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A diretoria da AdUFRJ reuniu seu Conselho de Representantes para iniciar o debate sobre a decisão tomada no 42º Congresso do Andes, que indicou a construção da greve ao longo do 1º semestre deste ano. Compareceram sete docentes presencialmente, incluindo duas da diretoria, e 26 em ambiente remoto.

Estão previstas outras duas reuniões do CR, nos dias 3 e 26 de abril. A diretoria da AdUFRJ enviará aos conselheiros um modelo de formulário que poderá ser encaminhado aos colegas (via Google Forms) sobre temas relacionados à mobilização e greve para ter, já no dia 3 de abril, um retrato mais aproximado do posicionamento dos professores da UFRJ. O calendário de mobilização também inclui a Marcha a Brasília, prevista para o dia 22 de maio. A diretoria esclarece que a agenda de mobilizações está em constante construção.

"Nosso objetivo hoje é abrir o processo de diálogo e escuta, além de ativar o Conselho de Representantes para acumular o debate nas unidades", explicou a presidenta da AdUFRJ, professora Mayra Goulart. A docente também fez um adendo sobre a situação particular da UFRJ. "As aulas na universidade só começam na próxima semana. Ainda temos muitos colegas de férias. A semana que vem será toda dedicada à recepção dos calouros e por isso pensamos em reunir novamente o CR em abril, para devolutivas".

A professora Nedir do Espirito Santo, vice-presidenta da AdUFRJ, acrescentou que a diretoria tem preocupação com a atual desmobilização dos professores e que uma greve só pode ser construída com expressiva participação docente. "A gente depende de um processo amplo de mobilização. Vamos atuar compartilhando as informações das unidades, imprimir materiais e jornais para que esse movimento aconteça".

DEBATE

Algumas docentes passaram informes sobre como está a percepção da greve nas suas unidades. A professora Lise Sedrez, do Instituto de História, contou que fez uma consulta remota aos colegas e que metade respondeu aos questionamentos. Desses, mais de 70% apoiam a construção de uma greve. Alguns se colocaram contrários à paralisação e outros desejavam a greve imediata. "Alguns questionamentos surgiram, como o que significa para a democracia termos um sindicato que não fez greve num governo autoritário e agora querer greve", apontou a docente. "As condições de trabalho estão ruins, não há dúvidas sobre as nossas perdas, há condições de saúde sérias e creio que essas condições mobilizem hoje muito mais do que o salário", sugeriu a professora.

A professora Maria Fernanda Elbert falou sobre a posição dos professores de sua unidade, o Instituto de Matemática. Segundo ela, 35% dos docentes  responderam à sua consulta sobre a greve. A maioria foi contrária, mas houve quem apoiasse a paralisação neste momento e quem preferisse a greve num outro momento. "Também houve alguns questionamentos sobre o esvaziamento da universidade. Menos de 50% dos alunos se matricularam na primeira chamada. Será que a greve não irá piorar esse quadro?".

Pela Faculdade Nacional de Direito falou a professora Eleonora Ceia. "O momento é oportuno (para a greve). O movimento dos técnicos é fortíssimo e conseguiu colocar mais de 500 pessoas em assembleia", apontou a professora, sobre a assembleia do Sintufrj, que deflagrou a greve na semana passada. "Nossa categoria é muito heterogênea e o reajuste impacta de diferentes formas os professores. Mas as condições de trabalho atingem a todos", falou, sugerindo que este fosse o tema central da mobilização.

Por Renan Fernandes

 

A professora Mayra Goulart foi a convidada do jornalista Anderson Gomes no programa Faixa Livre da quarta-feira, 6. A crise orçamentária da UFRJ e as negociações para buscar novos recursos para a universidade foram os temas da entrevista da cientista política. A presidenta da AdUFRJ traçou um panorama da situação da universidade e dos entraves para a valorização do trabalho docente.

Na semana seguinte à realização do 42º Congresso do Andes, Mayra destacou a falta de pragmatismo do sindicato nacional nas conversas com o governo por melhores salários e condições de trabalho. “O Andes tem sido pouco assertivo na negociação com o governo quando ele apresenta na mesa de negociação um índice muito elevado”, alertou a professora.

