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FAU ainda sofre com 2016

Faculdade não sabe se terá condições mínimas para iniciar período letivo

Texto e fotos: Elisa Monteiro
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Suspender o primeiro semestre letivo de 2017 e não admitir novos alunos. Foi desta forma que a Congregação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo reagiu, no último dia 4 — vale ressaltar, em caráter preliminar —, à demora na recuperação do prédio da reitoria, sede do curso, após um incêndio ocorrido em outubro. Maria Julia de Oliveira, vice-diretora da FAU, porém, destacou que a posição é política, uma vez que a decisão cabe à administração central da UFRJ. Que já descartou a possibilidade.

A FAU, ao lado da EBA, ainda está em aulas para terminar o segundo período do ano passado, em salas improvisadas. “O acordado foi um esforço coletivo para fechar 2016 em caráter emergencial. Mas que, para 2017, já haveria condições mínimas de funcionamento do curso”, observou Maria Julia. A expectativa é pela liberação do quarto andar — após o incêndio, os pavimentos superiores foram interditados — para a recomposição das aulas, atualmente ocorrendo nos espaços de circulação do prédio. “Sem tomadas, as aulas no mezanino estão impossíveis. Os alunos de hoje trabalham direto no computador. Os professores também tiveram que abrir mão das projeções”, informou Maria Julia.

Reitoria responde
A reitoria divulgou nota pública, dois dias depois da manifestação da FAU, dizendo não ser necessária a suspensão do primeiro semestre de 2017, “dado que, até março deste ano, haverá mais disponibilidade de espaços e melhores condições de trabalho e estudo para o funcionamento das unidades afetadas”.

Segundo a administração, está em curso a “recuperação da estrutura, alvenaria, esquadrias, bem como da parte elétrica e hidrossanitária do prédio”. A congregação da FAU, contudo, segundo a vice-diretora, não identifica movimentação de obras no edifício. A direção da unidade critica, ainda, a equipe técnica montada pela reitoria. “Não é possível que, com o número e a qualidade de arquitetos que temos no corpo da FAU, não possamos participar deste trabalho”, disse Maria Julia.

Nesta quinta-feira (12), está prevista uma reunião entre representantes da reitoria com dirigentes das unidades instaladas no prédio. “A discussão segue aberta”, ressaltou Maria Julia.

Frisson na rede
A mensagem da Congregação, no perfil da FAU no Facebook, causou alvoroço particularmente entre os estudantes e repercutiu na imprensa. A estudante Stefany Silva ficou confusa com a nota: “A princípio, entendi que só suspenderiam para os novos, depois vi que era para todos. Até agora, não sei se fico no Rio ou volto para casa”. A estudante é do Espírito Santo e divide apartamento na cidade.

Seu colega de turma, Caio Carvalho, pensa igual. “A gente sabe como é o ritmo de obra aqui. O curso não podia funcionar sem biblioteca, mas ela está fechada, ficou o período inteiro sem funcionar. Pior vai ser suspender seis meses e voltar tudo igual”.

Na outra ponta do curso, João Pedro está no segundo período e só conheceu crise. “Quando vi a mensagem da FAU, quase chorei”. De Goiás, o estudante explica que a suspensão do semestre, na prática, implicaria para a família custear à toa seis meses de aluguel já contratados no Rio.

Calor é mais um obstáculo ao ensino

O professor Luiz Felipe Cunha desistiu da sala no bloco D em função da insalubridade e dá suas aulas em um dos jardins internos: “Este prédio não foi feito para ter aulas nesta época do ano. Estou abrindo mão do protocolo de calça e trabalhando de bermuda pela primeira vez na vida por causa do calor”.IMG 2655De bermuda. O professor Luiz Felipe Cunha não resistiu ao calor

E não foi só a vestimenta que teve de ajustar.  “Normalmente, faço um seminário onde eles desenvolvem um problema e projeto solução, com a apresentação para discussão em turma. Este semestre eu tive que fazer isso que você está vendo, orientações individuais. Quer dizer, um método participativo coletivo resumido a consultas individuais empobrecidas”.

Ele sugeriu uma melhor distribuição das aulas nos horários e dias da semana. “Há uma concentração da oferta de disciplinas nas terças e quintas-feiras. Enquanto isso, há salas ociosas às segundas e sextas-feiras. Também há uma preferência e disputa por espaço no turno da manhã”, argumentou.

 

 

Duramente atingida pela crise econômica do estado, a comunidade da UERJ realiza um ato unificado nesta quinta-feira, 12, às 8h.

 

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A UERJ enfrenta uma grave crise por conta da situação econômica do estado. Para chamar atenção das autoridades públicas para o problema, um abaixo-assinado circula na internet. Confira, abaixo, a íntegra do texto: 

"AO PODER PÚBLICO ESTADUAL E FEDERAL,
CARTA EM DEFESA DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - UERJ
Rio de Janeiro, 5 de janeiro de 2017

