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Ato nas escadarias do CCS reuniu cerca de 300 pessoas, entre professores, técnicos e estudantes; participantes defenderam controle do acesso de carros e pessoas ao campus do Fundão Em tom de indignação com os episódios de violência no campus do Fundão da UFRJ, cerca de 300 professores, técnicos e estudantes realizaram nesta quarta-feira um  ato no CCS (Centro de Ciências da Saúde) cobrando medidas concretas da Reitoria e das autoridades de segurança pública do Estado. A principal cobrança é pelo controle do acesso de carros e pessoas ao campus do Fundão, com a implementação de medidas concretas e urgentes, com atuação mais presente da Diseg (Divisão de Segurança da UFRJ) e da Polícia Militar. O controle de acessos está sendo discutido entre a Prefeitura da UFRJ e a CET-Rio. Só este ano houve sete sequestros-relâmpago na Cidade Universitária. Na semana passada, dois professores da Farmácia passaram 11 horas em poder dos bandidos. Esta semana, uma aluna  foi assaltada e obrigada a entrar no carro dos ladrões, e outra teve o carro roubado. Vários professores, técnicos e alunos relataram momentos de medo, reiterando que os episódios não são isolados. “Em janeiro, homens armados bloquearam meu carro e levaram tudo. Fiquei em pânico. Acho que essa mobilização é importante mostrar o que estamos vivendo aqui”, afirmou a professora Sonia Rozental, do Instituto de Biofísica. Hoje, curiosamente, o dia teve um visível reforço no policiamento do campus, com pelo menos quatro carros percorrendo a Cidade Universitária. O reitor da UFRJ, Roberto Leher, abriu o ato lembrando os índices altíssimos de violência no Estado do Rio e cobrando das autoridades de segurança pública o cumprimento das promessas feitas à UFRJ, como o reforço no policiamento. Também destacou o sucessivo corte no orçamento das universidades federais. A Adufrj, o Sintufrj e o DCE também participaram do protesto. Na manifestação, muitas cobranças foram dirigidas diretamente à administração da UFRJ e ao próprio Leher. “Temos que fazer uma autocrítica. Precisamos de ações efetivas. A UFRJ tem sido omissa nesses sequestros há muito tempo. Ficamos nos discursos apenas”, criticou Claudio Lenz Cesar, professor titular do Instituto de Física. O técnico de laboratório Frederico Reis exigiu uma solução rápida para um problema que perturba quem vai ao CCS: o retorno foi deslocado para o fim da avenida, muito longe, e virou um ponto de assalto _ foi justamente lá que os professores  da Farmácia foram rendidos. “Isso é uma coisa que se pode resolver hoje. Por que o retorno foi colocado tão longe? Não quero sair daqui e ser assaltado também”, reclamou. A professora Lígia Bahia, vice-presidente da Adufrj, cobrou prazos, medidas concretas e transparência no tratamento dos casos de violência. “Queremos que seja criado um Observatório da Segurança, para que a comunidade universitária saiba o que está acontecendo, com o acompanhamento dos casos e o desenrolar das investigações, além de providências concretas”, destacou. A presidente da Adufrj, professora Maria Lúcia Werneck Vianna, disse que o ato mostrou um grito unificado de indignação da UFRJ contra o que tem acontecido no campus. “Queremos urgência na apuração e na investigação dos casos. Quem está agindo no campus? Assim como cobramos urgência para saber quem matou e quem mandou matar Marielle Franco”, reiterou.

Quatro homens na faixa dos 20 anos, armados e usando um carro, abordaram uma aluna e levaram o veículo dela. "O sentimento é: serei eu a próxima vítima?”, questiona professora da Biofísica Por volta das 8h20min desta terça-feira, 22, novo assalto assustou a Cidade Universitária. Quatro homens na faixa dos 20 anos, armados e usando um carro, abordaram uma aluna e levaram o veículo dela, um HB20. A ação ocorreu em frente ao Cenpes (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello). Os ladrões também assaltaram pessoas em outros quatro carros.Também foram roubados pertences de outros motoristas. A estudante foi registrar o caso na 37ª Delegacia (Ilha do Governador), num carro da UFRJ. Segundo uma testemunha, a patrulha da Polícia Militar estava a uns trezentos metros na via de saída para a Linha Amarela. Na fuga, os ladrões passaram de carro pela patrulha da PM.
A professora Cláudia Lage, do Instituto de Biofísica, passou pelo local minutos antes do acidente e se disse muito assustada com o clima no Fundão. “Trabalho no subsolo do CCS, a gente se sente com o pescoço a prêmio. Qualquer pessoa consegue entrar. O sentimento é: serei eu a próxima vítima?”, questionou. A professora disse que a UFRJ precisa tomar alguma atitude para controlar os acessos ao campus do Fundão e passou o dia arregimentando colegas para a manifestação no CCS: “Temos de participar e mostrar o que está acontecendo aqui”.