Goulart louvou o levantamento das perdas da categoria junto ao Dieese, mas desaprovou a condução das negociações pelo Andes. “O índice é legítimo porque representa as perdas inflacionárias que a categoria teve nos últimos anos, mas quando somado chega um montante inexequível para um primeiro lance. Não podemos começar uma negociação salarial pedindo um reajuste de quase 40%”.

Os graves problemas estruturais da UFRJ ganharam destaque na entrevista. A docente do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais deu seu testemunho sobre as condições do edifício. “Sou professora do IFCS, um prédio histórico no Centro da cidade, que sofreu a mesma condenação por motivos elétricos que o Museu Nacional sofreu. Estamos só esperando pegar fogo”, alertou Goulart.

“Não há dinheiro para pagar água, luz, bandejão. É uma situação famélica. Mas além desses gastos correntes, temos uma questão infraestrutural gravíssima. São prédios condenados em que professores e alunos têm sua vida ameaçada”.

A entrevista completa está disponível no canal do programa Faixa Livre, no YouTube. 

Aos 27 anos, Nikolas Ferreira assume um dos colegiados mais importantes do Legislativo nacional: a Comissão de Educação, que terá um orçamento de R$ 180 milhões, o sexto maior dentre as 30 comissões permanentes da Câmara. Ele foi eleito na quarta-feira, dia 6, com 22 votos a favor e 15 em branco.

Expoente da extrema direita nacional, o parlamentar do PL foi o mais votado do Brasil nas eleições de 2022, angariando mais de um milhão de votos. Defensor do homeschooling na educação básica, ele se apresenta como cristão de direita, armamentista e defensor da família. Já se manifestou contra a liberdade de cátedra e contra as universidades públicas. É cotado para disputar a prefeitura de Belo Horizonte neste ano.

Ainda na quarta-feira, em outra derrota para o governo Lula, a deputada Caroline de Toni (PL-SC), também bolsonarista, foi eleita para presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. Além dessas, o PL estará à frente das comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional; Esporte e Previdência; Assistência Social, Infância, Adolescência e Família.

A federação da qual o PT faz parte e que reúne a base do governo irá liderar as comissões de Saúde; Fiscalização Financeira e Controle; Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial; e de Cultura.

Além de uma derrota evidente para o governo, a escolha de Nikolas para a Comissão de Educação é um sinal que não pode ser menosprezado pelo campo progressista, alerta a professora Mayra Goulart, cientista política e presidenta da AdUFRJ. “O tema da educação é estruturante para a extrema direita global. O homeschooling, a ideia de que as famílias devem ter primazia na educação e que as instituições republicanas não têm papel de orientar o processo pedagógico dos alunos, é algo que norteia a extrema direita”, explica Mayra.

Em relação à educação superior, o deputado representa ideias contrárias à ciência e às universidades. “É grave, porque há um certo embate em relação à autonomia das instituições de ensino superior e a extrema direita. Mas não podemos esquecer que a disputa mais ferrenha se dá na educação básica”.

Essa disputa, segundo Mayra, começa em 2009, com a aprovação do Plano Nacional de Direitos Humanos número 3, o PNDH-3, que defendia a discussão sobre gênero nas escolas. “É aí que começa toda aquela narrativa da ‘ideologia de gênero’, da ‘mamadeira de piroca’. A gente precisa lembrar disso. Esse foi o momento de ativação dessa reação conservadora”, analisa a cientista política. “A chegada de Nikolas à Comissão de Educação é um alerta de que a extrema direita está organizada e ocupando espaços institucionais”.

Mayra afirma que isso só é possível porque a extrema direita é um movimento amplamente aceito na sociedade e com grande capilaridade. “A extrema direita não acabou. Ela está organizada. Por isso que a gente precisa ser responsável na relação com o governo, porque ele está servindo como barreira de contenção contra o avanço da extrema direita”, conclui.

REAÇÃO À ESQUERDA E À DIREITA
A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-RJ) lembrou que o deputado foi condenado por transfobia contra a também deputada Duda Salabert (PDT-MG) e é réu no Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJ-MG) por filmar uma aluna trans de 14 anos em um banheiro escolar. “É inconcebível que um sujeito que não tem uma postura ilibada, que não tem condição de fazer jus ao mandato de deputado federal, e de um sujeito que, inclusive, cometeu crimes contra uma criança dentro de um espaço educacional, seja presidente da Comissão de Educação”, protestou.

