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Dia 28 de março é data histórica para o movimento estudantil: uma passeata lembra o assassinato do secundarista Edson Luís pela polícia, em 1968, na ditadura. Cinquenta anos depois, a manifestação ganhou nova comoção com as execuções da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em 14 de março. “Não teria como vir para rua falar de um jovem assassinado há 50 anos por lutar pela liberdade e por uma vida melhor para o povo sem falar da Marielle, que perdeu a vida pelo mesmo motivo”, justificou a presidente da UNE, Mariana Dias. A chacina que matou cinco jovens lideranças do hip-hop — Marco, Matheus Baraúna, Matheus Bittencourt, Patrick e Sávio —, em Maricá, também foi destacada por amigos. “Mataram um dançarino, um DJ e um MC. Só faltou matarem um grafiteiro para os quatro pilares do hip-hop”, desabafou Carlos Eduardo (20). “Os moleques tinham um sonho. Eles nos  tiraram cinco irmãos”, disse emocionado. Politizada e ao mesmo tempo animada, a manifestação foi marcada por expressões culturais como batucadas, rap e slam (poesias recitadas em forma de duelo). "Essa manifestação estudantil vibrante, cheia de energia, é muito importante nesse momento político do Rio de Janeiro e Brasil", avaliou o professor Fernando Duda, diretor da Adufrj. Os estudantes fecharam as ruas do Centro do Rio de Janeiro no final da tarde. O ato terminou em frente à Câmara dos Vereadores, local do velório do secundarista Edson Luís e da vereadora do PSOL, Marielle Franco. Minuto de silêncio, velas e falas de contemporâneos ao estudante morto pela ditadura finalizaram o ato de memória e por justiça. “Isso somos nós há cinquenta anos”, disse Tania Roque, apontando para os estudantes nas escadarias da casa legislativa. “Comecei a participar das manifestações com 15 anos e nunca mais deixei. É uma idade em a gente se abre para o mundo, inclusive para a política”.  

Uma bicicleta ergométrica equipada com um dispositivo que converte energia cinética em energia elétrica chamou a atenção de quem passou pelo bloco A do Centro de Tecnologia, na última semana. Com algumas pedaladas, era possível ligar uma lâmpada, um rádio e um pequeno ventilador conectados ao aparelho. A curiosa “instalação” faz parte de uma mostra da Semana da Engenharia Elétrica, que ocorreu até o dia 29 Além da exposição, os interessados puderam acompanhar minicursos, palestras e workshops. João Adolpho, estudante do 10º período de engenharia elétrica, foi um dos coordenadores da Semana. “A proposta é aproximar os estudantes do mercado de trabalho. Nossa graduação é muito voltada para pesquisa e sentíamos falta dessa parte”, diz. Elisa Toshie, do 9º período do mesmo curso, explicou que a semana se desenvolveu em torno de quatro áreas: Potência, Inovação e perspectiva de mercado, Sustentabilidade e Controle, automação e robótica. “A gente faz com muito carinho. Nossa expectativa não era alta, por ser a primeira edição depois de muito tempo (o evento não era realizado há cinco anos), mas tivemos mais de 560 inscrições”, contou.

Tese sobre glossário científico inédito para surdos recebe prêmio de Ações Afirmativas da UFRJ Moradora de Laranjeiras, a professora Vivian Rumjanek, do Instituto de Bioquímica Médica, passava diariamente pelo Instituto Nacional de Educação de Surdos no mesmo bairro. Um dia, pensou em convidar alguns daqueles estudantes para frequentarem a universidade. Estava lançada ali a semente do Projeto Surdos-UFRJ, criado em 2005. A tentativa inicial foi adaptar para os surdos os cursos experimentais de curta duração já feitos com estudantes da rede pública, uma atividade de extensão mais antiga do próprio IBqM (Instituto de Bioquímica Médica). “Imaginamos que bastaria conseguir um intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e as coisas iriam fluir da melhor maneira possível”, explica a pesquisadora Julia Barral, que participa do projeto desde o começo. “Mas quando os intérpretes entraram no laboratório, os termos simplesmente não existiam”, completou. Julia teve a ideia de criar sinais científicos na linguagem daquele público. Uma iniciativa inédita à época, no Brasil, com a metodologia científica empregada. “Explicamos o que é a palavra, mostramos a imagem e desenvolvemos o sinal”, informou a pesquisadora. Passados 13 anos, existem glossários científicos sobre quatro temas: célula; sangue; sistema imune; e fertilização e embriogênese. Cada um possui entre 100 e 120 sinais, mas a maioria foi produzida pelo grupo do instituto que envolve biólogos, intérpretes e surdos. Para agilizar o processo, o fascículo mais recente, da fertilização, passou a ser feito com sinais da linguagem britânica (British Sign Language), em parceria com um instituto escocês. “Estamos testando a aceitação dos sinais estrangeiros e verificamos que é possível internacionalizar uma linguagem científica”. O processo de criação dos glossários científicos em Libras foi descrito em tese de doutorado, defendida por Julia em janeiro de 2016, no Programa de Pós-graduação em Química Biológica do instituto. O título da tese, “Admirável Mundo Novo: a Ciência e os Surdos”, brinca com a obra-prima do escritor inglês Aldous Huxley. A sugestão foi da professora Vivian, sua orientadora: “Huxley descreve um mundo distópico. Sonhamos com um mundo utópico, mais inclusivo”, afirmou a professora. No início deste mês, a tese obteve o primeiro lugar no Prêmio Ações Afirmativas da universidade. Um alento para pessoas como Lorena Assis, 30 anos, que perdeu a audição na infância por uma meningite. Ela ingressou na iniciativa do IBqM em 2006, como estudante de iniciação científica, e hoje é monitora dos cursos: “Antes, era mais difícil. As pessoas não sabiam muitos sinais científicos. As barreiras estão caindo”.  

