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O Brasil amanheceu triste na sexta-feira (26), com a notícia da morte de Rosa Magalhães, 77 anos, vítima de um infarto fulminante em casa. Criadora de um jeito particular de contar a história do povo na Avenida, Rosa foi a carnavalesca mais vitoriosa da Sapucaí, com sete vitórias no Sambódromo.
A vida de Rosa se mistura com a da UFRJ desde os tempos de estudante. Ela se formou em Pintura na Escola de Belas Artes e também foi professora nos cursos de Cenografia e Indumentária. Formou centenas de artistas e foi chefe do Departamento de Artes Utilitárias da EBA.
"Rosa foi mestra, inclusive daqueles que não foram seus alunos em sala de aula", afirma o professor Madson Oliveira, do curso de Artes Cênicas-Indumentária, onde ela lecionou até 1994. "Ela deixa um legado de trabalhos artísticos, ligados ao Carnaval, às artes plásticas, e às artes Cênicas", completa o docente, que também é vice-coordenador do Setor de Memória e Patrimônio do Museu D. João VI da EBA.
Em agosto do ano passado, lembra Madson, a carnavalesca foi convidada a dar a aula inaugural dos cursos de artes cênicas da EBA, quando tirou uma das fotos aqui postadas com alunos e professores.
"Rosa sempre foi muito divertida e tinha tiradas muito engraçadas. Ela fez a cerimônia de abertura dos Jogos Pan-americanos, em 2007, e fez a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos, em 2016. Ela contou que esteve em Parintins e de lá trouxe um jacaré de madeira articulado que não cabia na mala. Trouxe a escultura abraçada ao corpo, no avião... Foi dessa experiência que tirou inspiração para fazer um grande jacaré, na cerimônia dos Jogos", diz Madson. "O humor é inerente aos inteligentes! Este era o caso dela!".
Em nota, a reitoria da UFRJ lamentou a morte e celebrou o legado da genial professora que, por tantos anos, transformou a Avenida numa vibrante aula de histórias brasileiras. Veja aqui a nota: https://is.gd/xPJOFI
Fotos: Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil
 
Vice-presidente da AdUFRJ e observadora eleita para o 67º Conad do Andes, a professora Nedir do Espirito Santo divulgou, na plenária da tarde deste domingo (28), uma carta aberta às delegações presentes ao encontro que se realiza no Cefet-MG, em Belo Horizonte. A carta, cuja íntegra segue abaixo, é uma resposta da professora ao texto 7 do Caderno do Conad, escrito por docentes de oposição à atual direção da AdUFRJ, no qual ela é citada com inverdades em tom acusatório. A carta é assinada apenas pela professora Nedir, mas foi endossada por toda a delegação da AdUFRJ, que distribuiu o documento em plenário.
Além da carta, uma moção de desagravo à professora, subscrita por delegados e observadores de várias delegações, foi encaminhada ao plenário do 67º Conad. A íntegra da moção segue abaixo.
 
CARTA
 
Sou uma mulher negra, professora do Instituto de Matemática da UFRJ, e vice-presidente da Adufrj. Estou sendo vítima de calúnia no Texto 7 do Caderno de Textos do 67º CONAD. Escrevo este documento uma vez que não pude falar na plenária de abertura, pois o direito de resposta foi negado pela mesa, e tendo sido sorteada para falar apenas no último bloco, a plenária foi encerrada antes.
No texto 7 do Tema 1, estranhamente submetido a uma discussão sobre conjuntura, é afirmado:
"... a atual direção da Adufrj-SSind criminaliza os movimentos que constroem a greve com um repertório legítimo de ação… A direção atual da Adufrj-SSind afirma em seu boletim que “Nós trouxemos o problema ao conhecimento da reitoria para que fique registrado que há uma indignação dos docentes”, frisou a professora Nedir do Espirito Santo, vice-presidenta da seção sindical’. E não para por aí, a Adufrj-SSind entrega um dossiê a reitoria que criminaliza o movimento discente".
Em nenhum momento a AdUFRJ posicionou-se contra os movimentos estudantis, ao contrário, o histórico de nossa AD é de apoio às várias ações dos estudantes.
Em uma reunião convocada pela reitoria, com representantes do corpo da universidade (alunos, funcionários e professores), entregamos uma carta à direção máxima da universidade na qual comunicamos nosso apoio ao movimento estudantil.
Não obstante, a pedido de inúmeros professores que se manifestaram pressionados de forma intimidatória a não dar aula, entregamos um relato dessas manifestações, acompanhado do pleito, por parte dos docentes, de que seus direitos não fossem obstaculizados. Lembrando que as aulas, além de um direito, eram nosso dever, na medida em que não estávamos em greve.
Não foi feito qualquer relato em termos de quais alunos estavam envolvidos. Nomes não foram citados e o relato é feito de maneira geral, protegendo, naturalmente, as identidades dos envolvidos. Portanto, não é verdade que foi entregue ao reitor um dossiê.
Para finalizar, saliento que a diretoria da AdUFRJ não impediu a vinda ao 67º CONAD de docentes que lhe fazem oposição, como afirmado na plenária de sexta-feira, 27 de julho.
A presença de docentes opositores a essa direção nos congressos do Andes e no CONAD deve-se ao empenho da diretoria no diálogo com a oposição. Estranhamos que, para a formação da delegação do 67º CONAD, apenas três professores da oposição compareceram para votar (constatado em ata) e não houve empenho para participação no CONAD. A delegação foi escolhida por meio do voto em urna dos sindicalizados.
Em 28 de julho de 2024,
Nedir do Espírito Santo
Vice-Presidente da ADUFRJ
 