Nós, servidores da UERJ e demais membros da sociedade civil em seus diversos segmentos, denunciamos, com profunda indignação, a dramática situação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, e solicitamos ao poder público que assuma o compromisso com o pleno funcionamento da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
A UERJ é a 5ª melhor Universidade do Brasil e a 11ª da América Latina, de acordo com o ranking “Best Global Universities 2016”, aferido com base em indicadores que mensuram a performance nas áreas de pesquisa acadêmica, número de docentes premiados e reputação regional e global.
Patrimônio científico e cultural do Rio de Janeiro, a UERJ firmou sua existência ao longo de 64 anos com avanços e inovações científico-acadêmicas que resultaram em 33 cursos de graduação, 54 de mestrado, 42 de doutorado, 142 de especialização, 623 projetos de extensão, intercâmbios e parcerias internacionais, e dois centros médicos de atendimento e pesquisa: Hospital Universitário Pedro Ernesto e Policlínica Piquet Carneiro - ambos com reconhecidas expertises em vários domínios das ciências médicas. Além do Colégio de Aplicação, que atende a estudantes nos níveis fundamental e médio.
Essas conquistas acadêmicas resultam do esforço conjunto de todos os segmentos da Universidade. Dentre esses esforços, destaque-se o programa Prociência, que permitiu à UERJ alcançar os atuais níveis de excelência. A UERJ é também pioneira em sua missão social ao ser precursora na implantação do sistema de cotas.
Somente em 2013, todavia, foi instituído, e de forma incompleta, o regime de dedicação exclusiva, existente há muito nas Universidades Federais. Além disso, há que se destacar a intolerável defasagem salarial frente à remuneração das Universidades Federais, resultado de 14 anos sem reajuste linear.
Neste momento, a UERJ enfrenta uma crise profunda e sem precedentes, agravada desde o final de 2015, quando o governo do Estado do Rio de Janeiro passou a submeter a Universidade a um progressivo abandono, um verdadeiro processo de sucateamento. A degradação tornou-se pública em fins de 2016, com a propalada falência do estado do Rio de Janeiro, que resultou na falta de pagamento do custeio da Universidade e dos salários de seus servidores. Submetida a condições inaceitáveis, a UERJ encontra-se paralisada.
Conclamamos, portanto, o poder público, em suas diferentes esferas – estadual e federal-, a assumir sua responsabilidade pelo destino de 2.977 docentes altamente qualificados, 4.519 funcionários técnico-administrativos especializados e 32.220 estudantes, desta que é a 5ª melhor Universidade do Brasil.
Obs.: As assinaturas estão sendo recolhidas pelo email: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Enviar nome completo e filiação institucional.
Carta escrita pela doutora Mônica Lessa (UERJ)"

O Museu Nacional (MN) da UFRJ oferece entrada gratuita a todas as exposições entre os dias 2 e 31 de janeiro. O acesso livre é de segunda a domingo, das 16h às 17h, e a permanência no museu é permitida até as 18h. A gratuidade se aplica a todos os visitantes.

Localizado na Quinta da Boa Vista, o Museu conta com mais de 20 milhões de itens que abrangem arqueologia, antropologia biológica, etnologia, geologia, paleontologia e zoologia e proporciona diversão a todas as idades.
 

cartaz gratuidadeDivulgação


CFCH critica distribuição de recursos do orçamento 2017

 

Elisa Monteiro
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A disputa pelos recursos da universidade não se encerrou com a sessão extraordinária do Consuni que aprovou o orçamento da UFRJ para 2017, em 13 de dezembro. No dia 19, o Conselho Diretor do Centro de Filosofia e Ciências Humanas divulgou uma nota que contesta o debate e os números apresentados pela reitoria.

“O que motivou nossa manifestação coletiva foi, em primeiro lugar, o fato de não termos sido chamados para as reuniões que definiram como seriam feitos os gastos”, explicou o professor Marcelo Corrêa e Castro, do CFCH. “Em segundo lugar, a afirmação de que estaríamos reclamando, mesmo tendo sido tão beneficiados. O que não corresponde de fato à verdade”. 

De acordo com o documento do CFCH, dos quase R$ 22 milhões em obras atribuídos ao Centro, pouco mais de R$ 7 milhões correspondem a “ações amplas para benefício da Praia Vermelha como um todo”. Outros R$ 12,8 milhões beneficiam três centros e uma só unidade do CFCH: a Faculdade de Educação. Apenas a obra de cobertura da quadra de esportes do Colégio de Aplicação, de R$ 1,4 milhão, receberia uma verba utilizada exclusivamente no Centro.


A decana Lilia Pougy reforçou que a forma como peça orçamentária foi apresentada distorceu os gastos concretos no Centro. “Meu financeiro não receberá esse recurso”. Para ela, ainda “há distribuição muito desigual”. “Está correto dizer que, desde o Reuni, a Praia Vermelha não recebia recursos, que virou um campus esquecido. Só não dá para dizer que esse dinheiro está beneficiando o CFCH quando só beneficiará (no campus) dois cursos, sendo que um está de mudança para o Fundão”, afirmou, em referência à Faculdade de Educação. “É claro que a cobertura da quadra de esportes do CAP se trata de uma demanda antiga e justa. Mas, se tivéssemos sido consultados, poderíamos ter discutido mais a fundo as prioridades para 2017”, disse.

Dentre as demandas emergenciais solicitadas, estão: a recuperação elétrica do prédio da Escola de Serviço Social e a reforma dos telhados do IFCS e do Instituto de Psicologia. “O Serviço Social tem laudo condenando a elétrica do prédio há cinco anos. Chove dentro da Psicologia e no prédio do Largo São Francisco de Paula”, observou. O próprio prédio da decania, segundo ela, aguarda obras estruturais de elétrica e de dados (infraestrutura de internet) para pôr em funcionamento equipamentos conquistados por meio de editais, em 2018: “Os laboratórios serviriam à pós-graduação do CFCH e do CCJE, além da graduação em geral”.

Reitoria responde

O pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças (PR-3), Roberto Gambine, se defendeu. “Não foi a reitoria definiu as obras. A lista foi resultado das reuniões de câmara técnicas. As prioridades das demandas foram definidas lá. A PR-3 apenas organiza o planejamento destas despesas”.

Gambine disse estar surpreso com a nota do CFCH. “Tenho a comprovação de todos os e-mails convocatórios. Foram enviados para decanos e diretores de unidades.” Ele também afirmou desconhecer as pautas emergenciais do Centro: “Não tenho registro nenhum das demandas citadas”.

 

 

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