Accessibility Tools
Faleceu, no dia 30 de dezembro, Edson Rosa da Silva, professor titular de Literatura Francesa do Departamento de Letras Neolatinas, onde foi um dos criadores do programa de pós-graduação. A cremação do corpo aconteceu no Cemitério Parque da Colina, em Niterói (RJ). A morte foi lamentada, em nota, pela Faculdade de Letras. “A Faculdade de Letras presta condolências aos familiares, amigos, colegas e lamenta a perda deste grande professor”. Edson possuía vasta experiência na área de Letras, com ênfase em Literaturas Estrangeiras Modernas, e atuava principalmente no estudo de André Malraux e Walter Benjamin. Teve sua trajetória marcada pela UFRJ, onde fez graduação, mestrado e doutorado na Faculdade de Letras. Era conhecido como um excelente professor e pesquisador, além de comprometido com a defesa da universidade pública gratuita e de qualidade. Inteligente e sensível, Edson deixará saudades naqueles que tiveram o privilégio de o conhecer.
Sintonizada com a gravidade da pandemia, a AdUFRJ distribuiu um kit de máscaras como brinde de fim de ano para os docentes. Receberam primeiro aqueles que estão com cadastro atualizado junto ao sindicato. Para quem ainda não ganhou, a solicitação dos kits pode ser feita por um formulário eletrônico disponível em https://bit.ly/3mjPamI, desde o dia 4. No link, o docente deve informar o nome completo, números e e-mail de contato e o endereço.
Cada kit tem três máscaras — nas cores amarela, verde e roxa —, feitas de tecido triplo com TNT, o que confere um alto grau de proteção contra o novo coronavírus. “Em 2021, não serão poucos os desafios. Que os enfrentemos com ânimo, energia e cuidados, preservando a vida em primeiro lugar”, afirma a presidente da AdUFRJ, professora Eleonora Ziller. Além do logotipo do sindicato, as máscaras são estampadas com frases como: “Eu defendo a Educação”.
Pesquisadora do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva e ex-diretora da AdUFRJ, a professora Ligia Bahia propõe a criação de um fundo público para garantir a imunização de todos os brasileiros. A ideia se espelha na Aliança da Organização Mundial da Saúde para distribuição de vacinas contra o coronavírus (Covax). E ela visa também mais transparência nas contas dos gastos públicos durante a pandemia.
Qual o objetivo de um fundo público para vacinação?
O Brasil está atrasado na vacinação e as duas frentes previstas para produção das vacinas — a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan — somadas são insuficientes para as 450 milhões de doses que precisamos. A mídia está muito focada na questão do desenvolvimento das vacinas, mas pouco se fala em garantir as doses necessárias. Este é o foco do fundo.
Como funcionaria esse fundo?
A inspiração vem da Covax, programa da Organização Mundial da Saúde (OMS) para distribuição de vacinas contra o coronavírus nos países com renda baixa. A proposta é de um fundo com recursos públicos e privados. No caso do Brasil, é fundamental envolver agentes de peso como o Itaú e a Vale. É importante criar uma pressão social pela vacinação universal em um movimento que vá além da esquerda.
O recurso destinado pelo governo federal para aquisição de vacinas é insuficiente?
O que nós temos é um anúncio de uma medida provisória (MP) na casa dos R$ 20 bilhões para o Ministério da Saúde. Mas já foi sinalizado que o valor, na verdade, incluiria uma série de outras coisas como os gastos já realizados com as pesquisas. Não há muita informação sobre onde e como os gastos estão sendo feitos. Um fundo contribui também para mais transparência para essas contas, aumenta a vigilância sobre os gastos. Ele permite uma nova institucionalidade, diferente, que debata a compra de vacinas de forma mais republicana.
Qual é a sua avaliação sobre a organização para vacinação nacional em curso?