Assaltos aconteceram na sexta-feira da semana passada; roubos e sequestros-relâmpago preocupam comunidade acadêmica Novos episódios de violência marcaram a última sexta-feira (23) na Cidade Universitária. Por volta de 14h40, um Siena branco foi roubado, próximo ao Cenpes. O caso foi registrado na 37ª DP (Ilha do Governador). Pouco depois, criminosos levaram o carro de uma jovem nas imediações do Clube de Empregados da Petrobras, segundo informou uma funcionária do local. Mas o assalto não foi comunicado para a delegacia da Ilha ou para a Divisão de Segurança da UFRJ. Os recentes roubos e sequestros-relâmpago no Fundão preocupam a comunidade acadêmica. Para melhorar a segurança do campus, a reitoria informa que estuda a adesão ao Proeis, programa que permite usar PMs de folga no patrulhamento, pagos por uma entidade parceira. No Fundão, seriam a Petrobras e o Parque Tecnológico.

Professores reclamam da falta de equipamentos e computadores, principalmente nos novos módulos. Docentes dividem salas de trabalho com até cinco colegas, e infraestrutura acumula problemas “A gente anda pra cima e pra baixo carregando um monte de tralha”. Assim Marta Sousa, professora da Faculdade de Educação, resume o cotidiano de trabalho na Praia Vermelha. As reclamações sobre infraestrutura vão da falta de bebedouro até falta de giz e computador nas salas. Módulos recém-construídos contam com 39 salas, mas todas sem equipamentos eletrônicos nem laborató rio. Marta Souza conta que providenciou até a conexão de internet. “Você quer uma aula mais interativa, usar uma imagem ou pegar link da internet e não tem como. Até a internet eu que preciso levar para dentro de sala”, reclama. A professora Teresa Gonçalves, também da Educação, considera “inaceitá- vel” o estado dos módulos novos. “Dou aula na pós-graduação. A sala é pequena e não tem quadro”, conta. A Educação é uma das graduações completamente transferidas para os módulos; só o setor administrativo funciona no Palácio. O professor Alexis Saludjian, do Instituto de Economia, avalia que os problemas decorrem de duas ordens: uma temporária, por causa das obras; e uma permanente, diante do corte de verbas na educação. “É importante que as obras ocorram, mas ao mesmo tempo impõem desafios organizacionais”, diz. As reclamações sobre o Palácio são parecidas com as dos módulos; há muitas salas em que os professores são obrigados a carregar o data-show e computadores. Na avaliação do professor André Villas-Boas, da Escola de Comunicação, falta preservação do prédio, datado do século XIX. “Os problemas são falta de espaço físico e manutenção. Dou aula numa sala em que o suporte do quadro ficou dois anos caindo. A solução foi tirar. Preciso carregar giz de uma aula pra outra. Tomadas não funcionam, e não é complicado consertar”, diz. O Palácio passa por constantes obras, as últimas iniciadas em maio de 2017, mas não são suficientes. Os corredores estão ocupados por cadeiras empilhadas, principalmente no Instituto de Economia. A Praia Vermelha abriga os cursos de Educação, Comunicação, Ciências Contábeis, Serviço Social, Psicologia, Economia, Administração e Relações Internacionais. No Palácio, funcionam a Escola de Comunicação, o Instituto de Economia e a Faculdade de Administração e Ciências Contábeis. Carlos Frederico Rocha, professor da Economia, divide a sala de trabalho com até cinco colegas. Para ele, o problema não é só orçamento. “Tivemos uma expansão da PV muito grande. Trazem mais cursos para cá sem infraestrutura adequada”, afirma. Sobre a falta de material didático nos módulos, ele observa que os equipamentos já foram comprados, mas não instalados. “O problema, na real, é de gestão”.     Uma reunião está marcada para quinta-feira, 29 de março, para discutir a infraestrutura do campus. O decano do CCJE, Vitor Iorio, disse que se pronunciaria após a reunião. Por e-mail, a reitoria informou que as questões estruturais levaram em consideração a distribuição de aulas e que foi criado um condomínio para cuidar do assunto.  

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