Accessibility Tools
Na volta às aulas, comunidade universitária não pode utilizar restaurante da Letras. A infraestrutura local foi afetada pelas chuvas de dezembro e não há previsão de reabertura
Refeições são redistribuídas para outras unidades
Guilherme Karakida. Estagiário e Redação
Devido às fortes chuvas de dezembro, a estrutura física e a rede elétrica do RU da Letras foram comprometidas. Com isso, o local estava fechado no início do período letivo (para a maioria dos cursos), no último dia 3. E pior: não há previsão de retorno do serviço. A professora Lúcia Andrade, diretora do Sistema de Alimentação da UFRJ, explica: “Como as equipes técnicas não se reuniram ainda, não é possível determinar um prazo de reabertura”.
Apenas a primeira etapa da obra foi concluída: documentar tudo para construir o projeto que subsidiará a licitação. “O processo é longo, porque, para fazer a licitação, precisa ter projeto, três empresas de empresas que queiram entrar no certame. Infelizmente, não é algo rápido, mas a tramitação já foi iniciada”, afirma.
De acordo com Lúcia, pelo menos, a situação servirá para resolver o antigo problema do calor, sobretudo no verão, do RU da Letras: “O pedido de novos aparelhos de refrigeração já havia sido feito para a reitoria. No entanto, a parte elétrica inteira precisaria ser modificada para acomodar os aparelhos”, diz. “Com a reforma, isso se tornará possível”, completa.
Para não prejudicar os usuários, algumas medidas foram tomadas, como a ampliação do horário de funcionamento do RU do Centro de Tecnologia (CT) (de 10h30 às 14h30 e de 17h30 às 20h) e o aumento do número de lugares do RU Central (mais 130). Além disso, o RU da Central agora conta com um ponto adicional de distribuição na lateral, o que proporciona maior agilidade ao atendimento. “A ideia é que os alunos da Letras e da Reitoria migrem para os outros RUs. Esperamos atender de 300 a 400 pessoas no CT e o restante no RU Central”, conta a professora.
Filas maiores
Com a interdição do RU da Letras, agravou-se a demora no atendimento dos demais bandejões. A reportagem do Jornal da Adufrj entrou na fila do RU do CT no dia 5, no horário do almoço, e esperou cerca de quarenta cinco minutos até entrar no local.
Auditoria Cidadã da Dívida revela, em atividade política da Campanha Salarial Unificada de 2014, que, se não lutar, funcionalismo público sofrerá perda histórica
Palestra ocorreu no último dia 6
O Orçamento da União para 2014 revela a continuidade da política do Estado mínimo implantada no país desde a década de 1990. Essa foi uma das conclusões do Seminário sobre a Dívida Pública, realizado pela auditora fiscal e coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lúcia Fattorelli, dia 6, no auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados. As investigações da Auditoria mostram também que está prevista uma perda salarial histórica para os servidores públicos federais em 2014.
Uma das atividades do lançamento da Campanha Salarial Unificada de 2014 do funcionalismo, o seminário esclareceu a relação do sistema da dívida, ou seja, das dívidas externas e interna e do superávit primário, com as perdas salariais da categoria, com a retirada do Estado da prestação de serviços públicos e da privatização de direitos sociais, tais como a previdência, a saúde, a educação e a habitação.
