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Terminou, dia 8, sem acordo a audiência de conciliação entre funcionários, estudantes, professores e representantes da reitoria da Universidade de São Paulo (USP). A reunião, que durou cerca de duas horas, ocorreu no prédio do Tribunal de Justiça, no centro da cidade, e foi mediada pelo juiz Adriano Laroca. 

A ideia da audiência era chegar a um acordo para a saída do grupo de estudantes que ocupa a reitoria da universidade, desde o dia 1º do mês, em protesto por eleições diretas para reitor, votação paritária entre as três categorias (alunos, funcionários e professores) e fim da lista tríplice, que confere ao governador a escolha do reitor entre os três mais votados.

Durante a audiência desta terça-feira, os estudantes pediram a retirada do processo de reintegração de posse, solicitado à Justiça pela reitoria. A direção da universidade informou que não irá negociar enquanto os alunos não deixarem a reitoria. O juiz tem prazo de 48 horas para decidir sobre o pedido de reintegração de posse.

Os estudantes promovem neste dia 9 um ato unificado na Avenida Paulista, a partir das 16 horas, pedindo por mais democracia na USP.

Fonte: Agência Brasil

Milhares pela Educação

A Avenida Rio Branco, no Centro do Rio voltou a ser tomada por uma multidão. Diversos segmentos de trabalhadores, estudantes e demais entidades e representações da sociedade civil abraçaram a causa dos professores da rede municipal, em greve há 60 dias. Eles seguiram a convocação do Sindicato dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ) e de outras entidades. 

Com vitalidade invejável e muita disposição para a luta, os professores puxaram a manifestação até a 

Cinelândia. O Andes-SN e a Adufrj-SSind estiveram presentes na marcha. A concentração da comunidade acadêmica da UFRJ foi no Largo do São Francisco, onde funcionam os institutos de História e de Filosofia e Ciências Sociais.

As pautas eram velhas conhecidas da esquerda: desmilitarização da polícia, crítica à imprensa comercial, mais investimentos para a Saúde e a Educação públicas, contra a violência de Estado. O grupo conhecido como Black Block fez a segurança de toda a passeata contra possíveis investidas da polícia militar. Nas ruas, um irrisório efetivo policial fazia a segurança de algumas agências bancárias ao longo da avenida.

Éramos muitos

O Globo foi duramente criticado quando divulgou que apenas duas mil pessoas participavam do ato. Uma ensurdecedora vaia tomou conta de toda a Rio Branco, que àquela altura estava completamente cheia de manifestantes.

Fot Samuel Tosta60710 2999x2001Dirigentes e militantes da Adufrj-SSind engrossaram o ato em defesa da Educação. Foto: Samuel Tosta

Na Cinelândia, o grupo comemorou o sucesso do ato que reuniu milhares de pessoas. Alguns cálculos indicam 60 mil. Há quem fale em cem mil. Apenas do alto do carro de som e dos edifícios era possível ter a dimensão da passeata. Vera Nepomuceno, dirigente do Sepe-RJ, afirmou que os professores deram uma “belíssima aula de cidadania e democracia”. Com a ausência de efetivo policial, os manifestantes cantaram: “Que coincidência, sem polícia não teve violência”.

O Sepe-RJ encerrou o ato quando tomou conhecimento que um grupo grande de policiais estavam enfileirados na rua Evaristo da Veiga. Os Black Blocks fizeram uma barreira entre a PM e os manifestantes até que a maior parte conseguisse sair em segurança. A partir desse momento, houve confronto.

A Avenida Rio Branco, no Centro do Rio voltou a ser tomada por uma multidão. Diversos segmentos de trabalhadores, estudantes e demais entidades e representações da sociedade civil abraçaram a causa dos professores da rede municipal, em greve há 60 dias. Eles seguiram a convocação do Sindicato dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ) e de outras entidades. 

Com vitalidade invejável e muita disposição para a luta, os professores puxaram a manifestação até a Cinelândia. O Andes-SN e a Adufrj-SSind estiveram presentes na marcha. A concentração da comunidade acadêmica da UFRJ foi no Largo do São Francisco, onde funcionam os institutos de História e de Filosofia e Ciências Sociais. Nas ruas, um irrisório efetivo policial fazia a segurança de algumas agências bancárias ao longo da avenida.

As pautas eram velhas conhecidas da esquerda: desmilitarização da polícia, crítica à imprensa comercial, mais investimentos para a Saúde e a Educação públicas, contra a violência de Estado. O grupo conhecido como Black Block fez a segurança de toda a passeata contra possíveis investidas da polícia militar.

Éramos muitos

O Globo foi duramente criticado quando divulgou que apenas duas mil pessoas participavam do ato. Uma ensurdecedora vaia tomou conta de toda a Rio Branco, que àquela altura estava completamente cheia de manifestantes.

Fot Samuel Tosta60710 2999x2001Dirigentes e militantes da Adufrj-SSind engrossaram o ato em defesa da Educação. Foto: Samuel TostaNa Cinelândia o grupo comemorou o sucesso do ato que reuniu milhares de pessoas. Alguns cálculos indicam 60 mil. Há quem fale em cem mil. Apenas do alto do carro de som e dos edifícios era possível ter a dimensão da passeata. Vera Nepomuceno, dirigente do Sepe-RJ, afirmou que os professores deram uma “belíssima aula de cidadania e democracia”. Com a ausência de efetivo policial, os manifestantes cantaram: “Que coincidência, sem polícia não teve violência”.

O Sepe-RJ encerrou o ato quando tomou conhecimento que um grupo grande de policiais estavam enfileirados na rua Evaristo da Veiga. Os Black Blocks fizeram uma barreira entre a PM e os manifestantes até que a maior parte conseguisse sair em segurança. A partir desse momento, houve confronto.

