Accessibility Tools

facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

Os versos quase melancólicos de “Saudosa Maloca”, canção de Adoniran Barbosa, ganharam contornos de alegria e saudade no sarau de encerramento das comemorações pelos 40 anos da chegada da Faculdade de Letras à Cidade Universitária, na noite do último dia 14, no Centro Brasileiro de Altos Estudos (CBAE), no Flamengo, Zona Sul do Rio. A música foi o hino da mudança da faculdade de sua antiga sede na Avenida Chile, no Centro — onde hoje está o Edifício Ventura — para a Ilha do Fundão, em 1985.
“Eu era aluna da graduação, e Saudosa Maloca foi nosso hino de despedida daquele lugar onde fomos muito felizes. Estudei lá três anos antes de mudar para o Fundão. Foi uma época em que começavam a soprar os ventos da redemocratização, um tempo de esperança que está na formação da minha geração”, recordou, emocionada, a professora Eleonora Ziller, ex-diretora da Faculdade de Letras e ex-presidenta da ADUFRJ.
As comemorações pelos “40 anos da Letras no Fundão” incluíram debates, homenagens e apresentações artísticas. E culminaram com o caloroso encontro de professores, ex-alunos, artistas, poetas e escritores do professor João Baptista de Medeiros Vargens (Leia abaixo entrevista com o professor).
Vargens era um dos diretores da Faculdade de Letras em 1985, e recorda que a mudança foi feita a toque de caixa. “Encostaram vários caminhões das Mudanças Botafogo, e a ordem dos encarregados era só levar o que não tivesse cupim. Foi tudo muito rápido”, lembrou Vargens. Segundo ele, a atuação da então aluna Eleonora Ziller foi fundamental para que a festa de despedida dos estudantes não terminasse em confusão: “Queriam jogar cadeiras para o alto, coisas assim, e ela subiu numa mesa e conseguiu acalmar os ânimos”.
“Nem lembro o que falei de cima da mesa, só sei que parece que me escutaram”, riu Eleonora, ao lembrar o episódio do passado. “Tinha também um ar de revolta naquela despedida. Afinal era ainda um governo da ditadura militar, comandado pelo general João Figueiredo”. Eleonora recorda ainda que o local da velha sede foi ocupado por um estacionamento durante muitos anos, antes da construção do Edifício Ventura, e sente saudades do teatro da faculdade antiga, um local de debates e apresentações culturais. “Tinha até coxia e camarim, vivemos ali momentos inesquecíveis”.

ENTREVISTA I João Baptista de Medeiros Vargens, PROFESSOR TITULAR DE ESTUDOS ÁRABES DA LETRAS/UFRJ

WhatsApp Image 2025 12 03 at 19.13.14 3Foto: Fernando Souza“Tenho muito orgulho dessa história”

Portelense e autor de obras referenciais sobre o universo do samba — como “Candeia, luz da inspiração” e “Velha Guarda da Portela” —, João Baptista de Medeiros Vargens é um dos precursores do ensino da língua árabe no Brasil e ganhou, em 2012, o Prêmio Sharjah, da Unesco, por suas contribuições à difusão da cultura árabe no mundo. “Entrei para o curso de Português-Árabe em 1971 e, em 1975, comecei a dar aulas como auxiliar de ensino. Tenho muito orgulho dessa história”, lembrou o mestre, de 73 anos, durante o sarau do CBAE. Foi lá que ele contou um pouco dessa bela história para o Jornal da ADUFRJ. Vamos a ela.

Jornal da ADUFRJ: O senhor entrou como aluno na Letras em 1971, lá nos primórdios. Como foi essa chegada, em plena ditadura?
João Baptista Vargens
: Eu fui da terceira turma de Português-Árabe. O curso começou em 1969, com dois alunos. Em 1970, foram dois alunos de novo. Nenhum chegou ao final. Na minha turma foram oferecidas dez vagas, e todas foram preenchidas. Mas em 1974, quando eu me graduei e me licenciei, só havia dois alunos. Represento então 50% da primeira turma graduada em Português-Árabe na UFRJ. E naquela primeira turma, a de 1969, um dos alunos era um agente do DOPS. Inclusive depois ele se tornou meu aluno, ele demorou a sair. Sempre no final do curso ele não fazia as provas, para ficar lá mesmo.

E logo depois de graduado o senhor começou a lecionar.
Sim, em 1975 eu comecei a dar aulas como auxiliar de ensino lá na Avenida Chile. Era o primeiro degrau da carreira naquela época. E estou até hoje, em 2025.

