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bandeira adufrjDiretoria da AdUFRJ

Nós não escolhemos o tempo em que vivemos, mas somos parte dele, podemos transformá-lo, mas não do modo nem com a rapidez que desejamos. Essa equação pode se tornar muito dolorosa e difícil se esse tempo nos exigir decisões e posicionamentos que não gostaríamos ou não nos sentimos em condições de tomar. Esse é o nó que o tempo presente nos apresenta. Enfrentamos uma pandemia sem uma diretriz nacional coerente. Ao contrário, a cada dia fica mais explícito o equívoco da política sanitária do governo federal, que insistiu numa solução mirabolante que nos colocou no topo entre os países com o maior índice de mortalidade por milhão de habitantes. Os estados e municípios buscaram caminhos para a proteção de sua população, mas a ausência de uma coordenação clara a nível nacional, tendo que enfrentar ainda a hostilidade e o mau exemplo do presidente da República, acaba por jogar nos ombros dos indivíduos a parte maior da responsabilidade pela sua própria proteção e a de seus entes queridos. Assim, muitos de nós acabam se envolvendo na produção de quentinhas, distribuição de máscaras, campanhas para ficarmos em casa, enfrentando também a decepção de parentes que nos querem em suas festas e encontros.
Foi por isso que em nosso editorial da semana do dia 7 de maio já estávamos apontando para a necessidade de darmos um novo e corajoso passo — “A variável que falta para consolidar um quadro de avanço das forças democráticas contra Bolsonaro é ocuparmos as ruas. Não podemos mais esperar. Vamos de máscaras PFF2, álcool em gel, em um lugar amplo e arejado tal qual o Aterro do Flamengo, por exemplo, mas vamos às ruas!” —, um recado que já estava há tempos também rondando os estudantes, que não esperaram muito e, por conta do grito de alerta que a universidade havia dado sobre a insuficiência de recursos, foram às ruas no dia 14, em ato histórico no Largo de São Francisco.
Ninguém quer sair às ruas e provocar aglomerações, ninguém quer correr riscos ou colocar seus entes queridos em risco. Mas há momentos que a decisão a ser tomada não é aquela que consideramos a melhor, mas justamente a que se impõe como necessária. O governo federal avança contra as universidades, estrangulando-as do ponto de vista orçamentário, depois de ter desrespeitado sistematicamente a vontade da comunidade em pelo menos duas dezenas de instituições que tiveram reitores nomeados. Além disso, assistimos ao desmonte do sistema nacional de fomento à pesquisa, com o esvaziamento do CNPq e da Capes. Que ninguém duvide: o resultado final desse desgoverno que vivemos é a aniquilação da universidade pública brasileira. E foi por termos a exata consciência do risco que corremos que não tivemos dúvida em abraçar desde o primeiro momento a proposta de ato dos estudantes no dia 14, e todas as mobilizações de lá para cá.
Temos caminhado junto com as entidades da UFRJ: DCE, APG, SINTUFRJ e ATTUFRJ. Tem sido uma experiência importante, que esperamos que se aprofunde mais a cada dia. Também temos acertado o passo a nível nacional, com nossas entidades nacionais, frentes sindicais e movimentos sociais. Mas ainda não é o suficiente. Podemos muito mais. Que esse jornal seja um incentivo, um momento de reflexão para cada professor, professora. Nenhum de nós estará a salvo se os planos autoritários de Bolsonaro prosperarem. A universidade, seus métodos, seus princípios, seus pilares fundamentais estarão ameaçados. Já temos uma data para o nosso reencontro: 19 de junho. Precisamos de todo mundo na rua. E isso não é uma contradição. Uma manifestação com dezenas de milhares de pessoas, com 100% delas usando máscara é, antes de tudo, pedagógica. Estamos dizendo para a população que está obrigada a se expor — porque não pode optar pelo trabalho remoto — que estamos ao lado dela. E mais, estamos pelo exemplo e pelo cuidado, nos contrapondo às provocações bolsonaristas, que desafiam todas as orientações sanitárias e se apresentam em público sem qualquer medida protetiva.
Todos sonhamos com um país melhor. Só que hoje precisamos mais do que isso: acreditemos nos nossos sonhos e tenhamos a coragem de fazê-los realidade!

WhatsApp Image 2021 05 27 at 19.27.20 1A covid-19 mais uma vez trouxe dor e silêncio para o mundo das artes. O samba atravessou na manhã desta quinta-feira (27) com a morte do bamba Nelson Sargento. Aos 96 anos, ele foi uma das primeiras pessoas do Rio de Janeiro a ser imunizada contra a doença. Apesar da vacina no braço, o vírus foi mais forte e decretou o final da trajetória do baluarte da Mangueira. Sargento foi autor de grandes sambas-enredo da escola do coração, compôs mais de 400 músicas, escreveu livro, pintou quadros. Um artista em múltiplas dimensões. A arte, hoje, fica mais cinza.

