Accessibility Tools

facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

WEB menorMINERVARenascimento: ensaios resgatam bloco lançado na gestão Lessa - Foto: Alessandro CostaO Bloco Minerva Assanhada fez seu segundo ensaio no dia 23 de janeiro no campo da Prefeitura Universitária, no Fundão. Realizado pelo Fórum de Ciência e Cultura, em parceria com a AdUFRJ e com o Sintufrj, o bloco carnavalesco inicia as comemorações para o centenário da UFRJ em 2020. No ensaio, a Bateria Fina Batucada animou os foliões, que também foram convidados a tocar tamborins, repiques e agogôs.
Com a nova marchinha, “100 Anos de Arte, Ciência e Balbúrdia”, de autoria do professor Roberto Medronho, da Faculdade de Medicina, e do compositor Noca da Portela, o samba é, também, um protesto aos ataques do governo à educação e à universidade. “Essa iniciativa, de ressuscitar o bloco que andou parado por muito tempo, junta duas atividades do sindicato: a de luta política pelos nossos direitos e também de poder congregar os associados a viverem esse momento de união da comunidade acadêmica”, afirmou o professor Felipe Rosa, diretor da AdUFRJ.
Apesar da nova marchinha e dos diversos ensaios marcados ao longo do período de pré-carnaval, o Bloco Minerva Assanhada permaneceu parado por mais de 10 anos. Ele havia sido criado na UFRJ durante a gestão do reitor Carlos Lessa (2002-2003) por professores da época, que tiveram a ideia de criar o nome, sambas famosos e conseguiram inserir o bloco na programação carnavalesca da cidade do Rio.
“Nos 100 anos da UFRJ, a gente achou que o bloco era uma tradição da universidade e decidimos revigorá-lo com o mesmo nome e cores para resgatar essa memória que a UFRJ tinha no carnaval da cidade”, disse Tatiana Roque, coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura. “A ideia principal, ao relançar o bloco para esse ano especial para a universidade, é conseguir reunir todos os segmentos da comunidade da UFRJ para desfilarem juntos no Minerva Assanhada”, completou.
Para a diretora do Sintufrj, Joana Maria de Angelis, que também marcou presença no ensaio, a importância de trazer o bloco às ruas é criar um espaço de mobilização e de luta frente aos ataques que o governo tem feito contra a universidade. “Nós pretendemos não só ressuscitar o bloco para as comemorações do centenário da UFRJ, mas para que ele continue vivo. Pretendemos fazer uma oficina de percussão para renovar a nossa bateria e as pessoas que queiram contribuir para esse espaço de resistência que é o bloco”, contou a diretora.

Confira AQUI a letra do samba do bloco.

E AQUI o vídeo da TV AdUFRJ sobre o ensaio.

