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O professor Bresser-Pereira, ao lado do diretor da Coppe, Edson Watanabe -Foto:Divulgação/Coppe[/caption] Segundo Bresser-Pereira, que é professor emérito da Fundação Getúlio Vargas, de São Paulo, há 27 anos o Brasil segue a cartilha liberal, que só beneficia o setor financeiro. “Precisamos voltar a ser uma Nação. Estamos numa transição. Não sabemos para onde vamos. Mas certamente estamos muito mal”, disse. Ele criticou o argumento do governo de que basta fazer as reformas para o Brasil entrar nos trilhos. “Entre 1999 e 2010, o país estava com suas contas fiscais absolutamente em ordem, superávits primários perfeitamente de acordo com as demandas do FMI. E, no entanto, onde está o crescimento extraordinário? Faltaram políticas cambial e de juros adequadas”. Sobre a reforma trabalhista, foi ainda mais enfático. Disse que o Brasil já se desenvolveu extraordinariamente com essa mesma legislação (até 1980): “Sempre é possível fazer ajustes, mas não vejo nenhuma prioridade para isso”. Bresser-Pereira afirmou que é importante todos se engajarem na mudança de economia. Deu como exemplo o setor de Ciência e Tecnologia — ele foi ministro da pasta, em 1999: “Se deixarem a política econômica para os economistas liberais, é isso que vai dar. O Brasil não se desenvolve; a tecnologia não avança. Esse é o nosso desafio”, completou.
A imperatriz Maria Leopoldina (1797-1826), que se casou com D. Pedro I em 1817, é a inspiração do enredo. “Ela, que habitou este Palácio, também dá nome à nossa escola”, explicou o carnavalesco Cahê Rodrigues. “É nosso gancho para roteirizar um carnaval poético e emocionante”. Segundo o artista, a escola pretende “resgatar o tesouro que é o patrimônio do Museu Nacional” por meio da protagonista. [caption id="attachment_7657" align="alignleft" width="300"]
O carnavalesco Cahê Rodrigues; a diretora Cláudia Rodrigues e a professora Regina Dantas[/caption] A sinopse do enredo será oficialmente apresentada aos compositores na quadra da Imperatriz, no dia 12. “A partir de agora o barracão começa a preparar as alegorias”, anunciou o carnavalesco. Cahê Rodrigues disse que “não dá para adiantar detalhes, mas com certeza toda a magia da ciência do Museu estará presente nos efeitos do desfile”. “A Leopoldina não era uma mulher comum para o Brasil do século XIX”, complementa Regina Dantas, historiadora da UFRJ que assessora a pesquisa do enredo. “O laboratório de mineralogia que ela traz para o país aos 13 anos e seu interesse pela botânica foram fundamentais para a criação do Museu Real, que dá origem ao Museu Nacional”. Nos próximos meses, uma equipe da unidade estará empenhada em palestras e visitas guiadas voltadas para a comunidade de Ramos, onde fica a escola de samba. “Vamos a escolas municipais da região e trabalhar com todos, dos compositores às costureiras. A ideia é que possam sentir o Museu ao máximo”, contou Regina. Lado a lado, agora os banners de 200 anos do Museu e do enredo “Uma noite real no Museu Nacional” da escola de Samba Imperatriz agora recepcionam o público na entrada principal do Palácio. E a comunidade já se planeja para desfilar: “Eu quero!”, brinca a diretora Cláudia. Visibilidade internacional Até então pró-reitor de Gestão e Governança, Ivan Carmo falou, na cerimônia, sobre a “visibilidade internacional” da universidade no carnaval 2018. “A Escola de Belas Artes também será destaque na São Clemente”. “A despeito das dificuldades, celebrações como essa dão provas de que a UFRJ tem muito a comemorar”, disse. À reportagem, a diretora Cláudia Carvalho falou do desejo de que as comemorações pelo centenário também se revertam em investimentos para infraestrutura há muito esperados pela comunidade. “Nossa expectativa é que haja uma recuperação do Palácio para que possamos atender mais dignamente o público”, disse. “Temos muitas obras aguardando acondicionamento adequado”, destacou. Patrimônio único
