Foto: Fernando SouzaLIGIA BAHIA
Presidenta da AdUFRJ
‘Quero agradecer muito a presença de vocês. Nós hoje tivemos um dia exaustivo. Não sei se todos e todas tiveram a mesma experiência, mas nós tivemos a honra, o prazer de estarmos com o presidente Lula. Então estamos um pouco cansados, estamos emocionados. Então eu queria agradecer duas vezes pelo fato de as pessoas estarem lá de manhã, e estarem aqui de noite. Nós somos incansáveis mesmo. Eu também queria mostrar para vocês a carteira do professor que recebemos hoje, e com isso dar parabéns a todos”.
“Eu queria também anunciar aqui a presença de uma pessoa em quem eu voto, e de quem eu sou cabo eleitoral, que é o Marcelo Freixo. E também, claro, da nossa vereadora e atual secretária municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação, Tatiana Roque. Essa é uma posse diferente, porque ela está ocorrendo junto com a nossa presença na cerimônia do presidente Lula, que, claro, é um vórtice, que nos carregou. Então obrigada de novo por esse esforço de estar aqui. A gente tem muito tempo pela frente para apresentar o nosso programa de trabalho, não faremos isso hoje. A gente acha que seria uma maldade ficar aqui falando tudo o que nós pretendemos fazer. A gente tem aí alguns comes e bebes, uma música, vamos a isso daqui a pouco”.
CONTINUIDADE E MUDANÇA
“Eu quero falar um pouquinho de nossa chapa, que é maravilhosa. Nós somos uma chapa de continuidade, mas nós também somos uma chapa de mudança. Continuidade por quê? Porque nós estamos no décimo ano de trabalho de um conjunto de pessoas que vem à frente da AdUFRJ e que tem uma linha política. Uma linha política de unidade, de luta. De luta por manter a universidade aberta, por manter a universidade inclusiva, por manter a universidade para os alunos, para a Ciência, a pesquisa e a extensão. É a continuidade de várias diretorias. Um trabalho que começou com a Tatiana Roque, com o Fred (Carlos Frederico Leão Rocha), com o Solé (Antonio Solé), e passou por várias outras diretorias. Agora, com a Mayra (Goulart), a quem a gente agradece muito. Então nós somos continuidade, mas também mudança”.
“A luta por melhores condições de trabalho dos professores é indissociável da luta pelo direito à Educação. E a gente hoje enfrenta duas forças importantes. Uma é a privatização, a gente tem uma privatização absurda do ensino superior, é uma privatização incessante. Denise, nossa ex-reitora, que está aqui, sabe que é uma batalha enorme. E a outra frente de luta que nós temos é contra a extrema direita, que como todos e todas sabem aqui, ataca as universidades. Ela tem a universidade como um de seus alvos, tem atacado o Instituto de Filosofia da USP. E nós aqui também, na UFRJ, temos sido alvo, inclusive pessoal, dessa extrema direita. Nós temos que nos organizar em relação a essas duas frentes de luta, e vamos continuar esse trabalho”.
“Mas vamos avançar também. Nós pensamos que a AdUFRJ precisa ser uma espécie de caixa de descompressão entre dois mundos. Um é o mundo do nosso trabalho, é a nossa identidade. A gente ama trabalhar, a gente ama dar aula, a gente ama fazer pesquisa, a gente ama quando consegue publicar em uma revista maravilhosa, a gente faz isso porque a gente gosta. Mas é um trabalho que exige muita dedicação. É o tempo todo, é um trabalho intelectual incessante e, nas condições atuais, ele tem sido bastante duro. Porque os orçamentos das universidades federais diminuíram, as condições de trabalho estão muito ásperas, estão agressivas em relação às nossas possibilidades de bem fazer esse trabalho”.
“Outro mundo é aquele em o céu está caindo, em que o planeta vai acabar, as mudanças climáticas estão aí. E a gente tem conflitos, guerras, um mundo no qual as desigualdades estão sendo intensificadas. A gente está nesses dois mundos, nós vivemos nesses dois mundos, e tem sido bastante difícil”.
NOVAS POSSIBILIDADES
“Hoje, na entrega das carteirinhas, uma professora disse que se nós conseguirmos ensinar um só aluno, aí o nosso trabalho foi cumprido. Mas não é só disso que se trata, certamente não é. O que nós precisamos é que as universidades avancem muito. Nós precisamos incluir muito, nós precisamos fazer muita pesquisa, nós precisamos fazer muita tecnologia. A gente precisa se conectar com o sistema de inovação desse país. Mas nós também precisamos de um Brasil que seja mais justo, muito mais, ter uma riqueza muito mais distribuída do que nós temos hoje. Ser professor, ser professora é muito mais do que a satisfação de encontrar um ex-aluno. Também é, mas nós queremos muito mais”.