WEB menorPROGRESSAOnegociação Reunião de dezembro controu com a participação da reitoria, da AdUFRJ, da CPPD e de professores interessados no tema - Foto: Kelvin Melo/Arquivo AdUFRJPortarias de segunda progressão consecutiva dos professores foram publicadas pela reitoria na quinta-feira, 30. A informação é de Mônica Marques, assessora da Pró-reitoria de Pessoal. “Em seguida, enviarei os próximos processos, que já comecei a organizar”, disse.
A medida responde à pressão da AdUFRJ e tranquiliza os docentes que temiam perder o reconhecimento financeiro por anos de trabalho.
Em 2019, os professores foram surpreendidos com a divulgação de um parecer do Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal (Sipec). O órgão, vinculado ao Ministério da Economia, proibiu as chamadas progressões múltiplas em várias universidades.
Segundo o dispositivo das múltiplas, regulamentado em resolução de 2014 do Consuni da UFRJ, um docente poderia saltar mais de um nível da carreira federal, em um único processo, se reunisse produção acadêmica compatível e os respectivos interstícios de tempo (o período mínimo corresponde a 24 meses).
No final do ano passado, a AdUFRJ negociou um acordo com a reitoria para que as progressões fossem realizadas de modo consecutivo. De acordo com o novo modelo, a ideia é que os professores elaborem um processo para cada interstício de progressão/promoção. De posse da documentação, a Pró-reitoria de Pessoal publica, em sequência, as portarias de desenvolvimento na carreira.
O problema é que, passado mais de um mês do acordo, nenhuma portaria de segunda progressão consecutiva havia sido autorizada.
A AdUFRJ tem acompanhando o tema de perto. A diretoria participou de reuniões entre o Natal e o Ano Novo e no início de 2020: “Chegamos a oferecer ajuda e nos responderam que não era preciso”, disse a professora Eleonora Ziller, presidente da associação.
DEPOIMENTOS
Antes da divulgação das portarias, o Jornal da Adufrj ouviu alguns docentes prejudicados pela situação. Simone Peres, docente do Instituto de Psicologia, solicitou progressão de Adjunto 4 para Associado 4. Desmontou o processo por cada nível e deixou a documentação, pessoalmente, na PR-4, antes do Natal.
“Estou muito angustiada. Fico com receio de perder o direito que tenho de progredir”, afirmou Simone, sobre a demora da tramitação. A professora lembra que era corriqueira a prática de solicitar as progressões múltiplas na universidade. “Agora, estou sendo penalizada injustamente”, completou.
Karla Santa Cruz, professora da Medicina de Macaé, pede a progressão de Adjunto 3 para Associado I. Em 16 de dezembro, foi divulgada a portaria da primeira etapa, para Adjunto 4. Quatro dias depois, a docente entrou com a solicitação para Associado 1, que está travada. E ainda não recebeu no contracheque de janeiro o efeito financeiro da mudança efetivada.
A principal preocupação do docente é com uma possível reforma administrativa do governo Bolsonaro, restringindo ainda mais as progressões. “Nós vamos perder nosso direito, porque a UFRJ está demorando muito”, disse.

PR-4 RESPONDE
Mônica Marques justificou o atraso com diversos problemas enfrentados pela pró-reitoria desde o final de dezembro, além do recesso e férias de funcionários. “Houve um problema de vírus na PR-4, e o Sistema de Recursos Humanos (SIRHU) ficou fora do ar acho que por mais de sete dias”, afirmou.
A assessora disse que não tinha como dizer quantos processos de segunda progressão estavam na PR-4, pois o setor está envolvido com um grande levantamento de dados junto às unidades para o Plano Diretor.
“Entendemos a preocupação dos docentes, porém estamos fazendo estes encaminhamentos o mais rápido possível”, disse.

downloadBenedito Guimarães Aguiar Neto, até então reitor da Universidade Mackenzie, em São Paulo, foi nomeado nesta sexta-feira (24) para presidir a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior (Capes). A instituição é responsável por conceder bolsas de pós-graduação e fomentar pesquisas.

Ele irá suceder Anderson Ribeiro Correia, que deixou o cargo em dezembro para reassumir a reitoria do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). A nomeação e a exoneração foram publicadas no Diário Oficial da União.

De acordo com a Capes, Benedito Guimarães Aguiar Neto se formou em Engenharia Elétrica em 1977 pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e concluiu mestrado na mesma instituição em 1982. Ele concluiu o doutorado na área em 1987 pela Technische Universität Berlin, na Alemanha; e o pós-doutorado em 2008 pela University of Washington, nos Estados Unidos.

