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Em mais um momento de emoção no Consuni do dia 25, o colegiado concedeu a Medalha Minerva de Mérito Acadêmico à professora Angela Ancora da Luz, da Escola de Belas Artes. Crítica de arte, reconhecida nacional e internacionalmente, ela integra a Academia Brasileira de Artes e o Instituto Histórico e Geográfico do Brasil. Foi diretora da EBA por dois mandatos. Num deles, a docente conseguiu reabrir o Museu Dom João VI, depois de amplo trabalho de revitalização do espaço. A professora não conseguiu fazer concurso para titular em sua área, porque não houve vaga antes de sua aposentadoria. Por esta razão, Ângela não pode ser agraciada com a emerência.
A UFRJ concedeu o título de Doutora Honoris Causa in memoriam à escritora Carolina Maria de Jesus, autora de Quarto de Despejo, entre outras obras-primas da literatura brasileira. A homenagem póstuma foi aprovada no Conselho Universitário por aclamação, dia 25 de fevereiro. “É uma reparação histórica”, afirmou o conselheiro Vantuil Pereira, diretor do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos (NEPP-DH). Muito emocionada, a reitora Denise Pires de Carvalho exaltou a genialidade das mulheres, “muito silenciadas”, e das mulheres negras, “ainda mais silenciadas” em nossa sociedade.
O caráter autoritário de Bolsonaro é reafirmado a cada eleição para reitor. Na última terça-feira (23), o presidente publicou decreto com a nomeação do terceiro colocado da lista tríplice, na escolha para reitor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). O nomeado foi o professor Antônio Fernandes Filho, mas a comunidade universitária havia escolhido reconduzir o professor Vicemário Simões para seu segundo mandato. Ele obteve 50,45% dos votos.
A lista tríplice foi homologada pelo Conselho Universitário local no dia 3 de dezembro, seguindo a ordem do resultado da consulta à comunidade acadêmica. Em segundo lugar ficou o professor John Kennedy, com 30,07% dos votos e, em terceiro, o nomeado por Bolsonaro, com apenas 19,47% dos votos. A eleição aconteceu em 20 de novembro.
As entidades representativas dos professores, estudantes e técnicos-administrativos da instituição repudiaram a intervenção e prometeram realizar atividades em defesa da democracia e da autonomia universitária.

Aos 22 anos, o estudante do Instituto de História da UFRJ, Rodrigo dos Anjos do Nascimento, foi assassinado em Curicica, Zona Oeste da cidade, no último dia 23. A suspeita é de que o crime tenha sido “motivado” por homofobia. A brutal morte aconteceu numa zona dominada por milícia. O IH se pronunciou oficialmente por nota exigindo empenho das autoridades para solucionar este crime bárbaro. O Conselho Universitário também se manifestou com moção de pesar.
Silvana Sá
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Chantagem. Não há outro termo que defina melhor as pressões em torno da aprovação da PEC Emergencial (186/2019) e do retorno do auxílio emergencial para os mais pobres. O ponto mais controverso da proposta enviada ao Congresso é o fim dos pisos constitucionais para Saúde e Educação. A intenção é desobrigar a União a financiar as áreas, enquanto durar o “estado de calamidade” proposto para possibilitar o pagamento dos auxílios, sem ultrapassar o teto de gastos. O dinheiro sairia dos recursos para as duas pastas, o que pode inviabilizar por completo o funcionamento de universidades, institutos e hospitais federais.
A previsão era de que a PEC fosse votada em dois turnos nesta quinta-feira (25), mas não foi possível um acordo. Líderes de diferentes partidos, à direita e à esquerda, já afirmaram que não vão votar a proposta enquanto a desvinculação dos recursos for mantida no texto do relator, o senador Márcio Bittar (MDB-AC). O Novo Fundeb (Fundo da Educação Básica), por exemplo, aprovado por unanimidade no fim do ano passado, depende desses repasses. Arthur Lira, atual presidente da Câmara, chegou a defender a desvinculação dos recursos, reconheceu que “não entende de educação” e ameaçou dizendo que se o Senado não enfrentar a discussão “com coragem”, a Câmara o fará.
Com o impasse, a população mais vulnerável continua sofrendo os efeitos da crise econômica. São 14 milhões de desempregados, segundo último levantamento do IBGE. A matéria deve voltar à pauta no dia 2 de março.