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WhatsApp Image 2022 07 22 at 19.26.56Tomou posse nesta quarta-feira (20) a nova gestão do DCE Mário Prata. Eleito com mais de 7 mil votos contra 2.855 do segundo colocado, o grupo vencedor apresentou a sua plataforma política em um evento que contou com a presença de representantes de segmentos da universidade, entre eles o vice-reitor Carlos Frederico Leão Rocha, o presidente e a vice-presidente da AdUFRJ, João Torres e Mayra Goulart, e o coordenador-geral do Sintufrj, Esteban Crescente.
O vice-reitor parabenizou o grupo pela vitória, exaltou os estudantes da UFRJ pela participação nas eleições e lembrou a nova gestão da responsabilidade que eles terão depois de uma votação tão expressiva. Carlos Frederico também tratou dos cortes no orçamento da universidade, que põem em risco o funcionamento da instituição, e apontou um caminho para tentar reverter o cenário. “Estamos diante de um quadro grave, e a expectativa é que haja mais um corte ainda este ano. Vamos precisar de rua para defender a UFRJ”, disse o professor, conclamando os estudantes a se manifestar contra os cortes.
Em seu discurso, Mayra saudou especialmente as jovens mulheres e representantes de minorias, chamadas por ela de “polos importantes na luta contra o bolsonarismo”. Mayra criticou o governo e apontou uma saída para enfrentar Bolsonaro. “Se queremos derrotar esse modelo de Estado de destruição, temos que fazer nas urnas, e no primeiro turno, para que todos os eleitos em primeiro turno, governadores, senadores e deputados, não participem da farsa golpista de Bolsonaro”, defendeu a professora.
O Jornal da AdUFRJ conversou com Lucas Peruzzi, aluno da Escola de Química, nomeado coordenador-geral do DCE, e relata um pouco da agenda política do diretório dentro e fora da UFRJ.

Jornal da AdUFRJ - Internamente, quais são os principais desafios da próxima gestão do DCE?
Lucas Peruzzi
- A infraestrutura, com certeza. Não só dos prédios, mas também a estrutura para mais bandejões, por exemplo, e a questão central de tudo que eu vou listar aqui é a recomposição orçamentária. Precisamos dessa recomposição para ter mais estrutura, para ter mais acesso estudantil, mais segurança, ensino de qualidade. Enfim, a questão central é a recomposição orçamentária. E continuar travando as lutas cotidianas dentro da universidade, dentro dos conselhos, entendendo quais são as pautas e mobilizações que a gente precisa fazer

E no atual cenário político, quais lutas vocês pretendem travar fora da universidade?
Nosso maior desafio será barrar esses ataques antidemocráticos do governo Bolsonaro e garantir eleições limpas, com toda a lisura do processo. Esse é um processo que não vai se dar só nas urnas. Estamos mobilizados desde a pandemia desgastando o governo, indo às ruas para denunciar suas atrocidades, denunciar a ofensiva à democracia, às urnas eletrônicas e a todos os elementos democráticos que a gente pode pensar.

Você falou em democracia. Por que não construir unidade em torno do candidato que tem condições de derrotar Bolsonaro no primeiro turno?
Porque o projeto que temos é muito maior do que uma eleição. E, historicamente, a gente derrota o fascismo nas ruas. Precisamos aprender com a história. Mesmo que um outro candidato da oposição ou da esquerda ganhe, não vai ser o fim do fascismo. Vamos precisar continuar lidando com isso constantemente, e nesse processo, ir às ruas é fundamental para dar uma resposta. Também porque entendemos que há pontos dos programas dos quais não podemos abrir mão. Não podemos abrir mão de contrarreformas trabalhistas, de contrarreformas da previdência, e eu acho que não são todas as candidaturas, inclusive da esquerda, que estão apresentando isso. Por isso, entendemos que o debate político é muito maior do que o debate das candidaturas. O debate dos programas precisa ser maior. A discussão, de fato, precisa ser sobre os programas, e não sobre os nomes dos candidatos, como costuma acontecer.

