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Foi bonito, forte e emocionante o ato que reuniu professores e estudantes de graduação e pós-graduação nas escadarias do Ministério da Fazenda, na manhã de sexta-feira (19), no Centro do Rio de Janeiro. Nos balões, as reivindicações por mais verbas, melhores condições de trabalho, melhores salários, mais bolsas. “Vocês estão certíssimos em reivindicar! Eu também estou na luta. Este ato está lindo!”, elogiou um apressado servidor do ministério que chegava para o trabalho e preferiu não se identificar.

Aos poucos, a calçada foi se enchendo de balões, de gente e de esperança em dias melhores. “São muitos os porquês de estarmos hoje aqui. Primeiro de tudo, porque precisamos recuperar nossas universidades e institutos”, pontuou o professor Argimiro Resende Secchi, da Coppe. Pesquisador do Programa de Engenharia Química, o docente acredita que o diálogo com a sociedade é fundamental neste momento. “O desenvolvimento do país se dá pelo desenvolvimento tecnológico, pelas pesquisas básicas e aplicadas. É preciso que a sociedade compreenda o papel das universidades neste processo e que a juventude entenda que pode fazer pesquisa na universidade. Para isso, temos também que ter valorização de salários e bolsas”.

Presidenta da AdUFRJ, a professora Mayra Goulart abriu a atividade. “Nossa luta é também um ato de amor. Nosso projeto é de uma universidade de excelência e inclusiva. A gente precisa que o Brasil cuide da gente, assim como a gente cuida do Brasil”, disse. “Precisamos que a sociedade esteja conosco. Nosso projeto é de defesa da UFRJ”.

O reitor da UFRJ, professor Roberto Medronho, participou da atividade. “Estou aqui antes de tudo porque sou professor. É o que sempre quis ser: formador de pessoas. Essa é nossa missão enquanto professores e servidores públicos”, disse. “Entretanto, é importante que sejamos valorizados. Precisamos de reestruturação das carreiras dos técnicos e professores, precisamos de melhores salários. Esta é uma pauta legítima”, defendeu. “Tão importante quanto a pauta salarial, precisamos ter nossa autonomia garantida por um orçamento e infraestrutura adequados”.

Andrei Rodrigues, do DCE Mário Prata, saudou o ato. “Essa mobilização é muito importante porque temos um cenário de completa precarização na UFRJ, que é sentido por todos”, disse. “É fundamental que nossas mobilizações se tornem mais constantes. Hoje, os estudantes estão paralisados para dizer que tipo de UFRJ a gente quer. Para que todos que nela entrarem, possam permanecer”.

“É muito importante que a gente mantenha a unidade conquistada nos quatro anos de governo Bolsonaro, para seguir nas negociações pelas nossas demandas”, avaliou o presidente da Associação de Pós-Graduandos da UFRJ, Gabriel Batista. “Os estudantes de pós ficaram mais de dez anos sem reajuste das bolsas. Recebemos uma recomposição no ano passado, mas ainda insuficiente. Queremos parabenizar a AdUFRJ por vir para a rua falar à sociedade sobre nossos problemas e nossas reivindicações”, concluiu.

Pelo Andes, falou a vice-presidenta da Regional Rio de Janeiro, professora Cláudia Piccinini. “Hoje somos 26 universidades que aderiram à greve nacional. Estamos em greve porque estamos há mais de um ano em negociação com o governo por recomposição dos nossos salários, do orçamento de todas as universidades federais, que é urgente”.

Diretor da AdUFRJ, o professor Rodrigo Fonseca, do NUPEM/Macaé, convidou a todos para continuarem a realizar atividades com o mote “Eu Amo a UFRJ”. “O espírito dessa campanha é exatamente o de mostrar nosso amor pela universidade. Temos muitos problemas e vamos lutar para que se resolvam com a universidade aberta. Não é justo fazer greve e parar só a graduação”.

Ex-presidenta da AdUFRJ, a professora Tatiana Roque destacou o papel da universidade na democratização do ensino e da pesquisa. “As políticas públicas dos primeiros governos Lula permitiram que a universidade hoje seja um espaço de inclusão, de democracia. Mas, para que ela continue assim, para que a gente não veja os primeiros de suas famílias a passarem no vestibular abandonando a universidade, nós precisamos de mais verbas, de mais assistência estudantil”, defendeu.

Ao fim do ato, a professora Nedir do Espirito Santo, vice-presidenta da AdUFRJ, leu o manifesto em defesa da universidade. Leia a íntegra aqui.

Fotos de Fernando Souza e Alessandro Costa
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