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Impossibilitadas de seguir com aulas presenciais, as universidades federais não deixaram de cumprir com sua função social. Elas têm se desdobrado com ações de combate ao novo coronavírus, com destaque para pesquisas em todo o país. O tema foi debatido em painel organizado pela Associação de Docentes da Universidade Rural do Rio de Janeiro. A atividade, realizada em 2 de junho, contou com a participação da reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho. Mediada pela presidente da ADUR-RJ, Lúcia Sartorio, a live abriu o ciclo sobre Ensino, Ciência e Cultura como Protagonismo Social, que acontece todas as terças de junho.


“As universidades brasileiras federais conduzem pelo menos 823 pesquisas relacionadas ao coronavírus, 96 ações de produção de álcool e produtos sanitizantes, e 104 ações de produção de equipamentos de proteção individual”, listou a vice-presidente da SBPC, Fernanda Sobral, uma das convidadas do encontro virtual. Os dados apresentados são de pesquisa realizada pela Andifes, com 46 instituições federais e reforçam o valor prático das universidades ao longo da pandemia.


A reitora Denise Pires de Carvalho salientou a relevância da diversidade cultural e de saberes na universidade. “A interação entre as diferentes áreas é o que garante o avanço”, afirmou. A professora fez uma crítica ao que chamou de “dimensão utilitária do saber” que, para ela, “deve ser renegada”, porque limita as realizações científicas. “Há um ciclo virtuoso entre a produção do conhecimento e a sociedade, que depende das diferentes áreas atuando para que essa palavra ‘ciência’ seja exercida na sua plenitude”.


O professor Ricardo Berbara, reitor da UFRRJ, destacou a precarização do trabalho no setor público como aspecto que limita os avanços das instituições. “Não se pode esquecer o que se fez com o SUS até que a pandemia se iniciasse. O SUS estava em um processo de desmonte acelerado”, lembrou. Em sua avaliação, a crise fará a população buscar mais os serviços públicos, o que pode resgatar o protagonismo político do setor.


Presidente da Associação Nacional pela Formação dos Profissionais de Educação (Anfope), Lucília Lino de Paula concordou que os serviços públicos têm sua importância reafirmada na crise. “As famílias, na ausência da escola, viram a necessidade da escola. Como se vê a importância da saúde pública, da educação pública e da previdência pública. O público é a solução”, completou.


Ainda assim, o futuro próximo preocupa os docentes. “As políticas não parecem convergir para o Plano Nacional de Educação”, sinalizou Malvina Tuttman, ex-reitora da UniRio. Um dos riscos, segundo a professora, é a “ desqualificação do trabalho pedagógico” como consequência do cenário atual.

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