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WhatsApp Image 2025 05 14 at 18.57.49 1Fotos: Fernando SouzaRenan Fernandes

Inspirar sonhos para transformar vidas. Esse é o objetivo do “Conhecendo a UFRJ 2025”, que, entre os dias 7 e 9 de maio, recebeu seis mil estudantes de 168 escolas públicas e privadas de todo o estado para apresentar os 175 cursos de graduação da universidade. O evento organizado pela pró-reitoria de Extensão contou com palestras, estandes e visitas guiadas pelas unidades do campus do Fundão.
“É um momento decisivo, que cria um horizonte de entrada na universidade pública para esses estudantes”, afirmou a professora Ivana Bentes, pró-reitora de Extensão. Para a docente, o diálogo com pesquisadores e a possibilidade de visualizar a ciência que é produzida na UFRJ abre a imaginação dos jovens. “Quando eles veem outros jovens iguais a eles trabalhando num laboratório, construindo coisas legais, isso explode a cabeça deles”.
Cauã Telles, de 17 anos, era um dos estudantes mais empolgados do grupo do Colégio Estadual Brigadeiro Schorcht, localizado em Jacarepaguá. “Tinha muita curiosidade de saber como é uma faculdade. Só conhecia de séries e filmes”, disse. Indeciso quanto ao futuro, o jovem saiu encantado com o curso de Nanotecnologia depois do contato com professores e estudantes da área. “Cara! Como os pesquisadores conseguem manipular a matéria em escala nanométrica. São estruturas microscópicas que terão muita importância no futuro. Não sabia se queria fazer uma faculdade, mas agora quero estudar isso”, revelou impressionado.
O professor Marcus Moutinho, coordenador do curso de graduação em Nanotecnologia no Campus Xerém, explicou o impacto do evento para a popularização do campo de pesquisa. “Para um curso novo como Nanotecnologia, que só existe há 15 anos, esse evento é fundamental. É a hora que temos para apresentar o curso para potenciais futuros alunos”.WhatsApp Image 2025 05 14 at 18.57.49 2
Juliana Ferreira, professora de Biologia de Cauã, reforçou a importância do evento para mostrar novas perspectivas na cabeça dos estudantes. “Essa visita é essencial para incentivar os alunos a virem para a universidade. Mostrar que eles podem ter acesso a esse mundo que vai oferecer muitas oportunidades durante a vida”, afirmou.
A professora destacou as políticas de permanência estudantil e de incentivo à pesquisa como fatores fundamentais para atrair jovens periféricos. “Eles conheceram as possibilidades de bolsas de permanência, de pesquisa e de iniciação científica. Então, eles saem com essa perspectiva de que não precisam escolher entre estudar ou trabalhar. Dá para estudar, ganhar um dinheirinho e sonhar em mudar de vida”, pontuou.

Convencer os estudantes de famílias de baixa renda de que o ensino superior é um caminho viável também é parte do trabalho diário de Cristiano Azeredo, professor de História do CIEP 201 Aarão Steinbruch, em Duque de Caxias. “Já aconteceu de eu falar que o ensino superior é fundamental e ouvir como resposta que fundamental é comer”, contou. Cristiano organiza, com outros professores, rodas de conversa na escola sobre o acesso e a permanência nas universidades. “Nessas conversas, usamos sempre uma música da Bia Ferreira que fala ‘cota não é esmola’. Hoje, esses jovens conseguem reconhecer esse espaço como deles também. Até pouco tempo atrás, isso não acontecia”.
Uma das estudantes sob a responsabilidade de Azeredo não conseguia esconder a felicidade durante a visita. Vitória Resende, também de 17 anos, é apaixonada por desenho e passou o dia acompanhando as palestras sobre os cursos da Escola de Belas Artes no Auditório G-122, no CT. “Queria fazer Artes Visuais na UERJ, mas agora quero fazer aqui”, avaliou ao final do dia, decidida em se tornar estudante da UFRJ. O motivo dessa mudança foi o deslumbramento com a arquitetura do JMM. Depois das palestras, Vitória foi correndo conhecer o prédio e quase perdeu a hora do reencontro para pegar o ônibus. “Nossa! O prédio é lindo! As esculturas, as pinturas e os desenhos dos alunos nas paredes. Tudo é incrível”, exaltou.

INTERAÇÃO
As palestras ministradas pelos docentes atiçaram a curiosidade dos estudantes, que aproveitaram para tirar dúvidas sobre os cursos. O professor Thiago Gonçalves, diretor do Observatório do Valongo, celebrou o entusiasmo dos alunos após responder a uma série de perguntas dos jovens sobre a Astronomia após sua apresentação no Salão Nobre da Decania do CCMN. “Para a Astronomia, é um momento importante para desmistificar o trabalho que a gente faz, que às vezes parece muito distante. Por isso, é fundamental, seja para eles optarem pela carreira acadêmica na área, seja para entenderem a importância do investimento na Astronomia na universidade”, explicou.
O professor Antonio Santoro, da Faculdade Nacional de Direito, participou pela primeira vez do “Conhecendo a UFRJ”. O docente também reuniu muitos interessados na carreira jurídica no Auditório Horta Barbosa e esclareceu diversas dúvidas. “Fiquei muito impressionado com a quantidade de estudantes e o interesse deles. Foi uma experiência nova para mim. Estamos mais acostumados a falar para o público do Direito, mas é preciso também desenvolver essa capacidade de falar de maneira simples”.
No CCS, a professora Ana Carolina Sodero, da Faculdade de Farmácia, se surpreendeu com a interação com os alunos no Quinhentão. “Eles estavam muito interessados. Achei ótimo, nem estava esperando tantas perguntas”, brincou a docente. Sodero fez uma avaliação positiva do evento. “É difícil para um adolescente conseguir projetar o próprio futuro profissional e a gente consegue dar uma perspectiva do que é o curso, quais as áreas de atuação”.

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