DEPUTADO PROPÕE EXTINÇÃO DA UERJ

Num arroubo autoritário, Anderson Moraes (PSL) protocolou projeto de lei na Alerj para extinguir a Uerj e passar seus bens a faculdades privadas. A universidade é prevista na Constituição do Estado. O delírio do deputado bolsonarista é, portanto, inconstitucional. A assembleia arquivou o pedido. “Enquanto eu for presidente, não vota”, declarou André Ceciliano (PT), presidente da casa.

POLÍTICA DE INOVAÇÃO APROVADA

O Consuni aprovou uma política de inovação para a UFRJ. A resolução recebeu 43 votos favoráveis e duas abstenções, em sessão realizada neste dia 27. As diretrizes não se restringem às áreas de saúde, ciência e tecnologia, incluindo também as humanidades e ciências sociais aplicadas. A política estimula ainda uma estrutura de produção descentralizada, a partir dos Centros e das unidades. Os conselheiros comemoraram a iniciativa. “Nossos estudantes pedem por inovação e empreendedorismo”, afirmou a professora Juliany Rodrigues, diretora do campus Duque de Caxias. “Eles não querem mais ser empregados da Petrobras ou da Shell. Eles querem desenvolver suas ideias”.

REFORMA ADMINISTRATIVA APROVADA NA CCJ

Por 39 votos a favor e 26 contrários, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou, no dia 25, o relatório da reforma administrativa. A medida ameaça o serviço público e é uma das bandeiras da campanha de Bolsonaro. O texto cria cinco tipos de vínculos de trabalho para os servidores públicos e acaba com a estabilidade, como a conhecemos, mas deixa de fora “carreiras típicas de Estado”. Ainda há previsão de legislação complementar para detalhar que carreiras ficarão de fora da reforma. A proposta agora segue para análise em comissão especial.

WhatsApp Image 2021 05 27 at 19.27.20Em dois dias seguidos, dois aparelhos de ar condicionado foram furtados do Instituto de Biologia. O local fica nos fundos do Bloco A do Centro de Ciências da Saúde, no Fundão. “É simplesmente o sexto aparelho em dois anos,”, desabafou a professora Christine Ruta, responsável pelo Laboratório de Biologia Integrativa de Organismos Marinhos, um dos atingidos pelos roubos. O problema é crônico e atinge outras áreas e unidades. As ocorrências foram registradas na Diseg (Divisão de Segurança), que verificou que o local carece de gradeamento para proteger os aparelhos. A prefeitura da UFRJ formalizará a recomendação à decania do CCS. “Nosso campus é aberto, o que facilita esse tipo de ação. Estamos mudando posicionamento de pessoal e viaturas para tentar minimizar o problema”, completou o prefeito Marcos Maldonado. A Diseg está fazendo recolhimento de imagens das câmeras de vigilância para tentar identificar pessoas envolvidas no crime. Há três dias, roubaram também os cabos de força, de cobre, do prédio novo do Instituto de Física, ao lado do CCMN. Os bandidos fizeram um buraco no muro que separa o prédio da área externa. “Infelizmente não é a primeira vez. Já levaram torneiras e outros objetos de metal. Provavelmente para vender”, lamentou o vice-diretor da Física, professor Antônio Carlos Santos.

WhatsApp Image 2021 05 27 at 19.27.21O recadastramento anual dos aposentados e pensionistas do Poder Executivo Federal foi novamente prorrogado. Desta vez, até 30 de junho. O adiamento é uma medida de proteção contra a pandemia, uma vez que os beneficiários — idosos em sua maioria e, portanto, mais vulneráveis ao novo coronavírus — precisariam comparecer a uma agência bancária para fazer a chamada “prova de vida” e, assim, manter seus pagamentos. Enquanto o Ministério da Economia prorrogar os prazos, os benefícios não serão afetados. Mas aqueles que quiserem realizar logo o procedimento podem optar pela Prova de Vida Digital, sem sair de casa, por meio do aplicativo SouGov.br.

WhatsApp Image 2021 05 21 at 22.50.10 1No programa AdUFRJ no Rádio desta sexta-feira (28), os professores Eleonora Ziller e Josué Medeiros, diretores do sindicato, celebram a força da assembleia de quarta, 26, e convocam os ouvintes para participar do 29M, ato nacional em defesa das universidades públicas. O protesto será presencial e os organizadores pedem que todos usem máscaras, álcool em gel e preservem distanciamento social. O protesto está marcado para sábado, 10h, com concentração no Monumento do Zumbi, na Presidente Vargas. “A AdUFRJ estará presente com nossa bandeira, nossa esperança e nosso desejo de voltar a sonhar”, resumiu Eleonora.

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