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bandeira adufrjOs novos integrantes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal tomaram posse esta semana. Bem, nem tão novos assim. A Câmara teve renovação de apenas 39,3%. E no Senado, que teve taxa de renovação maior, muitos dos novos senadores são ligados ao retrocesso bolsonarista, como Damares Alves (Republicanos-DF), Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Sergio Moro (União Brasil-PR) e Marcos Pontes (PL-SP). Esse “novo” Congresso parece bastante com o anterior. Inclusive nas figuras de seus comandantes. Ex-aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) foram reeleitos para a Presidência do Senado e da Câmara com apoio do presidente Lula. Mas como será a relação do novo Parlamento com o Executivo? Especialistas ouvidos pelo Jornal da AdUFRJ analisam o novo cenário político brasileiro em nossa matéria da página 3.
Já o novo cenário sindical dos docentes do ensino superior começa a ser desenhado na semana que vem, com o início do 41º Congresso do Andes, em Rio Branco, no Acre. Entre os dias 6 e 10, professores de todo o país debaterão temas como a autonomia universitária, a campanha salarial dos servidores públicos federais, a desfiliação ou não do sindicato da central CSP-Conlutas, as eleições da entidade (em maio) e a relação do Andes com o governo Lula. “Vamos negociar ou vamos fazer oposição sistemática?”, indaga o professor João Torres, presidente da AdUFRJ, cuja delegação ao encontro contará com 28 professores, sendo 13 delegados e 15 observadores. Confira tudo sobre o congresso nas páginas 4 e 5.
Reconstrução. Esse é o espírito reinante na 13ª Bienal da UNE, que começou nesta quinta-feira (2) e vai até domingo (5), no democrático e boêmio bairro da Lapa, no Rio de Janeiro. A Fundição Progresso abriga os debates e apresentações da bienal, que pretende ser um elo de reconstrução de pontes entre o governo federal e a sociedade civil, depois do nefasto hiato do período Bolsonaro. Não à toa participam do encontro diversos representantes da gestão Lula, como as ministras Marina Silva (Meio Ambiente), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) e Nísia Trindade (Saúde). Em entrevista exclusiva, a nova secretária de Educação Superior do MEC, Denise Pires de Carvalho, também presente ao encontro, fala da reconstrução na área de Educação, como a retomada do Reuni. Veja em nossa matéria da página 6.
Há de fato muito a reconstruir no ensino superior do país. O crescimento dos cursos de ensino a distância (EaD) na rede privada — já superam, em número de estudantes, a modalidade presencial — e a queda de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) são duas conclusões do Censo da Educação Superior 2021, divulgado em outubro passado pelo Inep, e cujos resultados foram analisados pelo Observatório do Conhecimento. Entre outros temas, a análise inclui uma comparação entre o regime de trabalho dos docentes da rede privada e os da rede pública: nas universidades públicas, eles são predominantemente doutores com carga horária integral: já nas privadas, são mestres com trabalho em tempo parcial. Confira a análise na página 7.
Neste tórrido verão, nossa matéria da página 8 tem como tema o Observatório do Calor, pesquisa inédita liderada pela professora Núbia Beray, do Instituto de Geociências (IGEO), com apoio de alunos, voluntários e da prefeitura do Rio. O objetivo é medir a temperatura que os cariocas experimentam em diferentes bairros da capital. Os dados coletados poderão ser aplicados na formulação de políticas públicas.
E nossa página 9 é dedicada à professora Cleonice Seroa da Mota Berardinelli, a “Dona Cléo”, emérita da UFRJ e ocupante da cadeira número 8 da Academia Brasileira de Letras (ABL), que nos deixou esta semana, aos 106 anos. Profunda conhecedora da literatura portuguesa, Cleonice foi autora da primeira tese brasileira — e a segunda no mundo — sobre o poeta português Fernando Pessoa. Ex-presidente da ABL e diretor da Biblioteca Nacional, o professor Marco Lucchesi assim a definiu: “Desconfio que Cleonice foi um dos últimos heterônimos de Pessoa”. Já a professora Luci Ruas, colega de Cleonice na Faculdade de Letras da UFRJ, falou sobre o legado da centenária docente, que deu impulso ao setor de literatura portuguesa da faculdade desde os anos 1960: “Nós nos tornamos, no final de década de 1980, no maior setor de literatura portuguesa do mundo. Nem em Portugal havia um setor tão grande como o nosso”.
Ficam nossa saudade e nossa gratidão: obrigado, Dona Cléo.

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