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maconhaA acusação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, de que as universidades brasileiras cultivam “extensivas plantações” de maconha em seus campi foi duplamente desmentida nas últimas 48 horas. O ministro chegou a publicar em seu twitter o vídeo com reportagem de 2017 sobre uma plantação de cannabis, supostamente em terreno da Universidade de Brasília, na Asa Norte do Distrito Federal. O caso chegou a ser noticiado à época pela imprensa brasiliense. No mesmo ano, a UnB abriu sindicância para apurar a situação. O resultado da investigação é surpreendente: eram apenas 16 pés de maconha e o terreno não pertence à instituição. De acordo com laudo técnico, o local da apreensão está a mais de cem metros do lote da universidade, numa faixa de 30 metros em torno de um lago, controlada pela Marinha.

Em nota divulgada no domingo, a reitoria do UnB esclareceu o caso e condenou severamente a calúnia do ministro. "A Administração repudia veementemente a associação equivocada da imagem da Universidade a práticas ilícitas. O fato é ainda mais grave quando ocorre de maneira recorrente e por parte de um gestor público cujo papel é o de promover a educação, em seus diversos níveis", critica a nota.

O documento da UnB informa que a operação policial "foi realizada em abril de 2017, em uma área não localizada na UnB. Trata-se de área de Cerrado próxima ao campus Darcy Ribeiro. Foram apreendidos vasos com maconha no local. Segundo as primeiras impressões da polícia, as plantas eram mantidas por um grupo, sendo dois estudantes da Universidade e uma terceira pessoa não pertencente à comunidade acadêmica. Na ocasião, as forças de segurança da Universidade deram todo o apoio à polícia", diz a nota. E completa. "No processo, foi confirmado, por meio de um parecer técnico, que o local da apreensão não pertence à UnB".

Ainda segundo a nota, não houve confirmação de autoria do crime pelos alunos, na Justiça. “A comissão de sindicância interna recomendou o arquivamento do processo”.

Confira a íntegra da nota da UnB:

*Nota de esclarecimento*

Da Ascom, Gabinete da Reitora 24/11/2019

A Administração da Universidade de Brasília (UnB) tomou conhecimento de um post divulgado no Twitter pelo ministro da Educação com referência a uma operação policial ocorrida em área supostamente da UnB. A esse respeito, esclarecemos que:

  1. A referida operação foi realizada em abril de 2017, em uma área não localizada na UnB. Trata-se de área de Cerrado próxima ao campus Darcy Ribeiro. Foram apreendidos vasos com maconha no local. Segundo as primeiras impressões da polícia, as plantas eram mantidas por um grupo, sendo dois estudantes da Universidade e uma terceira pessoa não pertencente à comunidade acadêmica. Na ocasião, as forças de segurança da Universidade deram todo o apoio à polícia.
  2. Imediatamente, a Administração determinou a abertura de uma sindicância interna, para a apuração de responsabilidades. No processo, foi confirmado, por meio de um parecer técnico, que o local da apreensão não pertence à UnB.
  3. Após a apuração, não houve, na Justiça, confirmação de autoria de crime pelos dois estudantes. Dessa forma, eles não foram condenados. A comissão de sindicância interna recomendou o arquivamento do processo.

A Administração repudia veementemente a associação equivocada da imagem da Universidade a práticas ilícitas. O fato é ainda mais grave quando ocorre de maneira recorrente e por parte de um gestor público cujo papel é o de promover a educação, em seus diversos níveis.

A UnB é uma das principais instituições de ensino superior da América Latina e a oitava melhor do Brasil, segundo o ranking Times Higher Education (THE), com crescente excelência acadêmica, nas mais diversas áreas. As manifestações do ministro demonstram profundo desconhecimento e desrespeito acerca do papel constitucional de nossa instituição. Assim como outras universidades públicas federais, a Universidade de Brasília é patrimônio de todo o povo brasileiro.

É importante esclarecer que a UnB atua dentro da legalidade e vem aprimorando suas estratégias e ações de segurança, com medidas como a colocação de câmeras e de cadeiras elevadas nos estacionamentos. Mesmo com seu maior campus (Darcy Ribeiro) totalmente aberto e integrado à cidade, as medidas já promoveram a redução de 86% nas ocorrências no local, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do DF. Além disso, a questão das drogas afeta toda a sociedade e é, portanto, um desafio para o poder público de maneira geral.

A Universidade reitera o compromisso com sua missão institucional, educadora, para a melhoria das condições de vida da população e o desenvolvimento socioeconômico no DF e do país.

Márcia Abrahão
Reitora

Enrique Huelva
Vice-reitor

 

A Diretoria da Adufrj convoca todos os docentes para a Assembleia Geral multicampi quarta,  das 13h30 às 17h. Locais: IFCS, CT e Macaé. Compareça!