E a mudança da sede, o que lhe marcou?
Foi uma mudança precipitada. A faculdade no Fundão ainda não estava pronta. Não tínhamos mobiliário. Era o final do governo João Figueiredo e a ministra Esther Ferraz queria ver o nome dela e o dele na placa. O reitor na época era o (Adolpho) Polillo, e ele também queria o nome na placa. Então a mudança foi de uma hora para a outra. Quando voltamos à faculdade depois das férias, em março de 1985, muita gente nem sabia que a sede já estava no Fundão. Encostaram vários caminhões das Mudanças Botafogo, e a ordem era: o que está com cupim fica, o resto vai.


O senhor já fazia parte da direção da faculdade?

No ano seguinte, em 1986, que eu assumi como diretor adjunto para Assuntos Culturais, na administração do professor Edwaldo Cafezeiro, recentemente falecido. Foi logo depois da nomeação do professor Horácio Macedo como reitor, em 1985, para mim um grande marco na história da UFRJ. Foi um período em que a Faculdade de Letras estruturou projetos que não poderiam ter sido desenvolvidos na Avenida Chile. A antiga sede da Letras era um pavilhão pequeno doado pelo governo de Portugal. Era para ser um espaço provisório, mas lá ficamos 16 anos, de 1968 ao início de 1985.

Então o senhor está na sede atual desde o início. Como foi essa caminhada?
Ganhamos certamente muita coisa com a sede do Fundão, desenvolvemos muitos projetos. Mas 40 anos são 40 anos, o prédio se deteriorou. Os diretores estão tendo muito trabalho, são poucos os recursos. Temos preciosidades lá. Nossa biblioteca tem obras raras. Logo no início, com a mudança às pressas, às vezes saíamos de casa num domingo, se começasse a chover, correndo para a faculdade, com medo de a chuva molhar os livros. Hoje nós precisamos de reformas no prédio da Letras, é preciso frisar isso, para que não percamos preciosidades, como livros do século XVII que temos lá.

E o livro sobre seus 50 anos de magistério, o que o motivou a escrever?
Eu faço um percurso histórico desde a minha entrada como aluno. Eu não tenho ascendência árabe. Tenho um filho que foi gerado em Damasco, onde estudei por um período depois que me formei, minha mulher engravidou lá. Então não tenho ascendência, mas descendência árabe. Além da Síria, depois eu vivi e trabalhei como professor no Marrocos, durante três anos. Hoje o nosso curso já tem cinco professores, somos reconhecidos. O trabalho universitário é em grupo. Ninguém faz um dicionário sozinho. Aliás, tive a honra de participar da equipe do Dicionário Aurélio, fiz três mil palavras de origem árabe. Já fiz tradução, legenda para filme, enredo para escola de samba.

Mas o caminho do magistério é o que mais o encanta, não?
A função do professor é incentivar. Hoje em dia a carreira é desprestigiada socialmente. O professor ganha mal, você não vai ficar rico. Mas você pode ser feliz. Tenho muito orgulho dessa história. Eu ainda não penso em parar, mas vou ser parado daqui a dois anos, quando fizer 75 anos. Posso parar com a universidade, mas há outros caminhos. Acho que não vou parar, não.

sougov2Atenção, professores! A prévia do contracheque está aparecendo com um desconto maior para a AdUFRJ. Não se trata de aumento da contribuição sindical. O valor está maior em função do desconto sobre o 13º salário dos filiados, como acontece todos os anos. Depois, a contribuição voltará ao normal.

 

WhatsApp Image 2025 11 14 at 15.28.38CULTURA Os saberes dos povos originários ganham espaço na COP 30: valorização das soluções da natureza no combate ao aquecimento - Foto: Bruno Peres/Agência BrasilUma boa dose de ceticismo e um grande desejo de mudança pairam sobre a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), que começou no dia 10 e vai até 21 de novembro, em Belém. Se de um lado há desconfiança quanto ao cumprimento de metas de adaptação dos países aos efeitos do aquecimento global — os Estados Unidos, por exemplo, nem mandaram delegação a Belém —, por outro, há a expectativa de que o encontro avance em áreas como financiamento climático e transição energética.
A UFRJ tem intensa participação na conferência. No dia 11, pesquisadores da Coppe conduziram o seminário “Planejamento da Transição Energética Brasileira”, onde foi debatida a articulação de um fórum entre a academia, o setor produtivo e o governo para assegurar o acesso à energia segura, contínua e a custos competitivos.
Diretora da Coppe, a professora Suzana Kahn sustenta que a UFRJ tem grande contribuição a dar para mitigar as mudanças climáticas. “A Coppe já tem décadas de tradição em pesquisa e desenvolvimento na área de energia e tem sido muito demandada na migração para alternativas com menor pegada de carbono. São inúmeras as pesquisas em CCUS (carbon capture, use and storage), assim como em bioenergia, não só da Coppe, mas também de outras unidades da UFRJ”, diz ela.

