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O Dia dos Professores foi marcado por atos e comemorações por todo o país, mas também por uma carta que defende a ciência como pilar da soberania nacional. O documento foi enviado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e pela Academia Brasileira de Ciências (ABC).

O texto, entitulado “Em defesa da ciência brasileira como pilar da soberania nacional” (leia a íntegra aqui), alerta para o orçamento insuficiente do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação e aponta ações necessárias à segurança da área: a aprovação de um crédito suplementar emergencial para o CNPq, Capes e instituições federais; a recomposição e blindagem plurianual das dotações de CT&I; e a retirada da educação e da ciência do arcabouço fiscal.

A diretoria da AdUFRJ elogiou a iniciativa. "A carta divulgada pela SBPC e pela ABC é muito bem-vinda porque chama atenção para um ponto essencial para o futuro do Brasil: investir em ciência, educação e inovação não é um gasto comum — é investimento estratégico e potencialmente desinflacionário", aponta Daniel Negreiros da Conceição. "Esses investimentos fortalecem a capacidade produtiva do país, reduzem gargalos estruturais, e contribuem diretamente para o bem estar material e até para a estabilidade dos preços no médio e longo prazo", avalia o economista.

Daniel pondera que manter Educação e C&T sob o teto de gastos é incoerente do ponto de vista político e econômico. "Gastos públicos com efeito desinflacionário deveriam estar fora das amarras orçamentárias de curto prazo, como tetos e metas rígidas, mesmo que fosse verdade que o governo corre risco de insolvência, pois sua natureza é justamente preparar a economia para crescer e produzir mais riquezas, com estabilidade e soberania".

Ele concorda que proteger essas áreas é atuar no fortalecimento da soberania nacional. "Ao proteger e ampliar o financiamento da ciência e da educação, o Brasil não apenas forma talentos e gera conhecimento — ele fortalece sua autonomia tecnológica, reduz dependências externas e constrói as bases de um desenvolvimento sustentável e competitivo", afirma. "É hora de reconhecer que ciência e inovação são instrumentos centrais de soberania nacional e devem ser tratadas como tal na política fiscal".

O docente acredita que um mecanismo constitucional seria o melhor meio para garantir o financiamento dos setores ligados ao conhecimento. "É sempre o melhor caminho. O problema é a dificuldade de se aprovar emendas constitucionais dessa natureza", alerta. "Nesse sentido, se torna fundamental atuar para que candidatos progressistas vençam as eleições de 2026", conclui.

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