WEB menorWEINTRAUBERROU: Abraham Weintraub caracterizou o Enem 2019 como o “o melhor de todos os tempos” - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência BrasilCamila Mascarenhas é o retrato da agonia imposta aos vestibulandos pelo ministro Abraham Weintraub. Aos 21 anos, Camila tenta pela quarta vez uma vaga no curso de Medicina. A aflição com a acirrada concorrência e os sucessivos erros do MEC durante o Enem e no Sisu criaram na estudante um complexo processo de ansiedade. “Esse concurso foi muito mais estressante que os outros que fiz, porque nada parece estar certo. Então eu fico sem saber o que fazer”, desabafou a jovem. “Quem fez o Enem este ano está inseguro quanto ao resultado”.
Ao todo, são quase milhões de brasileiros com os nervos à flor da pele diante de um ministro que trata o caso, entre o deboche a mentira. A insensibilidade do MEC começou na peça de publicidade criada para divulgar o resultado do Enem. Uma foto de duas jovens com estados de ânimo distintos, uma alegre e a outra triste, aparecia sob a mensagem “Essa sexta eu sextarei chorando com a nota do Enem”, tratando o processo como uma brincadeira, desconsiderando o peso do fracasso para os participantes da prova.
Um dia depois da divulgação dos resultados oficiais do Enem, vieram a público casos de inconsitências nas notas de alguns alunos. A reação imediata de Weintraub foi minimizar o problema, dizendo se tratar de pouco menos de 6 mil casos (o equivalente a menos de 0,1% dos participantes), transformando em estatística fria o sonhos daqueles jovens. O ministro afirmou que o problema estava resolvido, mas àquela altura o resultado da prova estava comprometido.
O Enem de 2019 foi anunciado por Weintraub como “o melhor de todos os tempos”, e o exame acabou sendo o mais problemático da sua história. A crise com as correções se estendeu, e a Justiça Federal de São Paulo acatou um pedido da Defensoria Pública da União para que a divulgação dos resultados dos SiSU fossem suspensas até que o MEC e o Inep esclarecessem o que aconteceu na correção das provas. A liminar foi derrubada pelo STJ no dia 28, mas, enquanto vigorou, o MEC suspendeu a divulgação das notas do ProUni, numa espécie de chantagem.
Os problemas na condução do Enem deixaram as universidades em alerta, temendo que o atraso na divulgação do resultado do Sisu comprometesse a ocupação das vagas oferecidas. “Nossa expectativa era que o problema se resolvesse logo, para não precisarmos alterar nosso calendário de matrícula”, contou a pró-reitora de Graduação da UFRJ, professora Gisele Viana Pires. “Um atraso no calendário poderia comprometer as etapas de reclassificação, o que levaria ao risco de termos vagas ociosas nos cursos da Universidade”, ela explicou.
Embora a postura do ministro da Educação seja a de fingir normalidade, o primeiro Enem da sua gestão vai ser assombrado pelo risco de judicialização. Pelo menos 172 mil alunos entraram em contato com o MEC questionando a sua nota, e não receberam nenhuma resposta oficial. Eles ficarão com a mesma dúvida que Camila, para quem o problema não foi resolvido. “Sem ter certeza se eles resolveram o problema da correção, eu fico me perguntando se a minha nota não está errada, e se esse erro me impediu de ser aprovada”, lamentou a jovem.

HISTÓRIA DE SUCESSO
Até 2016, o Enem foi aplicado e corrigido por um consórcio liderado pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação, Seleção e Promoção de Eventos (Cebraspe), antigo Cespe, da Universidade de Brasília (UnB). Com a criação do SiSU, em 2010, o exame começou a ser adotado pelas principais universidades públicas do Brasil. A UFRJ adotou a prova em 2011.
Reitor da UNB entre 2008 e 2012, o professor José Geraldo de Sousa acompanhou de perto a ampliação do exame. “O Enem exige enorme responsabilidade, porque trata-se de uma operação gigantesca e muito sensível, talvez só superada em tamanho pelas eleições”, explicou o progessor.
Foi o Cespe que passou a adotar a Teoria da Resposta ao Item para a correção do Enem, fazendo com que a nota final seja definida não pelo número total de acertos, mas pela consistência do candidato no domínio de cada assunto. “O TRI permite soluções criativas para lidar com assimetrias do sistema”, explicou o ex-reitor, para quem a expertise do Cespe foi fundamental no sucesso do Enem. “É uma agência com uma enorme qualificação acadêmica, acumulada no contato permanente com a estrutura pedagógica da UnB”.

O Jornal da Adufrj mantém uma seção para homenagear professores que foram grandes referências na universidade. Após Samira Mesquita, da Letras, é a vez de falar do professor Rodolpho Paulo Rocco, ex-diretor da Faculdade de Medicina e do Sindicato dos Médicos do Rio.