TRANSIÇÃO ENERGÉTICA
Suzana ressalta que, apesar de a maior parte das emissões de gases de efeito estufa ser proveniente de mudança de uso do solo, há uma tendência de participação crescente das emissões do setor de energia. “As soluções de descarbonização a que a Coppe tem se dedicado não se limitam a uma geração de energia de baixo carbono, mas também a toda a cadeia energética desde a fonte primária de energia até o uso final”, diz ela.
A diretora da Coppe avalia que a COP 30 pode registrar avanços para além dos acordos: “Acho que se coloca uma expectativa muito elevada nas COPs, o que gera frustrações. O poder da COP é limitado, pois tomar decisões onde é obrigatório haver consenso entre mais de 100 países com interesses absolutamente divergentes não é algo trivial. O que é importante são as direções dadas na COP, que funciona mais como condutor de mudanças, ainda que a velocidade das ações seja aquém do desejável”.
Também professora da Coppe, Andrea Santos segue a linha de otimismo. “A gente precisa nessa COP ter avanços na agenda do financiamento, precisamos de recursos para a redução de gases do efeito estufa, para a transição energética. Vale destacar a importância de ter uma COP na Amazônia, traz visibilidade para a floresta, para sua preservação e restauração. E impulsiona discussões sobre desenvolvimento sustentável. Belém é uma cidade com IDH baixo, com problemas sociais e ambientais, trazer isso ao debate é muito bom, assim como a contribuição dos povos originários e o papel vital da floresta amazônica no equilíbrio climático”, diz Andrea.

FINANCIAMENTO
Coordenador do Centro Clima da Coppe (Centro de Estudo Integrado Sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas), o professor Emilio La Rovere observa que o tema do financiamento é central para a COP 30. “O Centro Clima fez uma submissão à COP 30 para a transferência de capital do Hemisfério Norte para o Sul Global. É financiamento para estrutura de baixo carbono, como transporte hidroviário, ferrovias, saneamento básico. São investimentos para a melhoria da qualidade de vida de nossa população”, diz o professor.
La Rovere foi signatário de uma carta endossada por mais de 250 entidades e especialistas ligados ao clima denunciando a influência de lobistas dos combustíveis fósseis nas negociações, o que tem prejudicado o avanço na redução de emissões. A carta registra que 2024 foi o ano mais quente da história, no qual o planeta ultrapassou o limite de 1,5°C de aquecimento global pela primeira vez.
“A carta tem um efeito muito mais simbólico do que prático. A comunidade científica não pode deixar passar em branco uma interferência que nos parece indevida dos lobistas da indústria de combustíveis fósseis. A atuação desse lobby é muito conhecida no Brasil. Temos visto isso em nosso Congresso com o lobby dos proprietários de termelétricas a carvão com interesse de expandir seus negócios com o gás natural. E isso sem qualquer base técnica, com efeitos poluentes danosos, e a custos mais elevados no fornecimento de energia”, alerta o professor.

CRÍTICAS
Apesar de considerar que países como a Arábia Saudita têm interesse em adiar todas as metas para o fim do uso dos combustíveis fósseis, La Rovere acha que o início da COP 30 foi auspicioso. “Viemos de várias COPs sediadas em países produtores e exportadores de petróleo, como Azerbaijão, Egito e Emirados Árabes Unidos. O Brasil também é também produtor de petróleo, mas já tem uma matriz energética mais equilibrada. Hoje, 50% da energia consumida no Brasil vêm de fontes renováveis. Para o Brasil, é importante termos marcos intermediários até zerar o uso dos combustíveis fósseis, se possível até 2050”.
Professor titular do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade (Nupem/UFRJ), do qual foi fundador, e coordenador-geral da Política de Sustentabilidade e Educação Regenerativa da UFRJ (SER/UFRJ), Francisco Esteves é crítico quanto ao cumprimento dos acordos firmados nos encontros globais do clima. “A COP 30 é um grande momento para a discussão da questão ambiental e para firmar acordos. Contudo, os acordos não são cumpridos. Se você analisar a emissão de gases ao longo das COPs vai ver que há um aumento crescente, exponencial. E mostrando que acordos, como o histórico de Paris em 2015, quando foram criados os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), não redundaram em nada”, avalia Esteves. “Cada vez mais a crise climática aumenta e os desastres continuam mais presentes e extremos”, completa.
Titular da cadeira de Ecologia do Instituto de Biologia, Fabio Scarano entende as críticas, mas acredita que a COP 30 pode deixar legados importantes. “As COPs são processos contínuos. Ainda que as metas nem sempre se cumpram, acho que elas formam opinião, aumentam a consciência das pessoas acerca dos riscos do aquecimento global”, diz Scarano. Ele também pontua a valorização dos saberes ancestrais na COP 30. “É preciso chamar a atenção para a importância da cultura no combate às mudanças climáticas. Há uma gigantesca lacuna nesse campo, isso não aparece nos acordos do clima, mas é fundamental”.

