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WhatsApp Image 2025 12 17 at 13.57.49Contrato de concessão do terreno da sede foi assinado com a reitoria, no dia 17, durante a plenária de decanos e diretores - Foto: Alessandro CostaAgora é oficial. Com 451 votos favoráveis contra 122, além de 74 abstenções, os professores da UFRJ aprovaram o projeto de construção da sede da ADUFRJ. O imóvel ficará entre o Horto Universitário e o Espaço Cultural do Sintufrj, ocupando uma área total de 579,06 m².
“Queria, em nome da diretoria da AdUFRJ, agradecer imensamente a participação dos associados. De compartilhar conosco uma decisão tão importante como essa. Estamos muito felizes”, afirmou a presidenta do sindicato, professora Ligia Bahia, sobre o resultado da assembleia — a votação, iniciada no dia 15 pelo sistema online Helios foi estendida até quarta-feira (17), em função de problemas técnicos com a internet da Cidade Universitária.
A concessão do terreno, por 30 anos, já havia passado pelo crivo da Procuradoria da universidade e pelo Conselho de Curadores da UFRJ — instância deliberativa para assuntos de patrimônio da instituição. A assinatura do contrato com a reitoria, que aguardava o “sim” da assembleia, aconteceu no próprio dia 17 (veja na foto acima).
A iniciativa busca aproximar a ADUFRJ da realidade de outras seções sindicais. “A maioria da associações docentes das universidades federais tem sedes bastantes amplas, com instalações que oferecem acolhimento, que são pontos de referência para suas comunidades. A gente está muito atrasado neste ponto”, disse o 1º secretário da ADUFRJ, professor Pedro Lagerblad.WhatsApp Image 2025 12 18 at 09.54.48 3VISTA AÉREA do local onde será instalada a sede da ADUFRJ (em destaque, no círculo vermelho), entre o Horto Universitário e o Espaço Cultural do Sintufrj - Foto: Fernando Souza
A diretoria disse que a participação da comunidade docente na construção da sede será garantida e muito bem-vinda. Foi aprovada a criação de uma comissão de acompanhamento — todos os interessados poderão contribuir para o desenvolvimento do projeto — de todas as etapas do processo. “Todos os associados podem trazer ideias para interferir na concepção do projeto ao longo do próximo tempo. Queremos construir rápido “, informou Pedro.
Durante a assembleia, houve críticas ao aluguel de R$ 8 mil mensais, que será pago à reitoria. O valor, no entanto, é uma exigência da Procuradoria da universidade para todas as concessões de área da universidade. “Seguimos com a ideia de questionar isso no futuro. Concordo do ponto de vista político, mas não como estratégia para construção. Porque condicionar uma coisa à outra significaria o imobilismo e não construir a sede. Para construir, precisamos topar isso hoje”, completou Pedro.

PLANEJAMENTO
Estima-se um gasto entre R$ 3,5 milhões e R$ 4,1 milhões para a obra, além de R$ 45 mil para a manutenção mensal. O planejamento orçamentário para dar conta do desafio também foi objeto da discussão na assembleia e também no Conselho de Representantes da entidade, no dia 12. “Nós precisamos ter segurança que o custeio da operação da sede esteja compatível com nossa estrutura financeira”, disse o 1º tesoureiro da ADUFRJ, professor Daniel Conceição, responsável pela apresentação do ponto.
A situação financeira da AdUFRJ é considerada confortável para garantir a empreitada. Há uma reserva de R$ 9,5 milhões em caixa e o superávit médio do último ano é de R$ 103 mil por mês. Ainda assim, a direção estuda ou já vem implantando medidas para ampliar a segurança das contas.
Um dela foi aumentar a previsibilidade para despesas não recorrentes. Houve a fixação de um teto de R$ 10 mil mensais para solicitações de apoio para ações de servidores, estudantes ou movimentos sociais. A gestão lançou em novembro um edital simplificado — que pode ser visto no alto da página da AdUFRJ, na aba “serviços” — para organizar a demanda.
Mesmo cenários pessimistas não deixariam as contas no vermelho. Se houver um aumento de 20% dos custos estimados com a sede, ainda haveria uma sobra de R$ 50 mil mensais.
Na conclusão da assembleia, a presidenta da ADUFRJ deixou uma mensagem de otimismo. “Esperamos que esta sede já surja com muito bom astral. Queremos que seja um lugar de muita reunião, de muita potência científica, artística e cultural”, afirmou Ligia.