WEBdebretEsta edição do Jornal da ADUFRJ está sendo produzida exatamente após os trinta dias iniciais de nosso mandato. Impossível resistir à ideia de um primeiro balanço. Não que haja tanto a ser avaliado sobre o nosso trabalho, mas é que o correr dos fatos tem nos colocado diante de muitos desafios. Desde que tomamos posse em 15 de outubro, o cenário brasileiro já sofreu grandes alterações deixando para trás a conjuntura específica que nos elegeu. Hoje temos o ex-presidente Lula fora da prisão, o partido do governo implodido e uma fortíssima instabilidade política devastando a América Latina. Ainda em final de outubro tivemos a eleição de Alberto Fernández na Argentina, as grandes marchas e o enfrentamento da população contra a política ultraliberal chilena e, mais recentemente, a renúncia de Evo Morales com violentos contornos de golpe de Estado. Não é pouco para um período tão curto.

No âmbito da UFRJ, também não estamos vivendo um período fácil. Como se não bastasse a aprovação da reforma da previdência, um lamentável parecer do Procurador Geral da UFRJ, Renato Vianna, de 9 de outubro, justificou a suspensão da concessão das progressões múltiplas pela Reitoria, apesar de ainda não existir uma decisão a respeito aprovada pelo CONSUNI. Compondo o quadro, temos ainda a flagrante ilegalidade do Ministro Alexandre de Moraes do STF, que fundamenta o corte de pagamento dos 26,05%, referentes ao Plano Verão de 1989. Em ambos os casos, expõe-se a esdrúxula situação da fragilidade institucional de nossa vida democrática, na qual se confunde a legalidade das ações administrativas com o terrorismo jurídico sobre nossos dirigentes. Dentre tantos princípios da Constituição de 1988 que vêm sendo atacados, parece que o da razoabilidade tem sofrido mais ultimamente.

Mas nada se compara ao que nos espera em 2020. O chamado pacotaço de maldades ultraliberais do governo, um plano de desmonte do aparelho estatal brasileiro, vai levar de roldão toda a rede de proteção ao cidadão, em especial as áreas da saúde e educação. Se havia dúvida sobre quais seriam os objetivos desse governo, a combinação dessas últimas ações com as propostas ensaiadas no Future-se e as armadilhas do Projeto de Lei do Orçamento Anual agora já deixam mais do que óbvio que estamos diante de um inimigo declarado.
Nesse contexto, qual o significado de uma edição do jornal inteiramente dedicada ao Dia da Consciência Negra? Faz sentido suspender todo esse debate para atermo-nos exclusivamente a ela? Se menos de 5% do nosso corpo docente é composto de professores negros, como se justifica a centralidade deste assunto numa semana de tantos embates e questões que afetam a maioria de nós? Hoje, quase dez anos depois da implantação da primeira política de cotas na UFRJ, temos uma maioria de jovens negros entre os estudantes da universidade. Trata-se de uma transformação profunda e qualitativa da vida universitária que ainda dará seus frutos mais duradouros. Essa movimentação não alcançou todos os cursos, tampouco os patamares necessários entre os pós-graduandos, e demorará para produzir mudanças substanciais na composição do corpo docente. Entretanto, ao evidenciar a brutalidade de uma exclusão que se naturalizou por quase cem anos de vida universitária, temos a convicção de que estamos tocando no âmago do problema que vive nossa sociedade. Em recente entrevista à Folha de São Paulo, Roberto Schwarz cita um trecho do historiador Luiz Felipe de Alencastro, escrito ainda na década de 1990, que dá dimensão histórica e social ao problema: “A escravidão legou-nos uma insensibilidade, um descompromisso com a sorte da maioria que está na raiz da estratégia das classes mais favorecidas, hoje, de se isolar, criar um mundo só para elas, onde a segurança está privatizada, a escola está privatizada, a saúde também” (1996).

Diretoria da Adufrj

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UFRJ PRETA

Durante três dias, o fotógrafo Ernesto Carriço, negro,  51 anos de idade, 28 de ofício, nascido em Volta Redonda, percorreu a UFRJ para retratar a diversidade nos corredores e jardins da instituição. O resultado do trabalho é um mosaico de rostos e histórias negras. Sim, os campi da maior universidade do Brasil mudaram de cor. Estão mais coloridos, mais diversos, e por isso, muito mais interessantes e produtivos.

