Foto: Alexandre MedeirosKelvin Melo e Silvana Sá
Após meses de muita reclamação, os motoristas que utilizam o maior estacionamento do Centro de Tecnologia receberam uma boa notícia esta semana. Os buracos localizados na alça de acesso pela avenida Horácio de Macedo foram fechados no dia 13, graças a uma parceria entre a Prefeitura Universitária, a Decania, a Coppe e a Petrobras. “É o projeto de teste de um asfalto que a Petrobras vai lançar. A Prefeitura cedeu as vias, a Coppe entrou com o projeto e a Petrobras, com o material”, disse o prefeito universitário Marcos Maldonado.
Os buracos da entrada do maior estacionamento do CT eram os que mais atormentavam os condutores. A professora Monique Robalo, do Instituto de Matemática, teve o veículo danificado no local. “Não vi o buraco e acabei quebrando o amortecedor do meu carro”, reclamou à reportagem, no início de outubro. “Nós já temos vários custos envolvidos no nosso ofício e essa situação gera mais prejuízo para nós”.
O projeto, no entanto, não resolve tudo. Os buracos no interior do estacionamento ainda aguardam uma solução. O superintendente do Centro de Tecnologia, Agnaldo Fernandes, informou que uma firma ainda será contratada para cuidar desse serviço. “Estamos nos trâmites finais de contratação. Estamos buscando resolver o quanto antes”, diz.
CCS SEM SOLUÇÃO
Já nos estacionamentos do Centro de Ciências da Saúde, a regra ainda é engatar a primeira marcha e dirigir bem devagarinho. A triste situação, que não é recente, está cada vez mais precária, afirmam os usuários ouvidos pelo Jornal da AdUFRJ.
Foto: Kelvin Melo
O professor Rodrigo Tinoco Figueiredo é um deles. Vice-diretor do campus Caxias, frequenta o CCS desde o doutorado nos anos 2000 até hoje, em função das colaborações acadêmicas. “Tem piorado progressivamente. Já bati o fundo do carro por conta dos buracos. A UFRJ está muito mal cuidada”, diz. “Há um problema crônico de infraestrutura. Sei que o governo federal tem culpa. É preciso melhorar o orçamento, mas a universidade deveria buscar alternativas de receitas”, completa.
Domenico Caponi, médico do Instituto de Doenças do Tórax há 44 anos e há 25 anos trabalhando no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, reforça. “Está horrível. Quando chove, tem uma cratera ali que você não sabe se vai afundar. É um absurdo total”, afirma, em referência ao acesso do estacionamento do CCS próximo ao Banco do Brasil. “No mínimo, há cinco anos lidamos com os buracos nesse estado”.
Professora do Instituto de Química, Mônica Moreira comparece toda semana ao CCS por conta de uma parceria com colegas do Instituto de Bioquímica Médica. A docente não hesita ao dizer que o estacionamento daquele Centro está pior que o do CT. “Tem uma cratera em frente ao Banco do Brasil. Não tem como evitar. Tem que passar ali quase a zero quilômetro por hora para não furar o pneu”, diz. “E ainda tem um buraco gigante, perto do bloco K”.
É preciso conhecer bem os caminhos para não ficar com o prejuízo. “A gente está acostumado e sabe por onde passar, mas quem não sabe...”, observa a professora Cristina Nassar, do Instituto de Biologia. Em uma comparação com estacionamentos de outras universidades que visita, a docente dispara: “Estamos no pior nível de todas”.
Já o professor Pedro Pascutti, do Instituto de Biofísica, está na UFRJ desde 1998 e reforça o diagnóstico de que os espaços do Centro foram deteriorando com o tempo. Algo bem diferente do que o docente observa em outras instituições. “É outro padrão. Lá fora, as coisas são normais. A UFRJ é a maior e, talvez, a mais difícil de administrar”.
DECANIA RESPONDE
Superintendente do Centro de Ciências da Saúde, a professora Anaize Borges informa que está sendo feito um levantamento para fazer correções imediatas e emergenciais dos estacionamentos. “E seguimos na busca de recursos”, afirma.





