Foto: Fernando Souza‘A gente tem que sonhar, senão as coisas não acontecem”, dizia um dos ex-alunos mais ilustres da UFRJ, o arquiteto Oscar Niemeyer. Pois bem. Na quarta-feira, 15 de outubro, o sonho de uma AdUFRJ com sede própria ganhou endereço e começou a acontecer. Será entre o Sintufrj e o belíssimo horto da universidade, perto da prefeitura universitária. “Será a coisa mais linda”, comemorou a presidente Ligia Bahia. “Queremos um espaço em que o professor se sinta em casa e se reconheça”, resumiu Pedro Lagerblad, diretor da AdUFRJ responsável pelo acompanhamento do projeto.
A nova diretoria tem planos e pressa. Quer construir, inaugurar e ocupar o novo prédio até 2027, quando termina a gestão. Já há um experiente consultor, Ivan Ferreira Carmo, integrante da equipe do Plano Diretor da Universidade e profundo conhecedor de cada palmo da Ilha do Fundão. “Aqui é uma área muito interessante, com enorme potencial”, diz o arquiteto, apontando para as belezuras da vizinhança, sombreada por amendoeiras e flamboyants.
O entusiasmo de diretores e equipe técnica já tem amparo oficial. No dia 15, durante a cerimônia de posse, o reitor da UFRJ, Roberto Medronho, assinou o documento que permite a construção do novo prédio. “É um momento solene e muito importante para nós. Vamos ter uma sede maravilhosa”, comemorou Ligia. “Essa presidente é muita ousada. Antes mesmo de tomar posse, ela nos procurou e fomos até o lugar, ao lado do Sintufrj. Será uma praça do poder. Vocês terão um espaço belíssimo para organizar ainda mais os professores de nossa querida UFRJ”, brincou Fernando Peregrino, pró-reitor de Planejamento, e um dos signatários do documento. “Sindicato e reitoria são dois entes distintos,que estabelecem uma relação dialética e dialógica e assim constroem o melhor para a nossa universidade”, afirmou o reitor.
A diretoria adianta que vai seguir com a sede no bloco D do Centro de Tecnologia, espaço já presente no cotidiano do atendimento aos docentes. “A sede nova será mais um espaço do professor. Não vamos fechar o antigo”, explica Ligia. Desde a cerimônia de posse, a presidente tem falado que a AdUFRJ será uma espécie de caixa de descompressão entre dois mundos. De um lado, o mundo do trabalho docente, com agruras que vão desde a crise orçamentária e a precariedade das instalações até o cotidiano exaustivo e incessante da atividade intelectual. Do outro lado, o mundo contemporâneo, caótico, distópico, castigado pela crise climática e pela desigualdade social.
“A AdUFRJ será essa caixa de descompressão. O lugar que a gente vai tomar café, que a gente vai ensinar e aprender, que a gente vai fazer exposição de arte, que a gente vai inventar novas possibilidades para a universidade e para o Brasil”, resumiu Ligia, em seu discurso. “Essa caixa de descompressão é a nova sede, é a caixa da alegria, do pode ser, e da construção de impossíveis. Não será só um lugar físico. Será um lugar simbólico de encontros”.