Alice Portugal, deputada pelo PCdoB-BA, também criticou a escolha. “Ele tem trabalhado apenas na lacração e nunca no conteúdo. Não tem nenhuma atuação no mundo da educação. É óbvio que nós respeitamos a proporcionalidade partidária, mas os partidos têm obrigação de ter coerência ao fazer as suas indicações”, afirmou.

João Amoêdo, fundador do Novo, afirmou que a escolha de Nikolas “é uma vergonha”. “Os líderes partidários deveriam pressionar o PL para reverter essa nomeação e indicar um nome adequado – e não um deputado sem nenhuma experiência com o tema e que busca relevância apenas com polêmicas”.

A Articulação Judaica de Esquerda emitiu nota em que exige o afastamento do deputado que, no ano passado, afirmou em podcast que o melhor a ser feito é “não proibir a negação do Holocausto” no Brasil ou a criação de partidos nazistas em nome da “liberdade de expressão”. “Exigimos o afastamento de Nikolas Ferreira do cargo de presidente da Comissão de Educação do Congresso Nacional porque suas ideias colocam em risco a integridade nacional e, particularmente, têm o potencial de contribuir com a formação de jovens com teorias antissemitas, anti-LGBTQIA+, capacitistas, e que associam ser artista, intelectual ou ser de esquerda ao crime.”

Caras professoras, vamos juntas no ato das Mulheres neste 8 de Março. A concentração é às 16h diretamente na Candelária. Participe e venha retirar seu kit para a manifestação. A AdUFRJ fica localizada na sala D-220, do Centro de Tecnologia (Fundão).

Dos costumes dos indígenas e da população de origem africana que moldaram a imagem da cidade do Rio de Janeiro à construção da identidade brasileira desde a chegada da Família Real até a proclamação da República. É rico e vasto o roteiro da nova edição dos passeios culturais da AdUFRJ, projeto iniciado em 2023 e que terá continuidade de março a junho. Serão quatro passeios guiados pelo historiador Douglas Libório por alguns dos mais significativos marcos culturais de nossa história.

A primeira etapa da nova edição, parte da comemoração dos 45 anos do sindicato, será a visita ao Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro, no Parque da Cidade, na Gávea, no dia 24 de março (veja roteiro completo abaixo). Pouco conhecido pela própria população carioca, o espaço foi reaberto em 2021, restaurado após dez anos de fechamento. As inscrições para essa etapa estarão abertas de 19 a 21 de março pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Há uma limitação de 20 pessoas por passeio.

DIVERSIDADE
Autor do livro “Palácio Tiradentes – Arte e Política no Brasil Republicano”, uma adaptação de sua dissertação de mestrado, o historiador Douglas Libório conta que o roteiro foi pensado para mostrar diferentes espaços arquitetônicos que contam a história do Rio de Janeiro e do país. “Eu me graduei em História na UFRJ em 2019, para mim é um honra participar desse projeto da AdUFRJ. Estudo a arquitetura e a decoração do poder quando o Rio era a capital da República. Alguns palácios da monarquia que se tornaram sedes do poder na República, como o Palácio do Catete, estão no roteiro. Assim como os prédios construídos já nos anos 1920 para serem sedes do poder republicano, como os palácios Pedro Ernesto e Tiradentes”.

O roteiro de abril, o único que ocupa manhã e tarde, com intervalo para o almoço, é muito rico, segundo Douglas, porque reúne elementos arquitetônicos desde o século XVII até os dias atuais. “É uma diversidade que está muito presente na região que vai do Largo da Glória ao Museu da República, na Rua do Catete. Temos desde a Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, representante da arquitetura colonial, até a Villa Aymoré, na Ladeira da Glória, de final do século XIX e início do século XX. E também o primeiro “brizolão” da história do Rio de Janeiro, o CIEP Tancredo Neves, de arquitetura moderna”, descreve o historiador. Com projeto de Oscar Niemeyer, o CIEP foi inaugurado em 8 de maio de 1985, pouco depois da morte do político mineiro.