Apesar das restrições financeiras, o Museu está em plena expansão. Um exemplo está na aquisição e agora abertura ao público do acervo da exposição permanente “No tempo em que o Brasil era mar: o mundo há 400 milhões de anos”, com enfoque em fósseis que datam entre 420 milhões e 360 milhões de anos atrás. “Nesse período, aproximadamente 50% do território brasileiro estavam debaixo de grandes mares rasos”, explicou o curador Sandro Marcelo Scheffler, professor do Departamento de Geologia e Paleontologia. “Recriar esses ambientes nos ajudam a vislumbrar a vida marinha daquele momento até hoje”. Paleontólogo e mestrando da Uerj, Rodrigo Figueroa aprovou a exposição. “As amostras são muito diversificadas e as reproduções de ambientes, muito boas”. Ele destaca ainda o significado da repatriação do acervo, que havia sido levado por um pesquisador norte-americano: “Atualmente a venda de fósseis é proibida, mas, na época em que foi levada para os EUA, não era”, destaca. “É importante a volta deste material de pesquisa para o país”. Logo comemorativa vem da EBA [caption id="attachment_7659" align="alignleft" width="300"]
Lisandra Rodriguez apresenta a logomarca vencedora[/caption] Lisandra Rodriguez Pereira, estudante de Desenho Industrial da Escola de Belas Artes (EBA) foi a vencedora do concurso para a logomarca comemorativa de 200 anos do Museu Nacional. A estudante concorreu com outros 21 trabalhos inscritos. A peça valoriza a arquitetura, símbolo do Palácio, agregando as iniciais do Museu Nacional. “A ideia foi atualizar a marca original, simplificando o símbolo de forma minimalista e de acordo com as tendências atuais”. O prêmio foi concedido pela associação “Amigos d’O Museu” que apoia a instituição há 80 anos. Na ocasião, os “Amigos d’O Museu” lançaram, ainda, um livreto e exposição comemorativos.
Professor Emilio da Rovere, da Coppe[/caption] Emilio La Rovere é o único brasileiro a integrar a comissão internacional, apoiada pelo governo da França e pelo Banco Mundial: “Estas faixas de preços permitem uma margem de manobra, principalmente aos países em desenvolvimento”, esclarece. Os países mais ricos, que emitiram mais gases de efeito estufa, têm responsabilidade histórica e devem cobrar mais, segundo o professor da Coppe. “Quem sofre mais com as mudanças climáticas são os países mais pobres. E dentro dos países em desenvolvimento, sofrem ainda mais as populações pobres. São as periferias ou os agricultores no semiárido nordestino, por exemplo”, conta. O relatório aponta, ainda, que a taxação das emissões de carbono não deve servir para os governos arrecadarem mais e encobrirem seus déficits. Deve haver a chamada neutralidade fiscal: “A receita advinda desta taxa deve ser devolvida à economia, reduzindo outros impostos. O governo pode desonerar a folha salarial das empresas e estimular a criação de empregos”, exemplifica La Rovere. Trump e a Convenção do Clima Antes do anúncio do presidente norte-americano, Donald Trump, sobre a saída dos EUA da Convenção do Clima, o professor minimizou a decisão: “Não é o ideal, mas (a saída dos EUA) não quer dizer que acabou a Convenção do Clima. Muita gente acha até que é pior os EUA ficarem, se ficarem só para boicotar e atrasar as negociações". La Rovere valoriza o que está feito em outras regiões do mundo: “A China está tomando medidas para cortar o seu consumo de carvão mineral. Lá, já havia precificação (do carbono) pelas províncias. Agora, estão unificando”. Um sinal de que finalmente há mudança de postura em relação ao clima: “Em 2014, o total das emissões no mundo foi menor do que em 2013, pela primeira vez, apesar de a economia mundial ter crescido 3%”. La Rovere explica que, antes, quando havia uma queda das emissões, isso ocorria em função de uma recessão mundial — com menos atividade econômica, emite-se menos. “Isso (a queda das emissões) foi puxado principalmente pela China e pela União Europeia”, afirma.
