facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

08bWEB menor1130“As pessoas terão que agir com parcimônia. Nas ruas, nas escolas, nas lojas, nas indústrias”. Foi a resposta do professor e chefe do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ, Amilcar Tanuri, para o questionamento proposto no Seminário “O que será o amanhã?”. O evento, promovido pelo Colégio Brasileiro de Altos Estudos e apoiado pelo Fórum de Ciência e Cultura, ocorreu no dia 25.     
O virologista considera fundamental que, no futuro, sejam preservados cuidados como usar máscaras, manter distâncias mínimas para outras pessoas, evitar aglomerações e lavar as mãos com frequência. O relaxamento dessas medidas poderá ser fatal. “O medo nosso é uma segunda onda que pode causar mais estrago que a primeira”.
Tanuri atribui duas características principais à pandemia. A primeira é a velocidade de propagação do novo coronavírus. “Jamais esperaríamos que, em seis meses, pudesse afetar todo o globo terrestre”. A segunda é o que chama de infodemia, ou seja, uma epidemia de informação que pode ser prejudicial à Ciência. “Foram lançados muitos estudos sobre o comportamento do vírus, mas de forma mal feita, o que pode confundir o campo de estudo”.
O professor também destacou na palestra as iniciativas da UFRJ no enfrentamento da pandemia. Em parceria com a Faculdade de Medicina, o Laboratório de Virologia Molecular (LVM) — vinculado ao Instituto de Biologia — criou o Centro de Triagem da Covid-19, que funciona no Bloco N do Centro de Ciências da Saúde e é coordenado pela professora Terezinha Castiñeiras. Um espaço amplo e ventilado, onde as amostras são colhidas e enviadas para o laboratório, que realiza o diagnóstico molecular. O LVM produz cerca de 300 testes por dia, com apoio da Faperj.
Tanuri acredita que a produção de Ciência no país precisa de continuidade e usou como exemplo a trajetória do médico Oswaldo Cruz (1872-1917), pioneiro no estudo das moléstias tropicais. “Costumo dizer que somos a quinta geração de Oswaldo Cruz. Ele formou Carlos Chagas (1878-1934); depois, veio o Carlos Chagas Filho (1910-2000); depois, o Darcy Fontoura (1930-2014) e a gente”, explicou. “Isso é uma demonstração de que a Ciência deve ter continuidade. Essa é a palavra-chave. Não podemos parar a corrente”, completou.
A reitora Denise Pires de Carvalho fez a abertura do evento e ressaltou a carreira de excelência do virologista. “As sementes que partiram do Instituto Oswaldo Cruz em direção à Universidade Federal do Rio de Janeiro frutificaram. E hoje Amilcar lidera as pesquisas da Covid-19”.

(Liz Mota Almeida, estagiária sob a responsabilidade de Ana Beatriz Magno)

Topo