WhatsApp Image 2025 11 14 at 15.28.37 1Foto: Kelvin MeloPara progressão na carreira, os professores deverão dedicar pelo menos oito horas semanais à graduação (ou ao nível básico, no caso do Colégio de Aplicação), se quiserem garantir a pontuação máxima na avaliação de suas atividades de ensino. Foi o que decidiu o Conselho Universitário do dia 13. A medida acrescenta mais quatro horas ao que determina a resolução ainda em vigor, datada de 2014.
Um dos proponentes da mudança foi o professor Carlos Riehl, do Instituto de Química. “Quando a gente coloca um mínimo de quatro horas na graduação, ele vira o máximo. Reforço que aqui tem que estar, no mínimo, oito horas”, disse.
Já a vice-diretora do Museu Nacional, a professora Andrea Ferreira da Costa defendeu que a resolução deveria acomodar a situação dos professores de unidades que não possuem graduação. “O Museu não possui graduação. Mas possui uma intensa atividade na iniciação científica. É a nossa contribuição à graduação. Esse fato faz parte da diversidade da universidade”.
No caso de unidades ou órgãos suplementares que não oferecem cursos de graduação, ficou definido que a avaliação irá considerar, neste item, uma carga horária de oito horas semanais de ensino, sendo pelo menos quatro horas na graduação ou nível básico.
Diretor do Instituto de Economia, Carlos Frederico Leão Rocha considerou a proposta razoável, mas avaliou que ficou um pouco exagerada. “Talvez tivesse sido melhor ficar com seis horas (dedicadas à graduação)”. O professor acredita que a mudança, mesmo com oito horas, não vai afastar professores da pós-graduação. “O texto não está proibindo as pessoas de dar disciplina na pós-graduação. Apenas está dizendo que não vão pontuar o máximo naquele quesito. Elas poderão compensar com outras atividades”.
Presidente da Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD), o professor Bruno Lourenço Diaz projetou a situação dos colegas de unidades que, a exemplo do Museu Nacional, não oferecem cursos de graduação. “Não terão a nota máxima, mas o perfil definido para o Museu levará em conta as particularidades da Unidade e a pontuação possível de ser alcançada ainda será mais do que suficiente para aprovação na progressão ou promoção”, afirmou. “Lembrando que a impossibilidade de zerar é para o grupo (de ensino) e não este aspecto específico de aula na graduação”, completou.

REITORIA DISCORDOU
A proposta aprovada venceu o texto apoiado pela reitoria e pela Comissão de Legislação e Normas do colegiado. A CLN defendia que os docentes dedicassem oito horas semanais ao ensino, sendo pelo menos quatro para a graduação.
“Após uma série de encontros entre a CPPD e a CLN, entendemos que a universidade tem uma pluralidade de fatores organizacionais, acadêmicos e de administração”, afirmou o professor Carlos Bolonha, presidente da CLN. “Entendemos que a proposta que aqui fazemos atende a esta pluralidade, observando a carga horária semanal de quatro horas no ensino de graduação”, completou.
Pró-reitor de pós-graduação e reitor em exercício no dia da reunião, o professor João Torres discordou da proposta das oito horas só na graduação, o que poderia prejudicar diferentes perfis docentes. “A universidade é um navio. Todo mundo tem que remar. Você rema dando aula na pós-graduação, na graduação, fazendo outras coisas”, observou.