“Essa caixa de descompressão que vai ser a AdUFRJ, nós pensamos que vai ser um lugar para a gente tomar café, para a gente se encontrar, para a gente aprender, para a gente ensinar também. Vai ser um lugar para a gente fazer exposições de arte, vai ser um lugar para a gente inventar, com criatividade, novas possibilidades para a universidade, e novas possibilidades para o Brasil também. A universidade, especialmente a UFRJ, tem essa vocação. A AdUFRJ precisa contribuir para que essa vocação da UFRJ floresça, que se expresse na sua totalidade”. ONOS
“Essa caixa de descompressão é a caixa da alegria, é a caixa das possibilidades. Nós queremos uma sede para AdUFRJ, um lugar desses nossos encontros (Veja mais informações AQUI). A gente quer encontrar com vocês o tempo todo, vocês já estão convocados. A gente precisa desse apoio. A gente não vai conseguir chegar muito longe só com a diretoria”.
“Nós queremos apresentar um projeto de carreiras. O Flávio está aqui (Flávio Silva, vice-presidente do Proifes-Federação), e a gente quer apresentar um projeto de carreiras para os professores. A gente quer mudar a situação das carreiras, mas não estamos falando só de salário. Estamos falando do tempo para a gente estudar, estamos falando do tempo para a gente publicar, estamos falando de uma carreira que seja favorável a essas nossas atividades, que são muito diversificadas. A gente não é só professor, a gente não é só pesquisador, a gente não é só intelectual. Nós somos tudo isso ao mesmo tempo, tudo junto e misturado. Então a gente quer apresentar um projeto, um plano de carreira. E queremos ter uma linha editorial que valorize, que consiga contribuir para que esse nosso trabalho se expresse. Esse nosso trabalho do fazer conhecimento, do produzir conhecimento. Que ele se expresse na sua pluralidade.”
ELEIÇÕES DE 2026
“Nós queremos e vamos trabalhar muito nesse ano de eleição, o ano de 2026, para eleger, no primeiro turno, candidatos que sejam progressistas. Nós queremos derrotar essa extrema direita que aí está. Esse é um compromisso que a gente tem que fazer, é Lula lá, é Lula aqui. Nós já estamos integrados nas campanhas, nós vamos participar das campanhas, nós vamos propor os programas de campanha, vamos nos intrometer nessas campanhas, e vamos trabalhar muito para que essas eleições permitam que essa caixa de descompressão que eu estou mencionando seja também uma caixa de descompressão para o país. Que a gente possa ter um país que avance a largos passos. Para essa situação de desigualdade, de injustiça social, que ela seja pelo menos mitigada. Para isso a gente precisa eleger deputados e deputadas, governadores e governadoras, senadores e senadoras que não sejam dessa natureza. Se esse é o pior Congresso que nós já tivemos na história do país, nós precisamos eleger o melhor Congresso da história do país, a gente precisa dar essa virada”.
“Essa virada começou, a gente está se sentindo melhor, os ares estão mais frescos, mas a gente precisa que esses ares soprem muito mais, com muito mais força. A AdUFRJ então tem esse compromisso. Nós adoramos que as reitorias estejam aqui presentes. Nós somos diferentes da reitoria, nós não somos a reitoria. Somos representação dos professores e professoras, nós podemos brigar com a reitoria, mas nós somos professores tal como os reitores e as reitoras são. Nós não somos patrão e empregado. É com essa compreensão que nós pretendemos dialogar. Nós estamos muito felizes com a presença de tantos reitores e reitoras aqui, isso para nós é uma honra imensa, é maravilhoso. Precisamos desse apoio”.
“E queremos também agradecer aos jovens, aos jovens aqui presentes. Eu queria agradecer a presença do meu neto, o Lucas. Lucas é aluno da UFRJ. Tenho um orgulho enorme do Lucas ser meu neto. E quero mencionar os que virão, como a Ciça, filha da Rose, que trabalha com a gente no IESC. Tomara que a Ciça também entre para a UFRJ. A gente quer muito que essa juventude venha a ser aluna da UFRJ, e que também vivam num país muito mais legal”.