Em maio será a vez dos “palácios do poder”, o Pedro Ernesto, de 1923, e Tiradentes, de 1926. O primeiro é da Câmara Municipal de Rio de Janeiro e o segundo, da Assembleia Legislativa. “Este ano vamos comemorar os 200 anos de nossa primeira Constituição, que é de 25 de março de 1824, a que instituiu o Senado do Império, e esses dois prédios nos ajudam a contar essa história”, diz Douglas.

Dá uma dor no coração não ter no roteiro o Palácio Monroe, que foi demolido na segunda metade da década de 1970, supostamente para dar lugar às obras do metrô. Justamente ele, que foi sede do Senado na antiga capital. Mas Douglas vai “incluir” o palácio no roteiro. “Eu acho que vale a pena a gente comentar sobre ele no roteiro de maio. Posso levar o pessoal até a Praça Mahatma Gandhi e dizer que ali havia o Palácio Monroe. O vazio fala muito mais do que a gente imagina”. O Monroe foi a segunda sede do Senado. A primeira foi no prédio que hoje abriga a Faculdade Nacional de Direito.

A nova etapa do projeto se encerra em 22 de junho com a visita ao notável acervo do Museu Histórico Nacional, na Praça Marechal Âncora, no Centro. “Eu acho essa iniciativa da AdUFRJ fundamental porque possibilita aos professores expandirem a sua atuação em sala de aula e na pesquisa. É um projeto que mostra a importância de os profissionais de Educação estarem na rua, vendo como a cidade é transformada pela nossa atuação”, acredita o historiador.

Para a presidenta da AdUFRJ, professora Mayra Goulart, o sucesso do projeto junto aos filiados mostra a importância de o sindicato buscar novas formas de atuação. “A ideia de fazer visitas aos locais históricos e ter atividades culturais cumpre dois propósitos. O primeiro é trazer essas informações para os sindicalizados. O segundo é oferecer uma oportunidade para que eles se encontrem, conversem sobre a universidade, seus projetos e suas vidas, com especial atenção para os aposentados, que são muito importantes para a AdUFRJ e que se sentem contemplados com essas atividades”.

VEJA O ROTEIRO

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DE 10h ÀS 12h

“Quantos Rio (s) são possíveis numa casa? Conhecendo o Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro”

Reaberto em 2021, após dez anos fechado e em restauração, o Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro retornou ao panorama cultural da cidade, trazendo novos olhares e visitações para o Parque da Cidade, na Gávea.

13 DE ABRIL I SÁBADO I

“Entre a nobreza e a República: Caminhos do Catete”

Arquitetura Urbana do Catete (11h às 13h): O bairro do Catete abrigou diversas personalidades da nobreza imperial e da elite republicana. Porém, mais do que um espaço de vida política, o entorno da região do antigo “Caminho do Catete” armazena as camadas de quase cinco séculos da história da arte e da arquitetura brasileira.

Indicação de almoço:
Restaurante Berbigão (Rua do Catete, 150)

Museu da República (14 às 16h30): Originalmente nomeado como Palácio Nova Friburgo, o edifício é um dos marcos da arquitetura civil do Segundo Reinado. Entre elementos imperiais e republicanos, o Palácio do Catete é um dos espaços que agrega camadas de memória da vida política e dos mundos da arte do Rio de Janeiro.

10 DE MAIO I SEXTA-FEIRA I
DE 14h ÀS 16h30

“Palácios do Poder: 200 anos de Parlamento no Brasil”
As construções dos Palácios Pedro Ernesto (1923) e Tiradentes (1926) marcam a celebração do primeiro centenário do Congresso no país. os edifícios são um marco na história da arte brasileira, por já serem “modernos” e trazer uma determinada representação do “nacional” na sua decoração interna e fachadas.

22 DE JUNHO I SÁBADO I
DE 10h ÀS 12h

“Nas raízes do Brasil independente: conhecendo os acervos do Museu Histórico Nacional”
Inaugurado como um dos Pavilhões na Exposição Internacional de 1922, o Museu Histórico Nacional foi criado por decreto no mesmo ano, para a celebração do Centenário da Independência do Brasil. Como o maior museu de história do país atualmente, sua diversidade de acervos é notável.

 

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