Medidas devem começar em junho, graças a uma parceria com PM e Petrobras. Um casal de professores da Faculdade de Farmácia ficou 11 horas em poder dos sequestradores, e uma aluna foi levada por bandidos Três dias depois do sequestro-relâmpago de dois professores da Faculdade de Farmácia na sexta-feira (18), uma estudante sofreu um sequestro-relâmpago no fim da tarde desta segunda-feira. A jovem, aluna de iniciação científica do Instituto de Biofísica, foi assaltada e, durante alguns minutos, obrigada a circular no carro dos bandidos, sendo liberada em seguida. A Prefeitura da UFRJ divulgou nota informando que começa em junho um programa de ampliação no policiamento do Fundão. Estão previstas alterações também no trânsito da Cidade Universitária. Segundo a nota da Prefeitura, o reforço virá com o Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis). Pela iniciativa, policiais militares de folga serão contratados para intensificar o patrulhamento no campus. O pagamento das horas extras ficará sob responsabilidade da Petrobras, que mantém um centro de pesquisas no Fundão. Outras medidas, de acordo com a prefeitura, devem ser iniciadas em junho. Entre elas, mudanças no trânsito da Cidade Universitária, com o fechamento de alguns acessos, e a divisão do campus universitário em quatro quadrantes, que passarão a ter patrulhamento motorizado durante as 24 horas do dia. Também está prevista a instalação de câmeras de maior definição para auxiliar a Polícia Civil na identificação dos criminosos. Além de uma participação mais ativa da Divisão Anti-Sequestro (DAS), em parceria com a 37º DP, nas investigações sobre as quadrilhas que atuam na Cidade Universitária. Na quarta-feira, o prefeito da UFRJ, Paulo Mario Ripper, vai se reunir com a cúpula da DAS. A Secretaria de Estado de Segurança também soltou  nota sobre a violência na Cidade Universitária. Entre as medidas previstas, está o reforço do efetivo do 17º Batalhão de Polícia Militar (Ilha do Governador), na Cidade Universitária. O casal de professores da Faculdade de Farmácia ficou 11 horas em poder dos sequestradores. Eles foram rendidos quando chegavam ao trabalho. Os ladrões levaram o carro, dois computadores e fizeram saques de R$ 38 mil em cartões. Em mensagem a colegas de universidade, os dois relataram os momentos de pânico e cobraram medidas da universidade. O professor prestou depoimento na 37ª Delegacia Policial (Ilha). Em março, mais dois professores do Centro de Tecnologia também foram vítimas de sequestro-relâmpago. Na manhã desta segunda-feira, a violência no campus foi o principal tema da reunião do Conselho de Centro de Ciências da Saúde e de um debate da eleição para a decania. Vários professores reclamaram da falta de controle dos acessos do campus e dos prédios: “É preciso controlar os acessos, como acontece em outras universidades públicas. É preciso uma ação enérgica. A gente vem aqui para trabalhar e fica à mercê do perigo”, afirmou a professora Ana Luísa Palhares de Miranda, da Faculdade de Farmácia. Colega dos professores sequestrados, ela elogiou a coragem dos dois em denunciar a violência. “Casos assim são comuns aqui, mas, muitas vezes, as pessoas têm medo de falar”, afirmou. O Conselho do CCS aprovou levar a discussão da segurança para a próxima reunião do Conselho Universitário, na quinta-feira. Também ficou definida a realização de um ato pela paz e contra a violência no campus para quarta-feira, ao meio-dia, nas escadarias do prédio do CCS. A Adufrj participará dos dois eventos.