PRÉDIO SERÁ ACESSÍVEL E SUSTENTÁVEL

WhatsApp Image 2025 12 18 at 09.54.48 2PROJETO BÁSICO do imóvel do sindicato, que está sendo elaborado pelo Atelier Universitário Arquilab, buscará a integração com a natureza no entorno - Imagem: Atelier Universitário ArquilabO projeto básico está sendo feito pelo Atelier Universitário Arquilab, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, que possui ampla experiência na área “O Arquilab surgiu em 2004 tendo como referência o trabalho dos professores do Hospital Universitário que orientam os alunos na prática. Já realizamos aproximadamente 200 projetos para toda a UFRJ”, esclareceu a coordenadora, professora Patricia Lassance.
O prédio, acessível, terá uma área construída entre 800 m² e 1,2 mil m², com dois auditórios (um para 150 pessoas; outro, para 40 pessoas), cozinha com churrasqueira, um bar, uma minilivraria, local para exposições, estúdio de videocast ou podcast, além das salas da comunicação e dos setores administrativo e jurídico, entre outros espaços.
Haverá um vínculo com a intensa vegetação do entorno. “O projeto para a sede da Associação de Docentes da UFRJ baseia-se no conceito da aula sob a árvore — uma referência simbólica à origem do ato de ensinar. A primeira aula teria acontecido à sombra de uma árvore. A proximidade com o Horto Universitário reforça a naturalidade dessa proposta,”, afirmou Patricia. “Além disso, integrará diversos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU, alinhando-se às práticas contemporâneas de sustentabilidade”.
Representante do campus Caxias no Conselho de Representantes, a professora Juliany Rodrigues parabenizou a diretoria. “Às vezes, preciso vir ao Fundão e, enquanto espero uma reunião, fico em um café do Parque Tecnológico, que é o local mais agradável no Fundão”.

ASSEMBLEIA TAMBÉM APROVOU CONTAS DA GESTÃO PASSADA

Por 379 votos a 59 e 209 abstenções, os docentes também aprovaram a prestação de contas da diretoria passada (biênio 2023-2025). Todos os demonstrativos do período estão disponíveis no site do sindicato, na aba “transparência”.
“Parece que não, porque realizamos tantas ações, mas nós nos preocupamos muito em economizar”, disse a ex-vice-presidente, a professora Nedir do Espirito Santo em referência aos valores já citados pela diretoria atual no planejamento de construção da sede. “Nós conseguimos fazer uma economia de R$ 100 mil, em média. A poupança que temos é em torno de R$ 9,5 milhões”, completou.
Nedir destacou para o sucesso das contas a campanha de filiação — com descontos na mensalidade, durante os primeiros quatro anos — que trouxe 601 novos colegas para o sindicato, contra aproximadamente 200 desfiliados, no mesmo período.
Pela campanha, professores Assistentes e Adjuntos (magistério superior) e DI, DII e DIII (EBTT, do Colégio de Aplicação) não filiados até outubro de 2022 podiam ficar isentos da contribuição sindical pelos dois primeiros anos e, nos dois anos seguintes, pagavam metade (0,4%) do que pagam os demais sócios (0,8%).
De acordo com Nedir, a assessoria jurídica contratada um pouco antes do mandato 2023-2025 foi outro fator que contribuiu para o aumento das filiações. “Não só pelas questões gerais reivindicadas, mas também pelas situações particulares”, disse a docente. Desde então, 433 ações geraram um valor acumulado de R$ 10 milhões aos filiados beneficiados.
A atual gestão elogiou o trabalho realizado pelos colegas da ex-diretoria. “Realizaram uma gestão extremamente responsável no trato das contribuições dos associados”, afirmou Ligia Bahia.
Por outro lado, a diretora comprometeu-se com a elaboração de demonstrativos que sejam mais facilmente compreendidos. “Estamos implantando um novo modelo de prestação de contas, parecido com o balanço social que tem sido utilizado por várias organizações. É o modelo adotado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Estamos de pleno acordo que é preciso que esta prestação de contas seja muito mais acessível”, completou a presidenta.
Outra preocupação é garantir que os demonstrativos reúnam os números relativos a cada gestão: “Pretendemos ter uma planilha que permita agregar os gastos totais da gestão”, reforçou o diretor Daniel Conceição.

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