 

WEB menor1115 p8Foto: ACERVO COORDCOM/UFRJA movimentada avenida à frente do Hospital Universitário recebeu , em 2005, o nome do professor e médico Rodolpho Paulo Rocco. Hoje, muitos que passam pela via não conhecem a extensa biografia de pioneira dedicação à universidade pública, gratuita e autônoma por trás da placa da esquina.
Rocco, que também batiza o maior auditório do Centro de Ciências da Saúde, representou os ideais da democracia dentro da UFRJ após os duros anos da ditadura e ainda difundiu o ensino humanitário dentro da Medicina.
“Devo ao professor Rocco a oportunidade de escolher ser cientista. Ele era sensível à modernidade e à pesquisa”, lembra a reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, ex-aluna de Rocco na Faculdade de Medicina. “Eu já tinha passado no mestrado e dependia da liberação dele para cursar as disciplinas do mestrado, antes de formada na graduação. Ele entendeu meu encanto pela ciência e liberou. Foi em 1987. Era um visionário”, elogia.
A homenagem no campus do Fundão apresenta uma grande dimensão simbólica para seus ex-colegas. “Ele conseguia unir os saberes da ciência cultivados nas unidades do prédio principal do CCS com a prática médica que se desenvolve no Hospital Universitário”, afirmou o professor Adalberto Vieyra, diretor do Centro Nacional de Biologia Estrutural e Bioimagem.
Professor Titular, Rodolpho Rocco dirigiu a Faculdade de Medicina em 1984, e se candidatou, em 1994, ao posto de reitor da universidade. Não venceu a disputa, mas conseguiu mobilizar a comunidade acadêmica em torno de propostas para além de seu tempo. “Ele propôs uma política de apoio à permanência de estudantes de nível socioeconômico menos favorecido e a reformulação constante dos conteúdos e práticas de ensino”, declarou Vieyra.
Fora das salas de aula, Rocco também contribuiu para o movimento sindical. Em 1977, foi eleito presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro e exerceu papel importante na denúncia da mercantilização da Medicina no país. “Ele se elegeu em uma época de grande renovação nos sindicatos, associações de classes e conselhos da área médica. De 1978 a 1981, houve greves e reivindicações da categoria em todo o país e o sindicato que Rocco presidia teve enorme participação”, contou o professor Hélio de Mattos Alves, da Faculdade de Farmácia.

SIMPLES E GENEROSO
Além da liderança dentro e fora da universidade, o professor é constantemente lembrado por seus ex-alunos como uma pessoa simples, generosa e com um olhar atencioso para as demandas estudantis. “Amigo de todos, foi um grande mestre e clínico. Rocco era uma pessoa muito conciliadora e agregadora, ouvia muitas pessoas, dava importância aos alunos, docentes e tentava de qualquer maneira fazer com que as pessoas estivessem bem”, observou a professora Ana Borralho, do Departamento de Clínica Médica, ex-aluna do homenageado desta edição.
No livro “Rodolpho Rocco, médico da pessoa e coração de estudante”, Emílio Mira y Lopez, também ex-aluno de Rocco na Faculdade de Medicina, reuniu relatos de quem manteve algum contato com o professor. São comuns as mensagens de admiração pela forma aberta e amistosa com que Rocco tratava, sem distinção, alunos, colegas e pacientes. “Ele era uma pessoa muito aberta. Era bem-humorado, brincalhão. Ele nos ensinava, além da Medicina, a viver as coisas de uma maneira mais simples. O Rocco quebrava barreiras”, afirmou Emílio, que conviveu com o professor no então Hospital Escola (hoje Instituto de Atenção à Saúde) São Francisco de Assis, onde Rocco também lecionava.

MORTE TRÁGICA
O médico foi assassinado em 1999 em seu próprio consultório por um paciente com transtorno mental. O velório aconteceu no campus da Praia Vermelha e contou com a presença de diversos políticos e dirigentes da universidade.
Para Ana Borralho, a partida do professor gerou uma enorme comoção para a comunidade acadêmica. “Rocco era um homem seguro de sua opiniões e deixou um exemplo de liderança e de compromisso com a universidade entre a juventude e um legado importante para que trabalhemos com vigor para conquistar nossos direitos e os daqueles que mais precisam”.

Topo