A universidade mudou, mas é preciso avançar mais. Nenhum professor negro foi encontrado pelo fotógrafo no período em que se deslocou pelo Fundão para fazer o ensaio. Um técnico-administrativo não quis participar. Já os terceirizados negros da universidade estão aqui representados por Waldinéa Nascimento (5), da Associação dos Trabalhadores Terceirizados da categoria (ATTUFRJ)

Os estudantes são de diversos cursos: Samuel Castelo, do bacharelado em Dança (1); Camila Andrade, da Biologia (2); Thirza Caroline, da Escola de Belas Artes (3); Samuel Washington, da Biologia (4); Caio Lima, da Faculdade de Letras (6); Ana Luiza Oliveira, da Escola de Comunicação (7) e Ivanise Regina, da Faculdade de Letras (8).

 A página em arquivo PDF pode ser conferida AQUI.

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WEBcoletivoCOLETIVOS ajudam negros a ganharem espaço na universidade - Foto: Ernesto CarriçoDesde 2013, a implantação das cotas nas universidades federais fez a UFRJ avançar rumo à democratização do ensino superior. Apesar da conquista, o dia a dia acadêmico ainda é terreno árido para estudantes negros. São eles os mais dependentes de políticas de permanência como bolsas, moradia, transporte e alimentação. Os alunos também esbarram em violências subjetivas, como a falta de representatividade no corpo docente.
A partir das dificuldades, surgiram os coletivos negros na instituição. Primeiro, na graduação; depois, na pós. “Hoje, nós temos 19 coletivos”, conta Luciene Lacerda, da Comissão de Coletivos Negros da UFRJ. “A ideia é que a universidade se responsabilize pelas discussões e políticas, e pense ações”, afirma. Além dos coletivos, a comissão também congrega as pró-reitorias de Graduação, Pós-Graduação, Extensão e de Políticas Estudantis.
“Algo comum entre todos os coletivos é justamente ser apoio e transformar a realidade”, justifica Alexandre Freitas da Silva, do Coletivo Negrex, da Medicina. O grupo discute a saúde da população negra e conseguiu introduzir o tema em três momentos do curso: no terceiro e sexto períodos e no internato. “Queremos combater o racismo enquanto futuros profissionais de saúde”, explica o estudante.
Apesar do avanço, o currículo oficial ainda não prevê disciplinas sobre o tema. “É preciso institucionalizar. A população atendida pelo SUS é majoritariamente negra, mas a formação ainda é elitista e branca”, critica.
No IFCS, há o Coletivo Guerreiro Ramos. Iracema Souza conta que o grupo montou um curso preparatório para a seleção da pós-graduação. “É voltado a estudantes negros da UFRJ e de outras universidades”, explica. “Atuamos em duas dimensões: fortalecimento de quem já está na pós e ampliação do acesso para negros”.
Como principal entrave para estudantes negros, Iracema destaca o não domínio de línguas estrangeiras. “É a principal barreira, somada à restrição de recursos”. A falta de representatividade também afeta emocionalmente. “Nosso programa não tem docentes negros”, diz a aluna do Programa de Pós-graduação em Sociologia e Antropologia
Daniel Lopes, é um dos fundadores do Coletivo Dona Ivone Lara, do Serviço Social. “Antes mesmo da rede de apoio, surgimos lutando pelo direito de acessar a pós-graduação”, conta. O grupo foi formado em 2017, a partir des discussões para adoção das cotas na pós da unidade.

 

NOTA DE AGRADECIMENTO

Os coletivos negros da UFRJ escreveram mensagem de agradecimento pelo apoio da AdUFRJ para realização de eventos na universidade.

A Comissão de Coletivos Negros da UFRJ vem por intermédio desta carta agradecer à Adufrj pela contribuição financeira para a realização do evento Black In Fundão- Festival Preto, que ocorreu dia 14/11, no campus Fundão, na Reitoria. Reconhecendo a importância do mesmo para a valorização da presença da juventude negra na Universidade e suas expressões político-culturais.
A luta antirracista continua e contamos com o apoio desta instância da Universidade para somar nessa luta mais vezes!
Seguimos!

Comissão de Coletivos
Negros da UFRJ
Coletivos Negros Virgínia Leone Bicudo da Psicologia, Negrex da Medicina, Claudia Silva Ferreira da FND, Coletivo Negro da Geografia, Conceição Evaristo da Letras, Coletivo Negro Ebí da Biologia, Dona Ivone Lara do Serviço Social, Mary Seacole da Enfermagem, Carolina de Jesus do IFCS, Beatriz Nascimento da História, Claudia Silva Ferreira de Direito, Tereza de Benguela de Relações Internacionais, BAFROS da Comunicação Social, Almirante João Cândido de DGEI, Comissão de Direitos Humanos E Combate às Violências, Associação de Pós-Graduandos da UFRJ e DCE.

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