O
contingenciamento foi aplicado em praticamente todos os ministérios pelo Decreto nº 11.216, publicado no dia 30. A norma prevê uma limitação de empenho de recursos até novembro; no dia 1º de dezembro, os valores seriam descontingenciados. "Mas não há garantia de que não possa haver uma nova normatização que mude este quadro", alerta a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), em nota. "Lamentamos, por fim, a edição deste Decreto que estabelece limitação de empenhos quase ao final do exercício financeiro, mais uma vez inviabilizando qualquer forma de planejamento institucional, quando se apregoa que a economia nacional estaria em plena recuperação. E lamentamos também que seja a área da educação, mais uma vez, a mais afetada pelos cortes ocorridos". A diretoria da Andifes está convocando uma reunião extraordinária de seu conselho pleno para discutir o assunto amanhã, dia 6.