MOÇÃO
MOÇÃO DE DESAGRAVO à Professora Nedir do Espírito Santo
A(O)s delegada(o)s do 67º CONAD do ANDES-SN, realizado em Belo Horizonte (MG), no período de 26 a 28 de julho de 2024, manifestam sua solidariedade à professora Nedir do Espírito Santo que teve seu nome citado em um texto de debate de conjuntura nacional, com graves acusações de criminalização do movimento estudantil, expressas de forma truncada e pouco explicativa. Consideramos que apontar e nomear docentes em debates políticos, principalmente os que abarcam questões tão complexas, não contribui para a construção de um movimento coletivo, radicalmente democrático e diverso.
O tom e o modo de expressar a divergência é de escolha de quem o faz, mas o ataque focado em pessoas não deve ser a prática política de nosso sindicato. Em tempos de luta por um ANDES ANTIRRACISTA, é no mínimo um contrassenso que a única pessoa a ser identificada nominalmente no texto seja uma docente negra, vice-presidenta da AdUFRJ, eleita pela sua base, integrante do Coletivo de Docentes Negros e Negras da UFRJ, e que enfrentou e enfrenta em seu cotidiano uma luta sem descanso contra o nosso racismo estrutural, que assume, muitas vezes, uma forma insidiosa e pouco perceptível para quem nunca o experimentou.

Passaram-se 303 dias entre a primeira proposta do governo no fim de agosto do ano passado, e a assinatura do acordo com os professores federais, no dia 27 de junho. As idas e vindas da longa negociação salarial, a greve e as deliberações das assembleias da AdUFRJ são destacadas em datas-chave, a seguir.

2023

29 de agosto
Governo sinaliza reajuste de 1% para os servidores do Executivo em 2024

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26 de setembro:
AdUFRJ realiza assembleia sobre a campanha salarial. Professores, em votação virtual, aprovam proposta de paralisação em 3 de outubro por reajuste.

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 18 de dezembro
Na última mesa de negociação entre governo e servidores federais do ano passado, governo anuncia reajuste zero para 2024. A proposta da União foi de reajuste apenas nos benefícios, a partir de maio de 2024. Salários só seriam reajustados em 9% divididos em duas parcelas: uma para 2025 e outra somente em 2026.WhatsApp Image 2024 07 22 at 18.18.52 1

 

 

 

 

 

 

2024

Janeiro
AdUFRJ articula, em parceria com economistas da UFRJ, uma proposta para rever os salários dos docentes.

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31 de janeiro

Servidores apresentam contraproposta unificada ao governo federal: recomposição deveria obedecer a percentuais diferentes para dois grupos. O grupo 1 teria direito a um índice de 34,32% parcelados em três vezes de 10,34%, entre 2024 e 2026. O grupo 2, do qual os professores universitários e EBTT fazem parte, faria jus a um reajuste de 22,71% divididos também em três parcelas, de 2024 a 2026, de 7,06%.

1º de fevereiro
MEC publicou a portaria que estipula o novo piso salarial do magistério da educação básica, no valor de R$ 4.580,57. Proposta da AdUFRJ é elevar o vencimento básico dos professores federais sem mestrado e sem doutorado ao nível do piso aprovado e defendido pelo governo federal.