Alberto Araújo, coordenador do NETT/UFRJ[/caption] O Brasil hoje é o segundo maior produtor de folhas de tabaco. Cerca de 85% da produção é exportada, rendendo R$ 7 bilhões ao ano. É uma falsa riqueza para o país: “Gastamos R$ 23 bilhões para tratar as doenças relacionadas ao tabaco”, pontua Alberto Araújo, coordenador do Núcleo de Estudos e Tratamento do Tabagismo (NETT), da UFRJ. Na semana do Dia Mundial sem Tabaco (comemorado em 31 de maio), o NETT preparou atividades para enfatizar a prevenção e tratar dos efeitos do cigarro. “O grande desafio do fumante é saber o momento de procurar ajuda”, diz Araújo. O país também é um dos líderes no controle ao vício. A proporção de fumantes na população caiu mais da metade entre 1990 e 2015: de 29% para 12,6% entre eles e 18,6% para 8,2% entre elas Hoje, estima-se que sejam 7,1 milhões de mulheres e 11,1 milhões de homens.
Uma exposição do Núcleo, que está completando 15 anos, chamou-se “Tabaco & Saúde: mitos & fatos”. No hall do Hospital Universitário até sexta-feira (2), alertou sobre os danos que os diversos tipos de substâncias causam ao organismo. “Algumas pessoas ainda acham que existem formas inofensivas de fumar, como o cigarro eletrônico”, afirma Araújo. A semana contou com a participação de estudantes no NETT, da Liga Acadêmica de Oncologia, com a parceria da Coordenação de Políticas de Saúde do Trabalhador (CPST) e com a Secretaria Municipal de Saúde.
Raquel Massad e Fábio Pereira, da Escola de Química, coordenadores do CPV Raquel Massad e Fábio Pereira, da Escola de Química, coordenadores do CPV[/caption] A principal dificuldade enfrentada pelo projeto é conseguir financiamento para imprimir materiais. “Precisamos disso para os simulados, para montar apostilas, enfim, para dar aos alunos um material de suporte aos estudos. O custo é muito alto. Pedimos o engajamento de outros professores e de organizações na própria universidade para que nosso projeto siga e dê bons frutos”, revela Raquel Massad. A coordenação do projeto é dividida também com os professores Luiz Fernando Lopes, Ana Maria Rocco e Susanne Hoffmann. E com os técnico-administrativos Marcos Bonfim e João Paulo Pontes. Satisfação em fazer parte Estudante de Engenharia Mecânica, Gabriel de Freitas é monitor de Física e Redação. Ele não esconde o entusiasmo em pertencer ao projeto. “É bastante gratificante. Sempre tive o propósito de ajudar as pessoas que não têm tanto acesso à educação e ficam em grande defasagem de concorrência com quem estuda em escolas particulares. Aqui tenho a oportunidade de realizar isso”. Apesar do desafio de preparar jovens como ele para o vestibular, Gabriel, que tem apenas 19 anos, destaca a vivência rica em sala de aula. “É difícil tentar recuperar toda essa defasagem, mas há muita troca de experiência. A gente ensina o conteúdo, conversa sobre toda essa fase do vestibular, mas também aprende muito sobre a realidade deles”. Iniciativas semelhantes Na UFRJ, há três outras iniciativas de pré-vestibulares sociais. A mais antiga delas é o Samora Machel, realizado em parceria entre o Sintufrj e o Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza. Além do público externo, atende também a servidores da universidade e seus dependentes. Tem o apoio da PR-5. Na Faculdade de Letras funciona o Ação, criado por ex-alunos do Samora Machel como forma de ampliar o número de pessoas atendidas. No CCS, o Pré-Universitário Comunitário Rubem Alves iniciou suas atividades em 2003 e também é um projeto de Extensão universitária. Por meio de uma taxa de matrícula (única contribuição paga no ano), o projeto consegue imprimir materiais e simulados para os estudantes. As aulas são realizadas aos sábados e domingos.