WhatsApp Image 2022 07 22 at 19.23.18DEBATE contou com Guilherme Coelho, Thais Aguiar (mediadora), Eduardo Valdoski e José Cardoso Jr. - Foto: Fernando SouzaEstela Magalhães

“Abordamos o assédio institucional como um conjunto de ameaças, constrangimentos e desqualificações operadas contra os servidores públicos e as organizações públicas”, afirmou José Celso Cardoso Jr., do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em debate realizado no IFCS, dia 18. O economista é um dos organizadores do livro “Assédio Institucional no Brasil: Avanços do Autoritarismo e Desconstrução do Estado”, lançado durante o evento realizado pelo Observatório Político e Eleitoral.
A obra reúne 20 artigos assinados por 51 pesquisadores de instituições e universidades brasileiras. “O assédio institucional não está circunscrito ao serviço público. O que está em curso é a tentativa de instauração de um governo de viés autoritário”, disse Cardoso Jr. “É o caso do Ibama, um dos órgãos mais assediados da República, que passou a não multar os casos de incêndio. Ou seja, os servidores passaram a ser orientados a fazer o contrário daquilo para o qual o órgão foi criado”, completou.
O debate também contou com a participação de Guilherme Coelho, fundador do República.org, instituto que apoia o desenvolvimento da gestão de pessoas do serviço público brasileiro. “Temos que pensar no Estado de uma nova maneira. Ele precisa ser presente e competente, e isso se dá por meio das pessoas. Os profissionais públicos precisam ser respeitados e responsivos às nossas urgências”, diz.
Eduardo Valdoski, secretário-executivo do Observatório do Conhecimento — rede de sindicatos e associações docentes (entre elas, a AdUFRJ) —, apresentou dados da pesquisa inédita da organização sobre os riscos à liberdade acadêmica no Brasil. “Mais de um terço dos pesquisadores que participaram desse trabalho já se autocensuraram, já deixaram de fazer determinado enfoque da pesquisa com medo de alguma retaliação e assédio”, disse — leia mais sobre a pesquisa AQUI

FSOU7412Marco Lucchesi - Foto: Arquivo AdUFRJDois professores da UFRJ se recusaram a receber a Medalha da Ordem do Mérito do Livro, concedida pela Biblioteca Nacional. A decisão dos professores Antonio Carlos Secchin e Marco Lucchesi, da Faculdade de Letras, membros da Academia Brasileira de Letras e notáveis intelectuais, aconteceu depois que eles souberam que o presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) também receberiam a honraria.
Foram 200 os indicados para receber a medalha, o que deixou o professor Marco Lucchesi desconfiado. “Quando eu vi que a quantidade era muito intensa, um sinal de indagação veio ao meu espírito. Aí eu li na imprensa que figuras-chave do bolsonarismo seriam homenageadas, como o presidente e a primeira-dama, por exemplo”, contou Lucchesi. Foi o suficiente para que ele decidisse pela recusa.
“O bolsonarismo tem como princípio básico sequestrar as instituições culturais. Basta ver o imenso sacrifício das nossas universidades federais, que também sofrem um sequestro financeiro”, explicou o professor, que foi presidente da ABL entre 2018 e 2021. “Eu compreendi que era um sequestro cultural, mas de alcance simbólico importante, e que se eu estivesse lá estaria jogando no chão o nome da UFRJ e da academia que presidi”, afirmou.
Os princípios políticos que opõem Lucchesi e o bolsonarismo vão além da trincheira da cultura. Atravessam também os Direitos Humanos. “Eu vou a presídios, comunidades quilombolas e nações indígenas levar livros. Não posso ficar próximo de um exército de ignorantes que decidiram a política do ódio e da destruição da cultura. É normal que eu me decidisse a não fazer parte dessa trama diabólica”, afirmou Lucchesi.
Para ele, a maneira patrimonialista com que Bolsonaro trata as honrarias que deveriam ser concedidas pelo Estado brasileiro é orientada por uma visão autoritária e personalista. “Há também um elemento secundário, que é o da guerra cultural. O bolsonarismo vive aprisionado na sua própria esquizofrenia. Ele nega a realidade e constrói um universo paralelo. Para nós pode ser chocante que o deputado brucutu Daniel Silveira ganhe uma medalha. Mas para eles, não”, explicou o professor.
Quando teve a informação de que receberia a medalha, o professor Antonio Carlos Secchin se dispôs a aceitar a honraria. Ele começou a achar estranho quando a Biblioteca Nacional o informou que a entrega seria feita em duas cerimônias, uma com a presença de intelectuais e acadêmicos, e outra com a presença de empresários e políticos, e ele estaria no primeiro grupo. “Aí eu decidi ir atrás, e descobri alguns nomes da lista. Descobri então que estaria com companhias que eu não desejava, pessoas que eu não podia imaginar que estivessem vinculadas ao universo da cultura e do livro”, explicou.
A confusão fez com que alguns nomeados recebessem a honraria sem saber toda a lista de agraciados, e figuras que receberam a medalha em outros anos a devolvessem. “Quase todos que estavam ali não sabiam da lista de homenageados”, disse Secchin. Intelectuais como José Murilo de Carvalho, Lucia Bastos Pereira das Neves, Guilherme Pereira das Neves, Marcello Otávio Neri Basile e Arno Wehling devolveram suas medalhas depois que souberam que Bolsonaro, Silveira e outros bolsonaristas seriam agraciados.
“Estas pessoas são partidárias de uma linha anticultura por excelência. Eles são da cultura da arma, e não do livro. E é incompatível misturar armas com livros, porque a arma mata, e o livro salva”, defendeu o professor Secchin, que ainda acrescentou em tom espirituoso: “As minhas más companhias eu mesmo escolho”.