O estudo da Lei Orçamentária deste ano, feito pela entidade, informa que está definida uma queda dos gastos com o pessoal em relação à receita corrente líquida: “O Anexo V da Lei Orçamentária, que inclui os aumentos de gastos com o pessoal, registra R$ 15,4 bilhões, dos quais R$ 12,5 bilhões cobrem os reajustes salariais e a alteração de estrutura de carreira, que já estavam previstos nos acordos de 2012. Esse recurso se refere exatamente ao reajuste de 5% que os servidores federais estão recebendo e que não cobrem a inflação. Desse valor total, menos de R$ 3 bilhões serão destinados a novos cargos, diante dos concursos previstos para este ano. Não há previsão para ganho salarial”, assegura a coordenadora da Auditoria
Ela afirma que, se quiser reaver o valor real dos salários, o servidor público terá de desenvolver uma mobilização muito forte para mudar o cenário. “Além disso, para o Orçamento de 2014, R$ 1 trilhão será destinado à dívida pública. O superávit primário anunciado é de 3,17% do Produto Interno Bruto (PIB), o salário mínimo de apenas R$ 724 e uma inflação prevista de 5,8%. Isso significa que, se o reajuste vai ser 5%, há aí mais uma perda anunciada”, demonstra Fattorelli.
Com base nos cálculos expostos, Maria Lucia afirma que, “diante desse cenário em que a dívida absorve a maior parte dos recursos, não sobra dinheiro nem para reajuste salarial, nem para investimento nos serviços públicos e nem para a estrutura de Estado. O resultado disso é que esse modelo econômico aponta para o aprofundamento do processo de privatização”.
Politização
O 2º secretário do Andes-SN, Paulo Rizzo, representou o Sindicato Nacional no seminário: “Este é o ano de trabalharmos na base a politização, conseguindo relacionar as reivindicações mais imediatas com os desafios políticos e esse é o momento para isso, pois estamos num ano de efervescência política”, afirmou. (Fonte: Andes-SN. Edição: Adufrj-SSind)
Pela terceira vez nas últimas semanas, manifestantes ocuparam a Central do Brasil em protesto contra o aumento da passagem de ônibus que, a partir deste sábado 8, passa a valer R$ 3. O prefeito Eduardo Paes desconheceu relatório técnico do Tribunal de Contas do Município que sugeriu redução da tarifa em R$ 0,25. As manifestações anteriores aqui no Rio aconteceram nos dias 16, 18 e 20 de janeiro. Protestos nas ruas têm ocorrido em São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte. Estima-se que ao menos 16 cidades, sendo 5 capitais, receberam manifestação até quinta-feira 6. A última, no Rio, foi marcada pela violência policial.
Representantes do Planejamento comprometeram-se com este prazo no último dia 5
A pressão da mobilização dos servidores públicos federais levou o governo a receber uma comissão de representantes do Fórum dos SPF, no último dia 5, durante o ato de lançamento nacional da Campanha Unificada 2014, em frente ao Ministério do Planejamento, em Brasília (DF).
Dirigentes de dez entidades e das três centrais sindicais que compõem o Fórum se reuniram com o chefe de gabinete da Secretaria-Executiva do Planejamento, André Bucar, além do secretário de Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça, e sua equipe técnica. Segundo o coordenador da CSP-Conlutas, Paulo Barela, os dirigentes cobraram a abertura imediata de negociações em torno da pauta unificada dos servidores federais (veja quadro). Eles rechaçaram a argumentação do governo de que enfrenta dificuldades em atender ao pleito dos trabalhadores do serviço público.
Mendonça e Bucar se comprometeram em apresentar uma resposta oficial, até o início de março, à pauta dos SPF, protocolada em 24 de janeiro. Os representantes do Planejamento também buscarão articular uma reunião entre as entidades nacionais dos servidores e a ministra Miriam Belchior.
Ao final dos informes, Barela ressaltou a necessidade de intensificar o processo de mobilização nos estados para pressionar o governo. “Já arrancamos do governo o compromisso de responder formalmente à nossa pauta”, destacou. O dirigente ponderou ainda que não está descartada a possibilidade de construção de uma grande greve do funcionalismo público.
Mobilização
Centenas de servidores públicos federais, vindos de diversas partes do país, mostraram ao governo a disposição do movimento para os enfrentamentos previstos para este ano, que será marcado pela Copa do Mundo e pelas eleições. (Fonte: Andes-SN. Edição Adufrj-SSind)
Confira os eixos da Campanha Salarial Unificada