AINDA NÃO ACABOU
O mínimo de horas na graduação para pontuação máxima no ensino foi a grande polêmica do Consuni do dia 13 que continuou o debate sobre a revisão das regras de promoção e progressão na carreira.
O colegiado, que tem apreciado o tema desde outubro, avançou até o artigo 44 dos 68 da proposta de resolução. A discussão vai prosseguir na próxima sessão.

WhatsApp Image 2025 11 14 at 15.28.38 2

WhatsApp Image 2025 11 14 at 15.28.36Foto: Alexandre MedeirosKelvin Melo e Silvana Sá

Após meses de muita reclamação, os motoristas que utilizam o maior estacionamento do Centro de Tecnologia receberam uma boa notícia esta semana. Os buracos localizados na alça de acesso pela avenida Horácio de Macedo foram fechados no dia 13, graças a uma parceria entre a Prefeitura Universitária, a Decania, a Coppe e a Petrobras. “É o projeto de teste de um asfalto que a Petrobras vai lançar. A Prefeitura cedeu as vias, a Coppe entrou com o projeto e a Petrobras, com o material”, disse o prefeito universitário Marcos Maldonado.
Os buracos da entrada do maior estacionamento do CT eram os que mais atormentavam os condutores. A professora Monique Robalo, do Instituto de Matemática, teve o veículo danificado no local. “Não vi o buraco e acabei quebrando o amortecedor do meu carro”, reclamou à reportagem, no início de outubro. “Nós já temos vários custos envolvidos no nosso ofício e essa situação gera mais prejuízo para nós”.
O projeto, no entanto, não resolve tudo. Os buracos no interior do estacionamento ainda aguardam uma solução. O superintendente do Centro de Tecnologia, Agnaldo Fernandes, informou que uma firma ainda será contratada para cuidar desse serviço. “Estamos nos trâmites finais de contratação. Estamos buscando resolver o quanto antes”, diz.
CCS SEM SOLUÇÃO
Já nos estacionamentos do Centro de Ciências da Saúde, a regra ainda é engatar a primeira marcha e dirigir bem devagarinho. A triste situação, que não é recente, está cada vez mais precária, afirmam os usuários ouvidos pelo Jornal da AdUFRJ.WhatsApp Image 2025 11 14 at 15.28.37Foto: Kelvin Melo
O professor Rodrigo Tinoco Figueiredo é um deles. Vice-diretor do campus Caxias, frequenta o CCS desde o doutorado nos anos 2000 até hoje, em função das colaborações acadêmicas. “Tem piorado progressivamente. Já bati o fundo do carro por conta dos buracos. A UFRJ está muito mal cuidada”, diz. “Há um problema crônico de infraestrutura. Sei que o governo federal tem culpa. É preciso melhorar o orçamento, mas a universidade deveria buscar alternativas de receitas”, completa.
Domenico Caponi, médico do Instituto de Doenças do Tórax há 44 anos e há 25 anos trabalhando no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, reforça. “Está horrível. Quando chove, tem uma cratera ali que você não sabe se vai afundar. É um absurdo total”, afirma, em referência ao acesso do estacionamento do CCS próximo ao Banco do Brasil. “No mínimo, há cinco anos lidamos com os buracos nesse estado”.
Professora do Instituto de Química, Mônica Moreira comparece toda semana ao CCS por conta de uma parceria com colegas do Instituto de Bioquímica Médica. A docente não hesita ao dizer que o estacionamento daquele Centro está pior que o do CT. “Tem uma cratera em frente ao Banco do Brasil. Não tem como evitar. Tem que passar ali quase a zero quilômetro por hora para não furar o pneu”, diz. “E ainda tem um buraco gigante, perto do bloco K”.
É preciso conhecer bem os caminhos para não ficar com o prejuízo. “A gente está acostumado e sabe por onde passar, mas quem não sabe...”, observa a professora Cristina Nassar, do Instituto de Biologia. Em uma comparação com estacionamentos de outras universidades que visita, a docente dispara: “Estamos no pior nível de todas”.
Já o professor Pedro Pascutti, do Instituto de Biofísica, está na UFRJ desde 1998 e reforça o diagnóstico de que os espaços do Centro foram deteriorando com o tempo. Algo bem diferente do que o docente observa em outras instituições. “É outro padrão. Lá fora, as coisas são normais. A UFRJ é a maior e, talvez, a mais difícil de administrar”.

DECANIA RESPONDE
Superintendente do Centro de Ciências da Saúde, a professora Anaize Borges informa que está sendo feito um levantamento para fazer correções imediatas e emergenciais dos estacionamentos. “E seguimos na busca de recursos”, afirma.

Topo