Primeiro ato será nesta quarta-feira, nas escadarias no CCS, a partir do meio-dia. Na quinta, caminhada sairá da Adufrj rumo ao Conselho Universitário, e uma plenária no CT discutirá o tema à tarde Preocupada com a onda de crimes que vitimam a comunidade acadêmica da UFRJ, a Adufrj está organizando uma série de atividades nos próximos dias. A ideia é colaborar na busca de soluções e cobrar das autoridades e da reitoria medidas eficazes e urgentes para combater a violência no campus do Fundão. A programação começa na quarta-feira, ao meio-dia, com um ato nas escadarias do CCS (Centro de Ciências da Saúde). Professores, alunos e técnicos vão participar. No CCS aconteceram os últimos casos de violência, como os sequestros-relâmpagos dos dois professores da Farmácia, na última sexta-feira. Na segunda-feira, 21 de maio, uma aluna foi levada por dois homens armados e obrigada a entrar no carro, sendo liberada pouco tempo depois. Na quinta-feira, a programação segue com uma concentração em frente à Adufrj, no bloco D do Centro de Tecnologia, a partir das 8h30. O grupo seguirá em caminhada até a reunião do Consuni (Conselho Universitário)  na Reitoria. A idéia é pautar o tema segurança, esclarecer as medidas encaminhadas e adotar novas providências. Ainda na quinta-feira, às 14h, será realizada uma plenária sobre segurança no Fundão, no Centro de Tecnologia. A plenária será no bloco E, na sala 212. O vice-presidente da Adufrj, Eduardo Raupp, reforça a convocação aos professores para participar dos eventos. “Queremos focar nesse chamamento para amanhã. É muito  importante a participação do professor para construir alternativas em busca de soluções e cobrar medidas concretas da reitoria e das autoridades de segurança pública”, afirmou Raupp.  

O mais recente episódio da crise da Faperj é a disputa por dois cargos estratégicos: a direção Científica e a de Tecnologia. Sob pretexto de que os mandatos expiraram, o presidente interino Gabriell Neves e seu diretor administrativo passaram a acumular os cargos. As funções eram exercidas pelos professores Jerson Lima Silva, da UFRJ e Eliete Bouskela, da Uerj. A notícia indignou a comunidade científica. “Vivemos uma crise política e econômica. Não precisamos de uma crise institucional artificial”, avaliou a vice-presidente da Adufrj, Ligia Bahia, em reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e da Academia Brasileira de Ciências na Casa da Ciência da UFRJ, na quarta-feira, 16. A reunião aprovou nota em defesa da permanência dos atuais diretores. Os pesquisadores recomendaram também a nomeação imediata de presidente e do diretor administrativo da Faperj, prerrogativas do governador e essenciais para o funcionamento da agência. Reitores das universidades e institutos federais e dirigentes de outras instituições de pesquisa do Rio de Janeiro haviam publicado, no mesmo dia, manifesto com o mesmo conteúdo. O argumento do governo é jurídico. “Após entendimento junto ao procurador do Estado, chefe da assessoria jurídica, foi concluído não ser legalmente previsto, ao presidente da Faperj, prorrogar o mandato dos diretores”, afirma nota pública do interino. Mas integrantes da comunidade científica avaliam que a questão é política. “Em um ano, a Faperj teve cinco presidentes diferentes. Atualmente, não tem nenhum. O que temos é um Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento Social interinamente. É uma crise estrutural”, observa Adalberto Vieyra, diretor do Centro Nacional de Biologia Estrutural e Bioimagem. Para Vieyra, o que está em jogo é o controle de uma instituição de grande reconhecimento social e capilaridade no interior do estado em ano eleitoral. “A Faperj apoia ações em mais de 90 municípios”, argumenta. “Vemos intenção de transformar isso em celeiro político. Querem garantir pessoas próximas politicamente”. Pelo estatuto da Faperj, cabe ao seu Conselho Superior a elaboração de lista tríplice para as diretorias a ser encaminhada ao governador. O prazo era 15 de abril, mas o ex-presidente Ricardo Vieiralves pediu uma reformulação nas regras da lista tríplice. Segundo João Viola, membro do Conselho e pesquisador do Inca, a indicação dos nomes para a lista será em julho. Diante de novo calendário, o Conselho não acatou a solicitação da SBPC, da ABC e de reitores para manter nos cargos os antigos diretores. O subsecretário de Ensino Superior do governo estadual, Augusto Raupp, compareceu à reunião da Casa da Ciência. Ele negou que o governo esteja desmontando a Faperj.    

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