facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

bandeira adufrjDiretoria da AdUFRJ

Foi um dia de esperançosa alegria. Organizar e participar do último UFRJ na Praça, no Parque Madureira Mestre Monarco, sábado passado (25), nos encheu de coragem para lutar por dias melhores. Professores e estudantes de graduação e pós-graduação da UFRJ arregaçaram as mangas e mostraram a potência de suas pesquisas e reflexões, em mais de 20 tendas com experimentos de diversas áreas do conhecimento, interagindo com públicos de todas as idades.
As crianças se deslumbraram com os jogos matemáticos, com os sapos conservados em formol, com a fumaça do nitrogênio líquido. Ciência na rua, ao alcance do povo. Foi a primeira vez que levamos o UFRJ na Praça ao Parque Madureira. A ideia foi da professora Nedir do Espirito Santo, diretora da AdUFRJ, incansável nos preparativos do evento. “Foi um acerto a escolha do lugar. Nós trouxemos atividades de várias áreas de conhecimento, com o objetivo de motivar jovens e crianças da região a ingressar na universidade”, observou Nedir.
Foi isso e muito mais. Para além de seus muros, a UFRJ que pousou em Madureira, reduto do samba de excelência, pôde mostrar à sociedade um pouco de sua produção científica, também de excelência, da Matemática às Ciências Biológicas, da Física à Ciência Política, da Bioquímica Médica à Farmácia. Assim como baluartes do samba, como Noca da Portela e Nei Lopes, agraciados com títulos de Doutor Honoris Causa da UFRJ, professores da nossa universidade se sentiram como baluartes da Ciência naquele sábado, levando à praça a defesa da educação pública e de qualidade no país.
“Foi muito importante trazer para a Zona Norte, para um equipamento tão bacana quanto o Parque Madureira, o que é feito na UFRJ”, lembrou o professor João Torres presidente da AdUFRJ, que fez a saudação inicial ao público no evento. A interação com o público foi constante e, em muitos casos, com forte apelo popular. Um bom exemplo veio da tenda do Centro Nacional de Identificação Molecular do Pescado (Cenimp) da UFRJ. Para explicar como é feita no laboratório a identificação de peixes investigando o DNA dos animais, os pesquisadores convidavam os visitantes a uma degustação de bolinhos de bacalhau. Encheu a tenda, viu?
E valeu muito a pena. Morador do bairro e frequentador assíduo do Parque Madureira, Rogério Assis Corrêa entendeu tudo e resumiu bem o que foi o evento. “Às vezes, as pessoas acabam tendo a impressão de que o ensino superior é algo distante e muito difícil. Então essas ações de aproximação com a comunidade acabam ajudando a derrubar isso”, disse ele, que elogiou, sobretudo, a oportunidade para as crianças, “que tiveram contato com trabalho científico, com informação”. Confira como foi esse dia intenso e encorajador nas páginas 4, 5, 6, 7 e 8.
Na contramão da alegria, o governo Bolsonaro fechou mais uma semana com nova facada na Ciência. O Fundo Nacional para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), o principal instrumento público de fomento à pesquisa no país, sofreu um corte de R$ 2,5 bilhões, o que representa 56% do total de seus recursos. O bloqueio viola a legislação, mas parece que o governo Bolsonaro está disposto a tudo para destruir a produção científica do país. Saiba mais em nossa matéria da página 3.
Mesmo ferida de morte, a Ciência resiste. O evento no Parque Madureira mostra que o projeto de desmonte do governo Bolsonaro está com os dias contados. Bastava ver o olhar encantado de cada criança diante de um experimento do UFRJ na Praça. É esse olhar que nos encoraja a resistir.
A Ciência vive.
Boa leitura!

Topo