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Vice-presidente da AdUFRJ e observadora eleita para o 67º Conad do Andes, a professora Nedir do Espirito Santo divulgou, na plenária da tarde deste domingo (28), uma carta aberta às delegações presentes ao encontro que se realiza no Cefet-MG, em Belo Horizonte. A carta, cuja íntegra segue abaixo, é uma resposta da professora ao texto 7 do Caderno do Conad, escrito por docentes de oposição à atual direção da AdUFRJ, no qual ela é citada com inverdades em tom acusatório. A carta é assinada apenas pela professora Nedir, mas foi endossada por toda a delegação da AdUFRJ, que distribuiu o documento em plenário.
Além da carta, uma moção de desagravo à professora, subscrita por delegados e observadores de várias delegações, foi encaminhada ao plenário do 67º Conad. A íntegra da moção segue abaixo.
 
CARTA
 
Sou uma mulher negra, professora do Instituto de Matemática da UFRJ, e vice-presidente da Adufrj. Estou sendo vítima de calúnia no Texto 7 do Caderno de Textos do 67º CONAD. Escrevo este documento uma vez que não pude falar na plenária de abertura, pois o direito de resposta foi negado pela mesa, e tendo sido sorteada para falar apenas no último bloco, a plenária foi encerrada antes.
No texto 7 do Tema 1, estranhamente submetido a uma discussão sobre conjuntura, é afirmado:
"... a atual direção da Adufrj-SSind criminaliza os movimentos que constroem a greve com um repertório legítimo de ação… A direção atual da Adufrj-SSind afirma em seu boletim que “Nós trouxemos o problema ao conhecimento da reitoria para que fique registrado que há uma indignação dos docentes”, frisou a professora Nedir do Espirito Santo, vice-presidenta da seção sindical’. E não para por aí, a Adufrj-SSind entrega um dossiê a reitoria que criminaliza o movimento discente".
Em nenhum momento a AdUFRJ posicionou-se contra os movimentos estudantis, ao contrário, o histórico de nossa AD é de apoio às várias ações dos estudantes.
Em uma reunião convocada pela reitoria, com representantes do corpo da universidade (alunos, funcionários e professores), entregamos uma carta à direção máxima da universidade na qual comunicamos nosso apoio ao movimento estudantil.
Não obstante, a pedido de inúmeros professores que se manifestaram pressionados de forma intimidatória a não dar aula, entregamos um relato dessas manifestações, acompanhado do pleito, por parte dos docentes, de que seus direitos não fossem obstaculizados. Lembrando que as aulas, além de um direito, eram nosso dever, na medida em que não estávamos em greve.
Não foi feito qualquer relato em termos de quais alunos estavam envolvidos. Nomes não foram citados e o relato é feito de maneira geral, protegendo, naturalmente, as identidades dos envolvidos. Portanto, não é verdade que foi entregue ao reitor um dossiê.
Para finalizar, saliento que a diretoria da AdUFRJ não impediu a vinda ao 67º CONAD de docentes que lhe fazem oposição, como afirmado na plenária de sexta-feira, 27 de julho.
A presença de docentes opositores a essa direção nos congressos do Andes e no CONAD deve-se ao empenho da diretoria no diálogo com a oposição. Estranhamos que, para a formação da delegação do 67º CONAD, apenas três professores da oposição compareceram para votar (constatado em ata) e não houve empenho para participação no CONAD. A delegação foi escolhida por meio do voto em urna dos sindicalizados.
Em 28 de julho de 2024,
Nedir do Espírito Santo
Vice-Presidente da ADUFRJ
 
MOÇÃO
MOÇÃO DE DESAGRAVO à Professora Nedir do Espírito Santo
A(O)s delegada(o)s do 67º CONAD do ANDES-SN, realizado em Belo Horizonte (MG), no período de 26 a 28 de julho de 2024, manifestam sua solidariedade à professora Nedir do Espírito Santo que teve seu nome citado em um texto de debate de conjuntura nacional, com graves acusações de criminalização do movimento estudantil, expressas de forma truncada e pouco explicativa. Consideramos que apontar e nomear docentes em debates políticos, principalmente os que abarcam questões tão complexas, não contribui para a construção de um movimento coletivo, radicalmente democrático e diverso.
O tom e o modo de expressar a divergência é de escolha de quem o faz, mas o ataque focado em pessoas não deve ser a prática política de nosso sindicato. Em tempos de luta por um ANDES ANTIRRACISTA, é no mínimo um contrassenso que a única pessoa a ser identificada nominalmente no texto seja uma docente negra, vice-presidenta da AdUFRJ, eleita pela sua base, integrante do Coletivo de Docentes Negros e Negras da UFRJ, e que enfrentou e enfrenta em seu cotidiano uma luta sem descanso contra o nosso racismo estrutural, que assume, muitas vezes, uma forma insidiosa e pouco perceptível para quem nunca o experimentou.
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