28 de fevereiro:
mesa de negociação terminou sem que o governo oferecesse um índice de reajuste salarial aos servidores federais para este ano. Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) aguardava a divulgação do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias para avaliar se seria possível oferecer alguma proposta de reajuste ao funcionalismo. Esse relatório só seria divulgado no fim de maio.

28 de fevereiro:
durante o 42º Congresso do Andes, apenas 20 votos separaram os favoráveis a uma greve no primeiro semestre deste ano daqueles que defendiam a possibilidade de uma greve com organização responsável e em parceria com outros setores do funcionalismo.

21 de março:
Andes e Sinasefe protocolaram a proposta unificada de reestruturação da carreira junto ao MEC e ao MGI.

5 de abril
Em assembleia, os professores da UFRJ disseram um sonoro não à proposta de greve a partir do dia 15. Foi a maior assembleia do país, com 914 docentes registrados nos livros de presença.

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19 de abril
WhatsApp Image 2024 07 22 at 18.18.52 2AdUFRJ organiza ato “Eu amo a UFRJ”, nas escadarias do Ministério da Fazenda, no Rio. A manifestação teve como foco a luta por mais verbas para a universidade, melhores salários, condições dignas de trabalho e mais bolsas.

 

 

 

 

 

25 de abril
Governo e 33 de 40 sindicatos (82,5%) fecharam o acordo para o reajuste dos b e n e f í c i o s dos servidores.

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10 de maio
Em assembleia, pouco mais de 60% dos professores da UFRJ votaram contra a greve por tempo indeterminado. O placar foi elástico: 364 contrários à greve, 234 a favor e 5 abstenções.

21 e 22 de maio
Durante dois dias de paralisação aprovados na AG do dia 10, AdUFRJ organizou duas lives. A primeira, sobre a crise orçamentária da UFRJ, com o superintendente geral de Finanças da universidade, George Pereira, o ex-pró-reitor da área, Roberto Gambine, e o professor Carlos Pinkusfeld, do Instituto de Economia. A segunda, sobre a pós-graduação brasileira, contou com a presidenta da Capes, professora Denise Pires de Carvalho, o pró-reitor de Pós-graduação e Pesquisa, professor João Torres, e a representante da APG, Natália Trindade.

22 de maio
Assembleia da AdUFRJ aprova proposta do governo: 670 contra 579 e 24 abstenções.

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27 de maio
Proifes, que representa parte dos docentes federais, assina acordo com o governo sobre reestruturação da carreira e reajuste para 2025 e 2026. Assinatura é questionada pelo Andes.

WhatsApp Image 2024 07 22 at 18.18.51 2Foto: Divulgação Proifes

 

 

 

 

 
10 de junho
Em cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Lula e os ministros Camilo Santana, do MEC, e Esther Dweck, do MGI, anunciam R$ 5,5 bilhões do novo PAC para a Educação, que inclui a construção de dez novos campi e uma recomposição orçamentária de R$ 400 milhões para as IFES.

27 de junho
Andes, o Sinasefe, a Fasubra e o Proifes assinaram o acordo com o governo que prevê reajustes salariais para 2025 e 2026. Documento só se difere daquele assinado pelo Proifes, em 27 de maio, em um ponto: o reajuste previsto para maio de 2026 será antecipado para abril daquele ano. Ao documento original, foram acrescentados itens não econômicos, como a revogação da Portaria 983, que versa sobre a carreira EBTT, a liberação do controle de frequência para o magistério do EBTT e a criação de grupos de trabalho para discutir reenquadramento de aposentados.

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A Educação sofreu um corte de R$ 1,28 bilhão no orçamento deste ano. Foram R$ 737,9 milhões em despesas discricionárias do Poder Executivo, R$ 500 milhões do novo Programa de Aceleração do Crescimento, R$ 39,6 de emendas de bancada e R$ 7 milhões em emendas de comissão. Ainda não é possível saber o impacto nas universidades federais. O MEC tem até o dia 6 de agosto para indicar onde os recursos serão bloqueados.
A medida, que atingiu todos os ministérios — com exceção do Meio Ambiente e Mudança do Clima —, atende às regras do novo arcabouço fiscal. Houve um corte total de R$ 15 bilhões. A Saúde, com R$ 4,4 bilhões, foi a pasta que mais perdeu, em valores absolutos.