Não temos um plano nacional de vacinação. A vacinação está caminhando, como tudo durante a pandemia, de forma caótica. Temos iniciativas isoladas de governadores aqui e ali. Não temos mapas de nada. Na realidade, temos muito pouco. Hoje, temos milhões vacinados no planeta. Israel, por exemplo, vacinou 20% da sua população. Na América Latina, a Argentina, o Chile e o México já começaram a vacinação.
O governo federal aposta no peso financeiro de uma eventual compra. Ele argumenta que o Brasil é um mercado cobiçado por qualquer laboratório internacional...
Bolsonaro disse que a Pfizer deveria correr atrás do Brasil, mas não é verdade. O movimento é oposto, o momento é de alta competição pela compra. Mais: não se trata só de uma questão de dinheiro, prestígio também conta muito agora. Há um movimento global de mudança de perspectiva em relação às pandemias a partir da noção de que todos são afetados. A vacina contra o ebola foi desenvolvida pelos Estados Unidos. Enquanto isso, o Brasil tem se movido em sentido inverso e hoje se posiciona ao lado de países contrários à quebra de patente, por exemplo.
Pesquisa do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ, em parceria com o Laboratório de Bioinformática do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), descobriu uma nova linhagem do vírus responsável pela covid-19 no Rio de Janeiro. A divulgação da descoberta foi feita no final de dezembro.
De acordo com a professora Carolina Moreira Voloch, do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ, novas linhagens surgem o tempo todo, o que é esperado para o Sars-CoV-2, um vírus novo. “Uma particularidade desses vírus que são pandêmicos é que há uma população muito grande deles circulando. Esse processo é muito dinâmico porque as linhagens são muito parecidas entre si”, explicou a professora. “O trabalho de vigilância genômica é de tentar entender como o vírus evolui ao longo do tempo, quais seus padrões de espalhamento”.
Segundo a professora, a epidemia no Brasil é caracterizada por três linhagens que sustentam a transmissão comunitária. “Essa linhagem, que só encontramos circulando no Rio de Janeiro, surgiu a partir de uma que já estava circulando no Brasil antes”. Mas a professora ressalta que não há necessidade de alarde por causa do surgimento de novas linhagens. “Novas linhagens podem surgir, e podem ser mais ou menos infecciosas. Por enquanto, não sabemos”, observou.
Carolina Voloch disse que é natural que vírus sofram essas mutações no curso do tempo, e ressaltou que a melhor maneira de lidar com as novas linhagens é tomando os cuidados usuais contra a covid-19. “É importante que as pessoas se conscientizem que estamos em um momento de pandemia. Enquanto a maioria da população não estiver vacinada, não podemos nos descuidar”, defendeu a pesquisadora.
Uma das maneiras de tentar restringir o surgimento de novas linhagens é diminuindo a população do vírus. “Quanto mais gente infectada, maior o tamanho da população do vírus, então a chance de ele sofrer mutações é maior”, explicou. “É importante as pessoas manterem o distanciamento social, o uso de máscaras e a higienização das mãos”, concluiu.
Bolsonaro iniciou o ano com mais um ataque à autonomia universitária. Em decreto do dia 6, nomeou a segunda colocada da lista tríplice para a reitoria da Universidade Federal de Pelotas. É a 19ª intervenção do governo em universidades e institutos federais. A professora Isabela Fernandes recebeu apenas seis votos no Conselho Universitário, contra 56 do professor Paulo Roberto Ferreira Júnior. A novidade desta intervenção é que Isabela fez parte da chapa eleita pela comunidade universitária. Ela seria pró-reitora da nova gestão.
A comunidade acadêmica também decidiu inovar na resistência.A UFPel terá dois reitores a partir desta sexta-feira (8). Isabela, nomeada legalmente, e Paulo, de forma extraoficial, vão fazer a cogestão da universidade. Em formaturas, reuniões com o governo, com o prefeito de Pelotas ou com as entidades representativas, os dois estarão sempre juntos. “Quem manda na UFPel é a comunidade da UFPel”, disse o atual reitor, Paulo Hallal, em live institucional transmitida nesta quinta (7).