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WEB menor 1123 p7Reunião virtual do Conselho de Representantes“Fico imaginando que um Paulo Freire faria, hoje, coisas incríveis com essas tecnologias”, disse a pró-reitora de Extensão, professora Ivana Bentes, ao Conselho de Representantes da AdUFRJ. A dirigente foi a convidada especial do encontro virtual realizado no dia 6 e prestou esclarecimentos sobre as ações não presenciais da área em tempos de pandemia.
A professora fez questão de separar as atividades virtuais realizadas pela UFRJ de qualquer tentativa de imposição do Ministério da Educação a professores e alunos em relação ao EAD. Deixou claro que ninguém é obrigado a manter ações de extensão neste período, mas que também era necessário dar resposta a novas propostas, muitas criadas em função da própria pandemia. “Não vamos fazer essa discussão do ponto de vista do MEC, de escolão virtual. Os nossos valores são os da universidade pública. Vamos avançar”, disse.
Todas as novas ações, após aprovação dos diretores/coordenadores de extensão das unidades devem passar pelo crivo das congregações em sessão virtual. Em caso de excepcionalidade, poderá haver a aprovação “ad referendum” das direções de unidades.
Além disso, a professora informou que a universidade já contava com 23 cursos de ensino a distância programados para este ano, como o de formação continuada de servidores públicos. O programa ofereceu mais de sete mil vagas nos últimos três anos.
 
DEBATE
A apresentação dividiu opiniões. O professor Herli Menezes, da Faculdade de Educação, argumentou que discutir ensino a distância não é o melhor a se fazer em um momento de exceção. Chamou atenção para as imensas desigualdades brasileiras e seu reflexo nas condições de acesso às novas tecnologias: “Temos alunos que não têm smartphone com banda suficiente para dar suporte a essas atividades. Temos de tratar a questão politicamente”, disse.
Já o professor João de Mello Neto, do Instituto de Física, observou que o contato com os alunos e com a sociedade é “fundamental”. E mostrou apoio às atividades virtuais que os colegas têm condições de levar adiante, com a concordância dos alunos. “Nós vamos aprender a fazer várias coisas que não sabíamos. É muito melhor que o imobilismo”, afirmou.
“A reunião do Conselho foi muito esclarecedora. A professora Ivana Bentes deu um bom panorama da Extensão na UFRJ em tempos de Covid-19”, avaliou o professor Felipe Rosa, diretor da AdUFRJ. Para ele, o debate com posições consideravelmente divergentes sobre o tema foi positivo: “É ótimo porque mostra que, num tema complexo como o EaD e o uso das plataformas digitais, o debate está vivo. Algo essencial para a universidade, mesmo em tempos de pandemia”.
Presidente da AdUFRJ, a professora Eleonora Ziller observou que no caso das universidades, a única posição a esse respeito é garantir a autonomia universitária. “Temos que nos contrapor a qualquer tentativa de imposição do governo em relação ao EaD, mas também precisamos ser coerentes e não querer proibir outros tipos de atividade remota que venham a ser desenvolvidas na universidade”. E elogiou a apresentação da pró-reitora: “Esse é o momento de a extensão atuar. Como vamos construir, num momento como esse, as tão necessárias vias de mão dupla com a sociedade?”, questionou.

ENCAMINHAMENTOS
O Conselho referendou a nota do Colégio de Aplicação, crítico à decisão do MEC de manter o calendário do Enem deste ano. Também decidiu fazer uma nova solicitação de pleno funcionamento dos colegiados — de forma virtual — para o andamentos dos processos de progressão e de estágio probatório. Neste sentido, foi solicitado aos conselheiros da AdUFRJ que informem como está a situação destas instâncias em suas respectivas unidades.
O próximo CR está marcado para segunda-feira, dia 13. Será feito convite à professora Esther Dweck, do Instituto de Economia, para uma exposição sobre as medidas em curso no país.

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