WhatsApp Image 2022 05 05 at 14 38 18Foto: Silvana Sá/arquivo AdUFRJA UFRJ foi contemplada em uma chamada do MEC para investimentos nas universidades. Um dos critérios seria a capacidade de empenhar a verba ainda em 2022. A universidade terá R$ 2 milhões para a aquisição de elevadores do Centro de Tecnologia. “Quero colocar a equipe da PR-6 à disposição do CT para que este processo ocorra da forma mais rápida possível”, disse o pró-reitor de Governança, André Esteves. A UFRJ também conseguiu R$ 1,5 milhão para climatizar o novo prédio da Física.

Universidade propõe sete novos cursos de pós para Capes

O Consuni do dia 14 aprovou sete novos programas de pós-graduação. As propostas agora precisam passar pelo crivo da Capes. As comissões de avaliação de cada área farão a análise de mérito a partir de 17 de outubro. Diretor da Coppe, o professor Romildo Toledo comemorou as novas iniciativas. “Mesmo num período de crise tremenda que estamos vivendo, isso mostra a pujança da UFRJ”, disse. “A forma de enfrentar (a crise) é mostrando o que temos a oferecer à sociedade”.

Mudança permite realização de Consuni híbrido

Uma resolução alterou o regimento do Conselho Universitário para permitir a realização de sessões híbridas. Ou seja, com alguns representantes participando por videoconferência. A ideia é facilitar a atuação de conselheiros lotados nos campi de Duque de Caxias e de Macaé, que precisam se deslocar à capital de 15 em 15 dias. O dispositivo também poderá ser usado por quem estiver cumprindo missão de trabalho (ou institucional) fora do município do Rio de Janeiro.

Carlos Aguiar de Medeiros recebe o título de emérito

O professor Carlos Aguiar de Medeiros recebeu o título de emérito da UFRJ, no último Consuni. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq, o docente liderou o processo de reestruturação da pós-graduação no Instituto de Economia, criando suas áreas, disciplinas e estrutura curricular. Carlos orientou 24 dissertações de mestrado e oito teses de doutorado, além de ser o autor de mais de 45 artigos em revistas especializadas no Brasil e no exterior, dois livros e 37 capítulos de livro,

WhatsApp Image 2022 07 11 at 08.43.19A vice-presidente da AdUFRJ, professora Mayra Goulart, participou da Jornada de Lutas em defesa da Educação, dos serviços públicos e dos servidores, em Brasília, de 4 a 7 de julho. A docente destacou que os manifestantes pressionaram o Congresso contra os vetos do presidente Bolsonaro a leis que incentivam a cultura. “O que achei mais interessante foi a congregação de vários segmentos da sociedade civil organizada numa luta contra o governo Bolsonaro em favor das políticas e gastos públicos para educação e cultura”.
A instalação imediata da Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar os esquemas de corrupção no MEC gerido pelo ex-ministro Milton Ribeiro foi uma das exigências do protesto. “Fomos recebidos pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede Sustentabilidade/AP) e pelo presidente da comissão de Educação, senador Marcelo Castro (MDB/PI), a quem entregamos uma carta das entidades do setor da Educação pela abertura imediata da CPI do MEC. Tivemos o compromisso desses parlamentares de que a CPI será instaurada, uma vez que é um direito da população, há motivos para a investigação do MEC e há assinaturas suficientes. O senador Randolfe deixou muito explícito que caso o [presidente do Senado] Rodrigo Pacheco não encaminhe a CPI, eles vão acionar o STF”, disse a presidente do Andes, Rivânia Moura.
Também foi protocolada uma carta ao presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) da Câmara, Arthur Maia (PP/AL), e demais parlamentares da comissão, solicitando a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 96/2019. A PEC proíbe cortes e contingenciamentos no orçamento da Educação, após a aprovação no Congresso Nacional. A iniciativa deu certo: aprovada na comissão, agora a proposta será examinada por comissão especial criada para esse fim e depois seguirá para votação, em dois turnos, na Câmara e no Senado.
Outro resultado da ação na Câmara foi a obstrução da pauta da Comissão de Educação da Casa, que analisa o projeto de lei (PL) 5594/2020. A proposta tem o objetivo de tornar a educação um serviço essencial, impactando diretamente no direito de greve da categoria docente e demais trabalhadores do setor. (com informações do Andes)

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