WhatsApp Image 2024 07 22 at 18.18.47Foto: Andes-SNEmbora não conste de forma explícita no enunciado do encontro — “Fortalecer o Andes-SN na luta por orçamento público, salário e em defesa da natureza” —, o balanço da recém-encerrada greve federal docente será o tema central de debates do 67º Conselho do Andes (Conad), a ser realizado de 26 a 28 de julho, em Belo Horizonte. Professores de todo o país vão se debruçar sobre os erros e acertos do movimento paredista que, em seu momento de pico, alcançou 65 instituições de ensino, entre universidades, institutos e centros federais. As IFES que aderiram à greve em 15 de abril e a encerraram em 3 de julho — datas de deflagração e término do movimento — ficaram sem aulas por 80 dias.
Para a presidenta da AdUFRJ, professora Mayra Goulart, delegada do sindicato ao 67º Conad, o encontro poderá trazer reflexões importantes. “Espero que, durante o Conad, a categoria reflita sobre o que significou essa greve, e que as fraturas causadas pelas divergências em relação a essa estratégia grevista não se sobreponham às convergências de diagnóstico que nós temos em relação à necessidade de mais orçamento para as universidades públicas e a melhores condições de salário e trabalho”, pondera Mayra.
O presidente do Andes, Gustavo Seferian, também crê que o Conad estimule reflexões para o futuro do movimento docente. “Há a expectativa de que possamos discutir os desdobramentos da importante greve que construímos este ano, em articulação com a Fasubra e o Sinasefe. Foi um dos mais significativos processos grevistas que a Educação federal já construiu na sua história. Temos que refletir sobre como calibrar nossos olhares, na relação com as institucionalidades e com o governo, para a condução das próximas lutas, diante de um cenário em que a política do arcabouço fiscal tende a estrangular mais os servidores e servidoras, e intensificar os cortes na Educação”.WhatsApp Image 2024 07 22 at 18.18.47 1

CONJUNTURA
O 67º Conad é uma instância intermediária do sindicato nacional, que atualiza os planos de lutas e trata de questões internas, como a aprovação da prestação de contas de 2023 e da previsão orçamentária para 2025. As discussões tomam como base um caderno de textos com contribuições de docentes de todo o país. No tema 1 (Atualização do debate sobre conjuntura e movimento docente), a diretoria do Andes assina um dos textos, onde faz uma defesa vigorosa da greve.
“Apesar das pautas conservadoras e regressivas, a classe trabalhadora vem dando resposta a essas ações, demonstrando que há resistência. Um dos mais emblemáticos exemplos são as greves da educação federal, impulsionadas por Fasubra, Sinasefe e Andes-SN, que se mostraram como o mais importante movimento de luta contra a agenda do capital no curso do último período em nosso país. Tais greves não só puderam proporcionar deslocamentos significativos por parte do governo federal no que se refere à pauta salarial, como também viabilizaram revogações de medidas restritivas de direito e resultaram em conquistas políticas importantes”, diz um dos trechos do documento.
Os sete textos apresentados para o tema 1 tratam da greve sob diferentes aspectos. Três deles — 2, 4 e 6 — fazem críticas à direção do Andes pela condução da greve. Por outro lado, além do texto 1, assinado pela diretoria do sindicato nacional, os textos 3 e 5 enaltecem o papel do Andes na liderança do movimento. O texto 7 aborda a posição da AdUFRJ durante a campanha salarial e é assinado por docentes de oposição à atual diretoria do sindicato. A matéria das páginas 4, 5, 6 e 7 traz um balanço das ações de mobilização da AdUFRJ nos últimos meses.

ECOS DA GREVE
No dia 23 de junho passado, o Comando Nacional de Greve do Andes sinalizou à categoria um indicativo de saída coletiva da greve até o dia 3 de julho. Terminava ali o movimento paredista deflagrado em 15 de abril e que contou, naquele momento inicial, com a adesão de 24 instituições federais de ensino — 18 universidades, cinco institutos federais e um centro federal de educação tecnológica. Ao longo da greve, 65 instituições se incorporam. A UFRJ foi uma das poucas federais a não aderir: em assembleia em 5 de abril, os professores rejeitaram a greve por larga maioria.
Durante as negociações com o governo federal, as entidades representativas dos docentes rejeitaram a proposta de reajuste zero para 2024 — que acabou prevalecendo até assinatura do acordo. O termo assinado pela federação Proifes, em 27 de maio, e pelo Andes, em 28 de junho, prevê reajustes de 9% para janeiro de 2025 e de 3,5% para abril de 2026. O acordo também inclui mudanças nos steps da carreira docente, com destaque para a aglutinação das classes iniciais.

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