Aluna de intercâmbio diz ter que responder constantemente a questões preconceituosas sobre a África

Ela foi trazida de Cabo Verde pelo Programa Estudante Convênio de Graduação

Darlan de Azevedo. Estagiário e Redação

Desde a promulgação da Carta Constitucional de 1988, o racismo é declarado como crime inafiançável. No entanto, resquícios histórico-culturais presentes na sociedade brasileira mantêm vivo, mesmo que de forma velada, um intenso preconceito racial por parte da elite branca dominante. 

Em um caso recente envolvendo a UFRJ, o estudante negro Delmar Lopes Siga, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), foi autuado pela Polícia Militar em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro, por um suposto assalto de celular. De acordo com depoimento apresentado na delegacia, Delmar, natural de Guiné-Bissau (país cuja língua oficial é o francês), pediu informação a uma mulher, que fugiu assustada. Ao passar pelo local, um policial achou que se tratava de um roubo e prendeu o aluno. Atualmente, o guineense responde ao processo em liberdade.

A estudante do 8º período da Escola de Comunicação da UFRJ, Rossana Ribeiro, de 22 anos, cursa Jornalismo desde 2010, quando veio para o Brasil através do mesmo programa que trouxe Delmar, o PEC-G (Programa Estudante Convênio de Graduação). Ela engrossa as críticas ao racismo, por vezes dissimulado, que encontrou no Rio de Janeiro. Natural de Cabo Verde, país localizado na costa ocidental da África, Rossana observou que a chamada “hospitalidade brasileira” não passa de um mito.

Rossana diz que a integração entre os estudantes de países africanos e os brasileiros não é tão aprofundada: “Vejo na verdade maior integração entre os estudantes de origem africana do que propriamente com os brasileiros. É recorrente sairmos juntos e termos amizades mais próximas com quem vivia por lá e acredito que isso não é o propósito de um intercâmbio”, completa.

Para ela, é comum a necessidade de desconstruir muitos dos estereótipos dados ao continente africano, como responder se existem prédios em Cabo Verde. Também nota olhares estranhos quando relata a alguém seu país de origem.

Sonho de estudar no Rio

Apesar dos problemas, Rossana conta que sempre sonhou em morar no Rio de Janeiro e após receber boas indicações de tios, ambos formados na Universidade Federal Fluminense (UFF), escolheu a cidade. “Desde criança eu via o Rio de Janeiro nas novelas e quando descobri a qualidade da UFRJ não pensei duas vezes antes de vir para cá”, confessa. 

 

Programa objetiva criar mão de obra qualificada para países da África e América Latina

Há cerca de 90 alunos com matrícula ativa no PEC-G

O Programa Estudante Convênio de Graduação (PEC-G) atrai estudantes de países da América Latina e do continente africano após completarem o equivalente ao Ensino Médio brasileiro, em seus respectivos países. Ele atende universidades federais, estaduais e até mesmo particulares, porém não cobre nenhum tipo de gasto dos alunos. Eles devem receber bolsas de seus países para se sustentarem aqui durante o curso. Para estudantes de países não lusófonos, também é necessário realizar um curso de proficiência de língua portuguesa durante um ano chamado Celpe-Bras. 

Segundo dados do programa, dos países que mais exportam estudantes, destacam-se na África: Cabo Verde (possui português como língua oficial), além de Togo, Congo e Guiné-Bissau (todos possuem o francês como língua oficial). Já pelo continente americano, alunos de países como Paraguai, Colômbia e Bolívia aparecem com mais frequência. Em relação aos cursos, os mais tradicionais como Direito, Engenharia e Medicina são majoritariamente os mais procurados. Contudo, outras graduações como Arquitetura, Comunicação Social, além de outros cursos da área de saúde também demonstram grande demanda.

Atualmente o programa atende um total de aproximadamente 90 alunos dentro da UFRJ, sendo contabilizados apenas os que possuem matrícula ativa. Chefe da Seção de Seleção e coordenador do PEC-G, Carlos Celano ressalta que muitos desses estudantes estrangeiros vêm para o Brasil com uma educação de base deficitária, o que acarreta em dificuldades para concluírem a graduação. “Notamos que cursos das ciências exatas, por exigirem muito de Matemática e Física nas suas cadeiras, como cálculo e álgebra, dificultam o domínio por parte desses estudantes. Isso ocorre, em outras proporções, também na área de humanas”, afirma. 

Além disso, o alto custo de vida nas grandes capitais do país, isto é, no eixo da Região Sudeste, inviabiliza muitas vezes um bom aprendizado. Celano explica que o programa pretende estender essa parceria com universidades de regiões fora dos grandes centros, pelo custo de vida menor: “Convênios com universidades da região Nordeste devem ser firmados para evitar o elevado número de desistências”. 

Dificuldade em arcar com os custos no Rio de Janeiro

Morar na cidade não está fácil. Mesmo estagiando na Coordenadoria de Comunicação da UFRJ, Rossana Ribeiro destaca que os altos preços dos aluguéis dos imóveis aliados à histórica dificuldade de mobilidade urbana dificultam o acesso à moradia. Principalmente para quem vem de fora, pois outro empecilho é a necessidade de um fiador. Inicialmente, ela se instalou numa república de cabo-verdianos, porém ressalta que rapidamente o local tornou-se insustentável (o imóvel era dividido com mais nove pessoas). Atualmente, vive no bairro da Tijuca, Zona Norte do Rio, junto de mais duas amigas brasileiras, uma das quais conseguiu a mãe como fiadora. “Sempre me disseram que o Rio de Janeiro era caro, só não imaginei que fosse tanto”, completa.

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