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WhatsApp Image 2021 04 16 at 19.20.31O desalinhamento entre os calendários da graduação e da pós-graduação embaralha o cronograma de muitos professores. Aqueles que lecionam na pós continuarão em atividade ao longo do recesso de quatro semanas da graduação, aprovado recentemente pelo CEG (Conselho de Ensino de Graduação). Defendido pela AdUFRJ, o novo calendário conta com um intervalo maior (13/6 até 11/7) separando os semestres de 2020 e 2021, para facilitar a organização dos períodos e amenizar a exaustão da comunidade acadêmica. No entanto, o primeiro semestre letivo de 2021 da pós-graduação se inicia no dia 3 de maio, e ainda estará em curso durante esse recesso recém-estabelecido para a graduação.
O descompasso entre os calendários é o principal ponto em discussão. “Existe um posicionamento unânime do Conselho de Representantes para que os conselhos de Ensino da Graduação e da Pós-Graduação, CEG e CEPG, se reúnam para trabalhar em conjunto propostas de compatibilização e ajuste de calendário”, aponta a professora Eleonora Ziller, presidente da AdUFRJ. Ela acredita que a fragmentação das esferas acadêmicas é apenas mais um dos problemas que a pandemia agrava e expõe. “Essa é uma lição essencial. A definição do calendário precisa ser uma decisão conjunta da universidade, integrando a graduação e a pós, para que a UFRJ cresça e para que os professores possam produzir mais”, afirma Eleonora.
Um fator crucial para esse desencontro de calendários foi a data de retomada das aulas na pandemia. “A pós-graduação da UFRJ decidiu pelo ensino remoto muito antes da graduação. A resolução do CEPG foi em maio de 2020, pois sabíamos que os alunos precisariam ter integralização dos créditos para defender suas teses”, explica Denise Freire, pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa (PR-2). Esse início mais imediato estava atrelado à preocupação do conselho com os prazos fornecidos pelas agências de fomento, como Capes e CNPq. Diferentemente da graduação, a pós não passou antes por um Período Letivo Excepcional (PLE) e, no dia 3 de agosto, deu início às aulas remotas relativas ao primeiro período de 2020. WhatsApp Image 2021 04 16 at 20.22.53
Para atender da melhor maneira possível os 133 programas que abrange, a pós-graduação da UFRJ atua com três calendários diferentes: um semestral, um bimestral e um trimestral. Durante a pandemia, foi estabelecido também um calendário trimestral alternativo, totalizando assim quatro calendários com datas de recesso distintas (veja o quadro). A pró-reitora ressalta que essa complexidade se dá pelo ritmo diferenciado de aulas na pós, que propicia flexibilidade e autonomia maiores. “Na pós-graduação, cada professor escolhe o seu período de dar aula. Dependendo do programa, ele pode lecionar por duas semanas seguidas direto, ao invés de dividir suas aulas ao longo de todo o período”, exemplifica.
Com esses calendários, aprovados em novembro pelo CEPG, a pró-reitora espera que no ano que vem a pós-graduação da UFRJ já esteja com seus períodos equalizados. Ela ressalta que a proposta foi amplamente discutida e aceita por todas as coordenações de cursos, mas lamenta que o alinhamento com o calendário da graduação só deva ocorrer em 2022. Entretanto, essa é uma questão de interesse da PR-2. “Existem muitos alunos que saem da graduação e entram imediatamente na pós. Por isso, é interessante que haja uma certa coincidência entre esses calendários, para facilitar a entrada desses estudantes nos programas”, diz Denise.
Os desafios da pandemia modificaram toda a lógica de pesquisa na universidade, tanto no que concerne à chegada de novos estudantes nos cursos de pós-graduação, quanto à formação de outros. A maioria dos prazos dados pelas agências de fomento, por exemplo, foi alterada. “A gente teve uma série de flexibilizações por parte das agências de fomento, que nos permitiram ter um pouco mais de tranquilidade quanto ao calendário. Mas logo começaram a surgir problemas, como o fato de a pandemia durar muito mais do que a extensão de algumas bolsas”, conta Denise.  
Enquanto as agências prorrogaram o limite de defesa para a maioria de suas bolsas, muitos dos estudantes da pós que não são bolsistas se viram prejudicados. “O que está acontecendo na prática é que vários programas estão pressionando esses estudantes a defenderem em um prazo original”, critica Kemily Toledo, da Associação de Pós-Graduandos da UFRJ (APG). Segundo Kemily, que é estudante do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRJ (PPGE), a Resolução 03/2020 do CEPG suspendeu a contagem de prazos desde o dia 14 de março de 2020. “Uma luta muito importante nossa é que os programas respeitem essa suspensão da contagem de prazos, que é válida para toda a pós-graduação da UFRJ”, completa.

 

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